Antes de ir para Dublin, tudo o que eu ouvia e lia sobre a cidade era: vento, chuva, tempo fechado, frio. Pouco antes de viajar para a Irlanda, até neve, coisa que há muito tempo não se via, caiu.
Chegamos a Dublin no dia 27 de março de 2018. Os resquícios do inverno gelado ainda persistiam. Ameaças de uma nova nevasca, bem como ventanias e dias muito chuvosos e gelados: assim fomos recebidos pela cidade. O sol aparecia de vez em quando e não se garantia por mais de duas horas, logo era mandado embora pelas nuvens carregadas.
Acostumados a tempestades rápidas e destruidoras no Brasil, em Dublin nos deparamos com um outro tipo de chuva: aquela que parece que não molha, mas depois de um bom tempo, não só molha, como ensopa. Guarda-chuva? Nem pensar, porque o vento, se não levar para longe, vai quebrar o objeto. O jeito foi usar nossos casacos waterproof que, graças a Saint Patrick, compramos no Brasil antes da viagem. E eles nunca deixaram de ser úteis.
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Depois do primeiros dias da primavera
Passados os primeiros dias de primavera em Dublin, o sol começou a dar sinais de que apareceria. Nos primeiros dias aparecia com medo, tanto que logo ia embora. Mas, aos poucos, começamos a ter dias em que o sol aparecia durante toda a manhã e à tarde chovia. Em outros, acontecia o contrário.
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Olhávamos a previsão do tempo pela manhã, o cenário era um. Olhávamos duas horas depois, as perspectivas já eram bem diferentes. Em vez de previsão do tempo, passamos a adotar a terminologia “imprecisão do tempo”. E assim foi durante boa parte da primavera. Na foto abaixo, um momento de sol na nossa visita ao Jardim Botânico, no auge da primavera (por sinal, passeio grátis e agradável).
O sol é um evento
Um dia, acordamos para ir à aula, tomamos nosso café e, quando abrimos a porta da casa, nos deparamos com um céu completamente azul, sem nenhuma nuvem. Enquanto íamos para a escola, observávamos os jardins floridos nos quintais das casas. O clima estava diferente, apesar do frio que, mesmo menos intenso, ainda era muito notável.
Quando saímos da escola e estávamos no caminho de casa, por volta das 13h30min, vimos que o sol continuava firme. Vimos várias pessoas sentadas à beira do Grand Canal, comendo seus lanches/almoços e tomando banho de sol. No fim da tarde, após as pessoas deixarem os trabalhos, nada de ir para casa: tomar cerveja na beira do canal era programa obrigatório.
Aí a gente entendeu: de fato, calor e sol, na primavera e no verão, são dignos de comemoração em Dublin. O pessoal leva tão a sério essa ideia de aproveitar o sol, que era praticamente impossível caminhar pelas calçadas e trilhas à beira do rio, pois todas estavam ocupadas por pessoas tomando sol e, claro, cerveja, mesmo existindo uma lei nacional que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas. Nesses dias, de vez em quando aparecia um agente da Garda, a polícia irlandesa, que até tentava impedir que o pessoal bebesse fora dos pubs, mas como retirar uma multidão de centenas ou até mesmo milhares de pessoas da rua? Impossível.
Dublin é uma cidade cheia de parques e jardins abertos ao público. Nos dias ensolarados, todos ficam lotados de pessoas de todas as idades. É possível ver pais acompanhados de suas crianças, casais de namorados, grupos de amigos e muitos turistas, alguns caminhando, outros sentados nos bancos e outros, a maioria, esparramados pelo gramado, tomando banho de sol. E não estou falando de qualquer sol: a temperatura passava fácil fácil dos 25 graus e, em vários dias, esbarrou nos 30. Coisa desse tipo não se via na Irlanda havia mais de 40 anos.
O verão
Passou a primavera e chegou o verão. Na fase de transição dessas estações, o sol passou a nascer por volta das 4h30min e ia embora para lá das 22h. No momento em que escrevo esse post e olho para a janela já são quase 21h – e o sol ainda está quente. Para quem não estava acostumado com isso no Brasil, é uma experiência incrível.
Logo logo o outono chega e aí a coisa vai mudar. Os dias ficarão menores e o frio mostrará, novamente, sinais de força. A rotina mudará, novas experiências serão vividas. Vale a pena!
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