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Intercâmbio na Irlanda: Nossa experiência ao tirar o visto (GNIB/IRP)


Olá, pessoal! Tudo beleza? No post de hoje eu vou contar pra vocês como foi a nossa experiência para tirar o GNIB, ou IRP, que é o visto de estudante mais comum na Irlanda, com duração de oito meses. Com esse visto, além de ser obrigado a frequentar uma escola de inglês, você tem a permissão legal de trabalhar 20 horas por semana (ou 40 horas durante as férias). 

A nossa experiência ocorreu em Abril/2018. Por se tratar de um procedimento burocrático, muita coisa muda constantemente. Para vocês terem uma ideia, nos últimos tempos o agendamento para o atendimento passou a ser online, o nome mudou de GNIB para IRP e, atualmente, não é aceito pagamento na forma de dinheiro e nem em cartão de crédito pós-pago. Somente cartões de débito de bancos europeus e cartões de crédito pré-pagos (como o VTM) são aceitos. Sendo assim, pode ser que algum detalhe relacionado à nossa experiência não corresponda aos de experiências vividas por outras pessoas em outros momentos.

Para sair da imigração com o visto no seu passaporte é necessário passar por quatro atendimentos distintos, em diferentes guichês. Vou explicar melhor cada um desses atendimentos e também vou relatar como foram as nossas experiências em cada um deles. Lembrando que nós fomos atendidos em Dublin e que o procedimento é um pouco diferente se você vive em outra cidade.

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Pré-atendimento: Agendar horário online

Antes de qualquer coisa, você precisa agendar o seu horário neste site aquiNormalmente, os horários são disponibilizados às 10h, então, poucos minutos antes você já deve deixar seus dados preenchidos.  Às 10h, você começa a clicar loucamente no botão verde “Look for appointment”. Se aparecer algum horário vago, clica em qualquer um, sem pensar muito. Aparecerá uma mensagem dizendo que você receberá um e-mail de confirmação em alguns minutos. O recomendado é você começar a tentar agendar cerca de 30 dias antes de chegar, para uma data aproximada de 30 dias após sua chegada. Isso porque você já precisará de um endereço fixo para receber o seu cartão pelo correio.

1º atendimento: Check-in e recebimento de ticket com senha numérica

Ao chegar ao escritório da imigração, você passará por uma porta de vidro com abertura automática e logo em seguida verá alguns guichês de atendimento. Aproxime-se, informe que tem um appointmet, diga o horário e entregue o passaporte. Eles pregarão, com uma fita adesiva, uma senha na capa do seu passaporte e o devolverão a você, juntamente com um formulário, com instruções para o preenchimento (letras maiúsculas e de forma). Nesse formulário você vai colocar alguns dados pessoais, como nome completo e endereço na Irlanda, bem como o EIRCODE, que funciona da mesma forma que o CEP no Brasil. Em seguida encaminharão você a um salão de espera para os demais atendimentos. Atenção, no e-mail de confirmação do agendamento do appointment pela internet, eles solicitam que você não chegue com muita antecedência. Fique atento a isso, pois podem pedir que retorne mais tarde, como aconteceu comigo.

2º atendimento: Cadastro, verificação de documentos e recolhimento de passaporte

Eles chamam pelo número do ticket que estará pregado em seu passaporte. Ao ser chamado, você precisa se dirigir ao guichê indicado no painel e apresentar os seguintes documentos: e-mail confirmação do agendamento, carta da escola em que você estuda, seguro saúde obrigatório (o mesmo que você apresentou no aeroporto), extrato bancário recente comprovando os 3 mil euros e, claro, o passaporte. Você ficará sentadinho em um banquinho e terá que tirar uma foto. Então, se não quiser ter uma foto horrorosa em seu IRP, trate de pelo menos pentear o cabelo e fazer uma carinha bonita na hora da foto. Não fiz nenhuma das duas coisas, então vocês já devem imaginar a maravilha que foi o resultado. Se bem que, no meu caso, só um milagre, não ia adiantar dar um trato no visual. Ah, e tem mais: depois de tudo isso, você ficará mais pobre 300 euros (é MUITO dinheiro), esse é o preço do seu visto de estudante. O valor pode ser pago com um cartão de débito de um banco europeu ou então com um VTM (cartão de crédito pré-pago). Eles não aceitam outros cartões de crédito e nem pagamento em dinheiro. Quem tenta fazer o pagamento em dinheiro recebe um boleto para ser pago no banco e, alguns dias após o pagamento, a pessoa precisa retornar ao escritório da imigração para dar continuidade ao processo.

3º atendimento: Impressões digitais

Atenção, porque agora eles chamam pelo seu nome, pelo microfone, com o claríssimo sotaque irlandês: “Fulano de tal (…) fingertips”. Nesse momento, ao ouvir seu nome (tenha fé, você conseguirá compreender), você deve se dirigir a uma porta que fica ao lado do guichê 01, onde aparecerá um funcionário que o convidará a acompanhá-lo para um local específico, onde, por meio de um sistema computadorizado, suas impressões digitais serão colhidas.

4º atendimento: Recebimento do passaporte carimbado

Novamente você será chamado pelo seu nome, pelo microfone. No dia em que estivemos lá, a chamada era mais ou menos assim: “Brazilian nationality, Fulano de tal, please come to 15”. Você pode substituir “Brazilian” pela nacionalidade correspondente, “Fulano de tal” por algo que será, na melhor das hipóteses, parecido com o seu nome, e “15” pelo número do guichê em que estiver ocorrendo esse atendimento. Com um razoável listening e observação do ambiente (faça o que os outros estiverem fazendo), você terá êxito. Como algumas pessoas definitivamente não entendem o que os irlandeses falam (nem mesmo o próprio nome), ouvi a funcionária, após chamar várias vezes certas pessoas pelos nomes e ninguém aparecer, falar os algarismos do ticket (o que que a gente recebe ao fazer o check-in e fica pregado no passaporte). Após receber seu passaporte carimbado é só aguardar o cartão do IRP chegar no endereço que você informou, após 10 dias.

Bem, agora eu vou contar como foi a nossa experiência, passando por cada um dos atendimentos.

1º atendimento – Gê

O appointment dela estava agendado às 15h e o meu, às 16h. Chegamos ao escritório às 14h40min e fomos diretamente ao balcão de check-in. Lá, a Gê disse com o seu belíssimo inglês: “I have an appointment.”, se apresentou e entregou o passaporte para o funcionário. Ele perguntou qual era o horário do agendamento, ela respondeu que era às 15h, aí ele imprimiu um ticket com o número 230, afixou na capa do passaporte, devolveu o documento e orientou que ela se dirigisse ao salão e aguardasse ser chamada pelo número. Além disso, entregou a ela o formulário que já citei anteriormente, no qual você precisará colocar alguns dados pessoais.

1º atendimento – Guto

Eu até tentei pegar a senha logo depois da Gê, tentamos justificar dizendo que “We are together” e “We are a couple”, mas o funcionário, muito polidamente, disse que estava muito cedo e que eu deveria retornar mais tarde, contudo permitiu que eu aguardasse dentro do salão, junto com a Gê. Às 15h40 eu voltei ao balcão de check-in, repeti o procedimento da Gê, não com o belíssimo inglês dela – obviamente – e dessa vez fui atendido por uma funcionária que pregou o ticket de número 255 em meu passaporte.

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2º atendimento – Gê

Chamaram às 15h17. Ela entregou os documentos necessários (e-mail de confirmação do agendamento do appointment, carta da escola, seguro de saúde obrigatório, extrato bancário comprovando os 3 mil euros e o passaporte). Eu achei que a Gê não ia mais sair do guichê, demorou pra caramba! Perguntaram se ela era casada, se tinha filhos, se o marido dela estava na Irlanda e, praticamente, desconfiaram da autenticidade do extrato dela. Tadinha, isso porque o funcionário nunca tinha ouvido falar do banco (apesar de ser um banco irlandês). O funcionário chegou a consultar sua colega que trabalhava no guichê ao lado se ela conhecia o tal banco e também pediu para ver o cartão de débito. No fim das contas, ela teve que anotar meu nome no formulário e o funcionário fez o registro dessa informação no cadastro. Sendo assim, acho que nos casamos novamente na Irlanda, já podem nos dar os parabéns. Mas, como a história precisa de um pouco de emoção… Na hora de pagar, o cartão da Gê não funcionou. Até reiniciaram o sistema da maquininha, trocaram a Gê de guichê, mas nada. Com isso, ela precisou ir embora da Irlanda no mesmo dia e agora estou aqui sozinho. Mentira. Ela perguntou ao funcionário se poderia pagar com o meu cartão e ouviu a resposta: “Is your husband here?”. É claro que eu estava, presente e sorridente por poder pagar o visto da minha esposa e a deixar contente. Graças a Saint Patrick (o santo padroeiro da Irlanda) meu cartão funcionou e a Gê foi liberada para os próximos atendimentos.

2º atendimento – Guto

Meu número foi chamado às 16h40 e o atendimento foi super rápido. O funcionário não me perguntou absolutamente nada, apenas pegou e conferiu meus documentos, registrou as minhas informações no computador, apontou a direção da câmera e tirou minha foto em meio segundo. Depois, pediu para eu colocar meus dois dedos indicadores em um leitor de digitais, arrancou o meu rim (paguei os 300 euros) e me liberou para o próximo atendimento.

3º atendimento – Gê

Ela Gê foi chamada novamente, desta vez para colher as impressões digitais. Com muito esforço eles conseguiram dizer o nome dela com o sotaque irlandês e, ela, também com muito esforço, conseguiu entender que a estavam chamando. No caso de alguns dedinhos dela, não conseguiram colher as digitais, mas não implicaram e deixaram pra lá.

3º atendimento parte 1 – Guto

Dizem que chamaram meu nome, mas não consegui compreender. Percebi que se tratava de mim porque meus quatro olhos funcionaram bem e consegui enxergar o rostinho barbado da minha foto no passaporte, que o funcionário estava sacudindo lá na porta da sala em que eu já devia estar. A saída foi correr até lá, falar o milagroso “Sorry” e seguir adiante. Acontece que, enquanto eu estava colocando os meus dedinhos para colherem minhas impressões digitais, o sistema travou e o funcionário, após dizer um “shit”, disse que precisaria reiniciar o sistema e me chamaria novamente. Quando ele fechou o sistema, olhei para a tela e vi que se tratava de um computador com Windows XP. Bem educadamente, o funcionário solicitou que eu aguardasse meu nome ser chamado novamente, do lado de fora da sala. E foi o que fiz.

3º atendimento parte 2 – Guto

O mesmo funcionário me chamou novamente e, dessa vez, mesmo com as constantes ameaças de travamento do sistema, deu tudo certinho e eu só saí da sala quando todas as minhas digitais foram colhidas.

4º atendimento – Gê

Às 17h37 a Gê foi chamada para receber o passaporte carimbado. Acho que a funcionária olhou para o primeiro nome da Gê e desistiu de pronunciá-lo. Começou do segundo nome e a Gê entendeu que estavam falando dela. Correu lá e pegou o passaporte carimbado.

4º atendimento – Guto

Às 18h eu fui chamado por algo parecido com meu nome e recebi meu passaporte carimbado.

Bom, no fim das contas a gente ficou lá 3 horas e 20 minutos, mas o processo da Gê, como um todo, foi mais lento que o meu, pois durou três horas, enquanto que o meu, pouco mais de duas horas. Já ouvimos alguns relatos de pessoas que ficaram lá cerca de 4 ou 5 horas, então acredito que fomos privilegiados.

Apesar do tédio da espera, o local até que tem certo conforto, é decente. A gente espera sentado, numas cadeiras de madeira (Sorry, não são acolchoadas), tem água e banheiro, iluminado com uma lâmpada azul que causa vontade de sair rápido do local, de tão forte e esquisita. Não sentimos frio nem calor no salão, então acredito que a climatização estava funcionando bem. Muita gente fica lendo livro, batendo papo ou mexendo no celular. Eu acabei estudando um pouco, comi uns pedaços de chocolate e curti o tédio.

Olha, de modo geral foi bem tranquilo. Tirando o medo de ser deportada que a Gê teve ao ter o cartão recusado e o medo de ser preso que eu tive ao travar o sistema no momento do recolhimento das digitais (é muito filme policial essa imaginação nossa), correu tudo bem tranquilo! Teve alguma experiência interessante no seu processo de visto? Conta aqui pra gente nos comentários!

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