Já faz algumas semanas que voltamos da nossa viagem para a África do Sul, mas ainda não conseguimos nos desligar. Continuamos rememorando a indescritível experiência que foi fazer safári sozinhos, por conta própria, durante quatro dias inteiros no Kuger National Park. As cenas que presenciamos continuam vivas e não há um dia sequer em que Guto e eu não conversemos sobre a África.
Já explicamos tudo o que você precisa saber para fazer safári em outro post. Se você não leu, corre lá!
Leia também: Safári no Kruger: TUDO o que você precisa saber
Em outros quatro posts, narramos em detalhes como foram os quatro dias de safári:
- Como foi fazer safári por conta própria no Kruger Park por 4 dias – Dia 1
- Como foram nossos 4 dias de safári por conta própria no Kruger National Park – Dia 2
- Como foram nossos 4 dias de safári por conta própria no Kruger National Park – Dia 3
- Como foram nossos 4 dias de safári por conta própria no Kruger National Park – Dia 4
Neste, escolhemos 23 maravilhosas experiências que tivemos ou coisas que nos chamaram a atenção ao fazer self drive safari, ou seja, dirigindo sozinhos um carro comum, que alugamos pela RentCars ainda aqui no Brasil. Algumas das vantagens são não pagar IOF, ter suporte em português e poder comparar os preços das melhores locadoras. Clique abaixo para fazer sua cotação.
Vamos, então, ver quais foram nossos momentos mais marcantes do safári? Eles foram colocados aleatoriamente e não em ordem de importância.
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1 – Ver leões comendo um búfalo
Logo no primeiro dia vimos uma cena digna de Animal Planet. Ao nos depararmos com uma aglomeração de carros, sabíamos que algo muito interessante deveria estar acontecendo. Para conseguirmos um lugarzinho foi preciso paciência. De onde estávamos, só conseguíamos ver muitos abutres na árvore à beira da estrada e pensamos que devia ser alguma carcaça. Aguardamos na fila e conseguimos um lugar privilegiado para vermos dois leões (um macho e uma fêmea) comendo um búfalo! Ao redor, outros abutres aguardavam a vez de se alimentarem e um crocodilo descansava tranquilamente à sombra de arbustos.
2- Almoçar assistindo a uma manada de elefantes se alimentando e brincando na lama
Enquanto aguardávamos a nossa refeição chegar no restaurante do Lower Sabie Rest Camp, avistamos, lá longe, do lado de lá do rio, um grande grupo de elefantes. Ainda comíamos quando eles foram se aproximando cada vez mais, até que pararam bem em frente onde estávamos e começaram a se alimentar e a tomar banho de lama! Filhotinhos e grandalhões deitados no poço de lama, se lambuzando e descansando! Um pequenino teve dificuldade para sair do poço e foi ajudado por um elefante maior, numa das cenas mais tocantes que vimos em todo safári.
Foram uns 15 minutos de observação e nós, que já estávamos mesmo quase terminando o almoço, largamos a comida pra lá e ficamos em pé na beirada do deque, completamente extasiados. Quando nos demos conta, o restaurante todo estava de pé, aproveitando aquele momento inebriante, para felicidade geral dos estorninhos (falo mais deles abaixo).
E quando pensávamos que o espetáculo já estava suficiente, eis que a matriarca solta um bramido. Nesse momento, quem está na lama se levanta, quem está comendo para e todos começam a acompanhá-la. A manada segue seu caminho e nós não poderíamos estar mais felizes.
3 – Ver macaquinhos amamentando
Todos os dias do safári vimos grandes grupos de macacos babuínos se alimentando em árvores, mas em um dos dias vimos filhotinhos. Alguns estavam na cacunda da mamãe, e outros, bem novinhos, estavam penduradinhos, amamentando enquanto as mães caminhavam.
4 – Descobrir que as girafas são contorcionistas
Vimos duas cenas muito interessantes envolvendo as belas girafas. Uma delas, bastante inusitada para nós, foi a de duas girafas se coçando. Elas se posicionaram uma de frente para a outra, com os seus pescoços formando um x. E aí uma girafa dobrava o pescoço por cima do da companheira, de modo que quem olhasse de lado via dois troncos, mas só um pescoço. A girafa com o pescoço dobrado o esfregava e depois levantava. Em seguida, a segunda girafa fazia o mesmo. E repetiram isso por várias e várias vezes, enquanto a gente ficava com medo delas se quebrarem. 😂
A segunda envolveu girafas bebendo água. Você já se perguntou como elas fazem? Para alcançar a fonte de água, elas precisam abrir bastante as patas dianteiras. É a coisa mais desengonçada e fofa ao mesmo tempo.
5 – Ver uma cegonha posando para foto
Bem próximo ao Lower Sabie Rest Camp há um lago, onde paramos para observar vários hipopótamos. Bem pertinho de onde estacionamos, um crocodilo nadava e uma cegonha parecia estar posando para a foto. Era como se ela soubesse que estava sendo observada. Ela ficou imóvel, nessa posição, por vários minutos.
6- Observar tartarugas subindo em um hipopótamo
Após sermos avisados por uma outra turista de que havia um leopardo nas proximidades, paramos no primeiro lugar onde vimos muitos carros. Só que no lugarzinho em que conseguimos estacionar, víamos somente um pedacinho do lago. Porém, tínhamos a visão privilegiada de um hipopótamo. Sobre ele estavam um pássaro, que deve ser um tipo de garça, e várias tartarugas. Ficamos por minutos ali e conseguimos ver duas tartarugas nadando até o hipopótamo e subindo em sua cacunda. Instantes depois, o bichão emergiu e deu aquele bocejão, escancarando para nós os seus belos dentões.
7 – Contemplar um leopardo desfilando
Depois de observarmos bastante o hipopótamo e as tartarugas, já estávamos quase indo embora quando o inesperado aconteceu: o leopardo veio andando e se deitou embaixo de um arbusto. Ficamos muito eufóricos, pois nós achávamos que o leopardo seria um animal que não veríamos, por ter hábitos noturnos e sempre ficar mais escondido. E nós havíamos acabado de ver um leopardo andando, ainda que brevemente. Ele se deitou atrás da folhagem, mas nós só víamos o contorno da sua cabeça. Com a movimentação do leopardo, os outros carros se foram e nós resolvemos ir para onde eles tinham parado anteriormente. Ficamos ali, sozinhos, esperando, esperando, esperando… Até que o leopardo se levantou, saiu de trás dos arbustos, veio andando e se deitou na grama à beira do lago. Não ficou ali muito tempo e logo nos presenteou com outro desfile. Levantou-se, foi para lá, parou, deu uma olhadela ao redor, voltou para cá, se sentou. E a gente era pura emoção!
8 – Admirar belíssimos e variados pássaros
As aves do Kruger são tão numerosas, variadas e tão incríveis que muita gente visita o parque somente para fazer observação de pássaros! Depois que a gente vê a beleza dos estorninhos, calaus, cegonhas, águias e tantos outros que não sei identificar, é fácil entender o motivo.
Especialmente na época da seca, não foi raro ver grandes aves sobre ninhos no alto das árvores. Tivemos a sorte de ver duas águias pescadoras africanas e a águia de bateleur, a mais colorida do continente africano. Isso sem falar na fotogênica cegonha à beira do lago, sobre a qual já contei acima.
Os pássaros menores não são menos chamativos. Há muitas espécies de aves pequenas, mas incrivelmente coloridas. A espécie com a qual você mais terá contato é a dos belos estorninhos-lustrosos-do-cabo. Onde houver um restaurante ou uma área de piquenique, lá eles estarão. Esses pássaros incríveis possuem uma penugem furta-cor, que varia entre azul e verde, dependendo do ângulo que olhamos e da incidência da luz. Não se deixe enganar por seus fascinantes olhos amarelos: os estroninhos-lustrosos-do-cabo são exímios larápios. Tão logo você pegue sua comida, eles já se posicionam ao seu redor, aguardando apenas um segundo de distração para roubá-la!
9 – Encontrar o baobá mais ao sul do mundo
Não se encontram baobás com frequência no Kruger – ao menos não de Satara para o sul, que foi a área que nós exploramos: nos quatro dias vimos apenas um. Porém, é justamente o babobá mais ao sul do planeta que pode ser visto na estrada que liga Satara Rest Camp a Tshowkane Picnic Area.
10 – Ficar impressionado com a variedade de antílopes
São muitas as espécies de antílopes que podem ser vistas no Kruger National Park. Só no livrinho-mapa que nós compramos há 19. Aos poucos a gente começa a aprender a identificá-las e diferenciá-las. As mais comuns de se ver são as impalas, cujos machos possuem chifre em formato de lira, os cudos, cujos machos possuem os chifres em formato de espiral, os cobos-de-meia-lua, que têm um círculo no bumbum, e os gnus azulados, que são mais parecidos com bois.
Impala Cudo Os maiores são os cobos-de-meia-lua. Os menores são impalas e à direita, na parte inferior da foto, está um javali. Gnus azulados
11 – Dar de cara com um grupo de raros antílopes sable (e até duvidar se eram mesmo eles)
Com apenas poucos quilômetros rodados, os primeiros animais que vimos no segundo dia de safári foram raros antílopes sable, ou palancas negras. Quase não acreditei, fiquei até na dúvida se realmente eram esses antílopes, pois há apenas 290 exemplares em todo o parque!
12 – Admirar leões descansando bem pertinho de nós
No segundo dia, estávamos em uma estrada asfaltada e vimos que, paralela a ela, mas em um nível mais baixo, passava uma estrada de terra. Resolvemos percorrê-la. A certa altura notamos dois carros estacionados em uma entradinha que era como se fosse uma alça. Logo que encostamos nosso carro, os outros dois saíram e nós ficamos procurando o que eles haviam visto. Demoramos alguns segundos, porque estávamos procurando lá longe. Quando nos demos conta de que o alvo da observação estava a 10 metros do nosso carro e era nada mais, nada menos que uma leoa, fomos tomados por uma grande euforia! “Uma leoa! Uma leoa!”, a gente não parava de dizer. Somente depois de alguns instantes vimos que um pouco mais atrás estavam outros leões! Éramos somente nós e eles! Durante todo o período que ficamos observando o grupo de felinos ninguém mais chegou.
13 – Dar preferência para a caravana de elefantes
Houve vários momentos em que tivemos que parar o carro para deixar que elefantes atravessassem. Normalmente, é elefante que não acaba mais (em uma das vezes contamos 50) e sempre há muitos filhotes.
14 – Ver mais de duas centenas de búfalos juntos!
No quarto dia, nos deparamos com uma imensa manada de búfalos deitada no leito seco de um rio. Do lugar de onde estávamos, conseguíamos olhar o cenário todo de cima, uma visão realmente privilegiada. Conseguimos contar 200 búfalos, mas havia muito mais.
15 – Admirar grandes manadas de zebras
Eita bicho bonito é a tal da zebra. Vocês já repararam que as listras da crina acompanham a do corpo? Não houve um dia sequer que não víssemos zebras, mas no terceiro dia, vimos muitos, muitos grupos, e todos eles com grande indivíduos. Vimos até uma zebra grávida, que tinha até as listras deformadas de tão barriguda que estava.
16 – Perceber que javalis correndo são a coisa mais fofa
Quem foi criança nos anos 90 e assistiu à primeira versão de Rei Leão deve se lembrar de que o Pumba andando rápido ou correndo era a coisa mais bonitinha do mundo. Os javalis da vida real conseguem ser ainda mais fofos quando correm. Além de parecer que estão rebolando, eles colocam o rabinho para cima.
17 – Descobrir que galinha d’angola é um bicho selvagem
Conhecem a galinha d’angola, aquela galinha preta com bolinhas brancas lindona, que (dizem que) canta “Tô fraco”? (Em alguns lugares do Brasil ela é conhecida como cocá). Ficamos surpresos ao descobrir que ela é um animal selvagem e é vista com relativa facilidade dentro do Kruger National Park.
18 -Ficarmos espantados com a quantidade e o tamanho dos formigueiros
Principalmente de Skukuza para o sul, vimos muitos (mas muitos mesmo) formigueiros. O que chamava a atenção, mais do que sua quantidade, era o seu tamanho. Quase sempre eles eram mais altos que o carro e com frequência cresciam em torno de tronco de árvores!
19 – Ficarmos boquiabertos com a quantidade de ninhos de aranha
Ninhos de aranha são muito abundantes, ao menos na época em que fomos, setembro. Em algumas árvores, eles eram tão numerosos e grandes, que pareciam frutos quando olhávamos de longe.
20 – Maravilhar-se com a variedade de vegetação
Fazer safári por quatro dias e dirigir por diferentes regiões do parque nos possibilitou contemplar diferentes paisagens. Pudemos ver a vegetação totalmente seca e esparsa, mato seco com árvores verdinhas, vegetação bem verde e também diferente tipos de árvores.
21 – Deparar com uma hiena se coçando
Quando nos aproximávamos do portão Numbi, no finalzinho do dia, nos deparamos com uma hiena se coçando no asfalto, igual cachorro, sabe? Ela se coçou, coçou, coçou, depois levantou e simplesmente sumiu no meio do mato.
22 – Observar filhotes de leão tentando mamar
Perto do portão Orpen, vimos um grupo de pelo menos 10 leões. Os animais estavam mais próximos de nós e era um grupo com leões mais novinhos. Eles tentavam mamar na mãe, mas ela já não deixava, afinal de contas eles não eram mais bebezinhos.
23 – Contemplar um maravilhoso pôr do sol
Não tem como esperar escurecer para caçar seu rumo (seja ele dentro de um rest camp ou fora do parque), visto que o horário de fechamento dos portões deve ser estritamente repeitado. Porém, todos os dias, enquanto o sol baixava, estávamos nos dirigindo aos portões de saída. Contemplamos quatro fins de tarde arrebatadores. Sol da África digno de O Rei Leão.
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