Mineiros na Estrada

Como foram nossos 4 dias de safári por conta própria no Kruger National Park – Dia 2


Continuando nosso relato sobre nossos quatro dias de safári por conta própria no Kruger National Park, na África do Sul, neste post contaremos como foi o segundo dia. Já leu o post do primeiro dia? Então, faça isso antes de prosseguir, pois é primordial para que você compreenda alguns aspectos deste post:

Leia também: Como foi fazer safári por conta própria no Kruger National Park por 4 dias – 1º dia

Como foi nosso segundo dia de safári

Após uma noite de descanso no ótimo Little Pilgrims Boutique Hotel, partimos de Hazyview com destino ao portão Numbi do Kruger. A ideia era entrar pelo Numbi, almoçar no Skukuza e sair pelo Phabeni, conforme mapa abaixo. Realmente, foi o que percorremos, porém, como já estávamos mais familiarizados com o parque, neste dia fizemos vários desvios por estradas de terra, em busca de fontes de água.


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Entrando pelo portão Numbi

Já expliquei anteriormente como funciona o controle de entrada e saída nos portões do Kruger. No portão Numbi, tivemos que descer do carro e ir até a recepção, onde preenchemos o formulário de entrada e efetuamos o pagamento. Havia uma pequena fila, mas foi rápido: em cerca de 10 minutos estávamos liberados. Recebemos o folheto com as normas do parque e o recibo de pagamento afixado nele. Saímos da recepção, pegamos o carro e fomos até a cancela, onde o funcionário fez a conferência.

Começando o safári

O dia já começou maravilhoso! Com apenas poucos quilômetros rodados, nos deparamos com um grupo dos raros antílopes sable, ou palancas negras. Quase não acreditei, fiquei até na dúvida se realmente eram esses antílopes, pois há apenas 290 exemplares em todo o parque!

Antílope sable ou palanca negra. Animal bem raro de se ver no Kruger

Já mais seguros e familiarizados com o parque, começamos a fazer desvios por estradas de terra e conseguimos ver o primeiro grupo de zebras bem de pertinho. 

Ainda por esse caminho, vimos javalis e mais zebras, dessa vez pastando junto com impalas.

Oi, Pumba!

Seguindo essa mesma estrada, um veículo nos parou e disse que, se continuássemos por ali e olhássemos para baixo, poderíamos ver um leopardo. Fomos devagar, olhando atentos, mas a ausência de carros nos dizia que, ou havíamos entendido errado, ou o leopardo já havia ido embora.

Até que chegamos a um lago que estava cercado de carros. Era ali! Só podia ser ali! Conseguimos parar em uma vaguinha entre duas árvores, que nos dava apenas uma pequena visão de parte do lago. Havia três carros com fotógrafos profissionais, com aquelas câmeras com lentes camufladas e enormes, que sozinhas comprariam Belo Horizonte inteira. Todas apontadas para o lado de lá, para onde não conseguíamos ver. Certeza de que o leopardo estava lá. 

Como não conseguíamos observar nada do lado onde achávamos que o leopardo estava, nos contentamos por admirar aquilo que era possível. Bem à nossa frente, tínhamos a visão privilegiada de um hipopótamo. Sobre ele estavam um pássaro, que deve ser um tipo de garça, e várias tartarugas. Ficamos por minutos ali e conseguimos ver duas tartarugas nadando até o hipopótamo e subindo em sua cacunda. Instantes depois, o bichão emergiu e deu aquele bocejão, escancarando para nós os seus belos dentões.

Passados mais uns minutos, um javali se aproximou, bebeu água, entrou rapidinho no lago e saiu correndo, com seu andar-rebolado peculiar.

Mais um tempo depois, veio um elefante e entrou no lago, bebeu água e se molhou com a ajuda da tromba! 

Já estávamos quase indo embora quando o inesperado aconteceu: o leopardo veio andando e se deitou embaixo de um arbusto. Ficamos muito eufóricos, pois nós achávamos que o leopardo seria um animal que não veríamos, por ter hábitos noturnos e sempre ficar mais escondido. E nós havíamos acabado de ver um leopardo andando, ainda que brevemente. Ele se deitou atrás da folhagem, mas nós só víamos o contorno da sua cabeça.

Com a movimentação do leopardo, os outros carros se foram e nós resolvemos ir para onde eles tinham parado anteriormente. Ficamos ali, sozinhos, esperando, esperando, esperando… Até que o leopardo se levantou, saiu de trás dos arbustos, veio andando e se deitou na gramínea à beira do lago. Não ficou ali muito tempo e logo nos presenteou com outro desfile. Levantou-se, foi para lá, parou, deu uma olhadela ao redor, voltou para cá, se sentou. E a gente era pura emoção!

Recuperados do êxtase, seguimos nosso safári. Neste dia vimos outros dois tipo de antílopes pela primeira vez, de pertinho: os cobos-de-meia-lua e os cudos (kudus). Cobos-de-meia-lua são aqueles que tem um círculo no bumbum, enquanto os cudos machos possuem os chifres em espiral. Vimos vários deles pastando e muitos atravessaram a estrada bem na nossa frente.

Kudu fêmea
Kudu macho

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Almoço no Skukuza

Nossa parada para banheiro e alimentação foi no Skukuza, o rest camp que é conhecido como a capital do parque. Ao contrário do dia anterior, nesse dia, resolvemos comer na lanchonete. Guto pediu um wrap e eu, um hambúguer. Não achamos maravilhoso, mas estava satisfatório.

Leia também: O que são os rest camps

A loja do Skukuza é bem grandinha e há várias opções tanto de lembranças, quanto de comidas industrializadas. Também vimos binóculos para aluguel.

Hambúrguer vendido no Skukuza. Era simples, mas satisfatório.

Continuando após o almoço

Depois de almoçarmos, seguimos dirigindo em direção ao portão de saída, mas fizemos alguns desvios por estradas de terra. A parte da tarde foi repleta de cenas sensacionais!

Uma cena muito interessante e inusitada que presenciamos foi a de duas girafas se coçando. Elas se posicionaram uma de frente para a outra, com os seus pescoços formando um x. E aí uma girafa dobrava o pescoço por cima do da companheira, de modo que quem olhasse de lado via dois troncos, mas só um pescoço. A girafa com o pescoço dobrado o esfregava e depois levantava. Em seguida, a segunda girafa fazia o mesmo. E repetiram isso por várias e várias vezes, enquanto a gente ficava com medo delas se quebrarem.

Mais emoção ainda estava por vir. Em determinado momento estávamos em uma estrada asfaltada e vimos que, paralela a ela, mas em um nível mais baixo, passa uma estrada de terra. Resolvemos percorrê-la. A certa altura notamos dois carros estacionados em uma entradinha que era como se fosse uma alça. Logo que encostamos nosso carro, os outros dois saíram e nós ficamos procurando o que eles haviam visto. Demoramos alguns segundos, porque estávamos procurando lá longe. Quando nos demos conta de que o alvo da observação estava a 10 metros do nosso carro e era nada mais, nada menos que uma leoa, fomos tomados por uma grande euforia! “Uma leoa! Uma leoa!”, a gente não parava de dizer.

Ah, que emoção!

Somente depois de alguns instantes vimos que um pouco mais atrás estavam outros leões! Éramos somente nós e eles! Durante todo o período que ficamos observando o grupo de felinos ninguém mais chegou.

Ainda conseguimos ver mais cudos, zebras, macacos babuínos se alimentando, um esquilo e mais girafas.

Kudus atravessando a estrada

Continuando nosso caminho, paramos o carro para dar a preferência para uma manada de elefantes que atravessava a estrada. Contamos 50! Ainda conseguíamos ver, mais adiante, um grupo enorme de impalas também cruzando a estrada.

Quase finalizando o dia, paramos quando vimos vários carros estacionados. Imaginem nossa surpresa ao avistarmos o segundo leopardo do dia! Deitado, tranquilão, como só um predador que não tem o que temer pode ficar.

Saímos do parque e nos dirigimos até Woodlands Guest House, em Hazyview, onde pernoitamos. Precisávamos mesmo nos recuperar, pois no dia seguinte ainda teríamos mais safári e mais surpresas.


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