Mineiros na Estrada

Viagem ao Peru: Dia 5 – Tour pelo Vale Sagrado (Chinchero, Salinas de Maras, Moray e Ollantaytambo)


Este seria o nosso último dia pelo Vale Sagrado e também o último dia com o nosso guia Juan. Após o passeio, já ficaríamos na estação de trem para irmos para Águas Calientes. Acordamos  bem cedinho, terminamos de arrumar as malas, fui ao escritório da companhia de trem, como já contei aqui, enquanto Guto foi levar a mala grande para o hostel onde ficaríamos na volta de Machu Picchu (não conseguimos um mesmo hostel para ficar antes e depois). Às 8 horas, o Juan nos pegou.

Antes de continuar, se você ainda não viu o que fizemos nos dias anteriores, leia estes posts:


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Índice de posts sobre o Peru


Pronto. O roteiro do dia era Chinchero, Maras, Moray e Ollantaytambo, onde pegaríamos o trem.

Saímos da cidade em direção noroeste, passamos pela periferia (bem precária) e pegamos a rodovia. Até nossa primeira parada foram cerca de 30 minutos de paisagens lindas: Andes, Andes e mais Andes! Picos nevados, céu azul e campos de cultivo em tons de verde e amarelo. E logo chegamos à primeira parada.

Chinchero

Chinchero fica a cerca de 30 quilômetros do centro de Cusco e a 3700 metros de altitude (oi, soroche!). O lugar foi escolhido por Túpac Yupanqui, um imperador inca, para ser sua residência e foi também um importante centro agrícola. Os espanhóis construíram uma igreja sobre as bases incas do que era o palácio do Yupanqui, a Igreja de Nossa Senhora da Natividade. A igreja é bem simplesinha por fora, mas bastante adornada em seu interior. Pena que fotografias não são permitidas.

Em frente à igreja está a praça principal, onde artesãs tentam vender seus produtos. No dia que fomos, estavam preparando para gravação de um programa de TV. Não vimos as mulheres explicando sobre a produção da lã, como havia lido que veríamos ali, não sei se por esse motivo. Dizem que aos domingos acontece uma grande feira, na qual os moradores praticam ainda hoje o escambo de mercadorias.

Da praça, ainda vemos a porta de entrada da aldeia inca e, ao longe, a imponente Cordilheira.

É possível observar algumas terrazas agrícolas e também muros incas bastante preservados. No dia, uma equipe de arqueólogos trabalhava em uma escavação.

Muros incas em Chinchero

Nas ruelas estreitas e íngremes por onde passamos, havia lojinhas de artesanato, mas nem paramos, pois o Juan disse que são mais caros que no mercado de Cusco.

Chinchero

A entrada está incluída no Boleto Turístico.

Pegamos mais estradas com paisagens estonteantes, até a segunda parada do dia.

Estrada entre Chinchero e Maras

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Salinera de Maras

Na estreita e curvilínea estrada que leva às salinas, o primeiro impacto: UAU!

Estávamos avistando-a de um ponto mais alto. Era possível ver os incontáveis poços brancos e marrons. Incrível e completamente diferente de tudo o que já havia visto.

Trata-se de uma mina de sal explorada por uma cooperativa de famílias. O sal é retirado de um manancial de água salgada, que está acima dos poços. O riacho salgado foi canalizado de modo que a água encha os tanques. Durante o período da seca, a água evapora e o sal é extraído.

Cada família é responsável por uma determinada quantidade de poços – são mais de três mil deles! Eles não podem ser vendidos e passam de pai para filho.

Estima-se, segundo o Juan, que a salina exista desde o século IV antes de Cristo!

Podemos andar por um trecho em meio aos tanques. Havia um trabalhador recolhendo sal de um deles e ficamos observando, não muito tempo, porque o sol estava castigando!

Passamos ao lado do riachinho e eu me abaixei para me certificar que a água era mesmo salgada, hehe.

Na entrada da cooperativa, as famílias vendem o sal e vários temperos, em embalagens de vários tamanhos. Vendem também cereais e grãos. Nós compramos dois tipos de milho, feijão e banana chips (tá, banana não é cereal e nem grão, mas tinha, também). O milho e o feijão são como um petisco, para comer daquele jeito que está ali.

Não está incluso no boleto turístico. Entrada: 10 soles (em maio de 2016). Funcionamento: de 7h às 17h.

Variedade de milho no Peru

Moray

Antes de falar sobre Moray, vou deixar uma dica grátis. Se você for a Maras antes de ir a Moray, vá ao banheiro em Maras. Em Moray, só tem UM banheiro (uma privada) para toda a galera! Além de demorar horrores e não ter papel (dica grátis 2: leve sempre papel higiênico e um frasquinho de sabonete líquido), você imagina o estado em que fica a casinha. De nada!

Moray está a 7 quilômetros de Maras e a 3500 metros de altitude. Logo do mirante da entrada, já se vê a foto de cartão-postal. Degraus dispostos em círculos concêntricos. Que lugar é esse?

A teoria mais provável é que Moray tenha sido uma espécie de laboratório agrícola, no qual os incas faziam experimentos, cultivando produtos em diferentes alturas. Estudiosos do local verificaram que há diferença de até 1°C entre um degrau e outro! Quanto mais ao centro, mais frio. Perfeito para se estudar quais as melhores condições de clima e solo para determinado tipo de cultivo. Cada degrau tem, em média, 1,80 metro de altura, e podia ser escalado por pedras colocadas em sua face vertical. Atualmente, por questões de preservação do sítio arqueológico, não é mais possível descer até o centro.

Além desse conjunto maior, há dois outros menores, que também podem ser vistos, mas não “descidos”.

A visita a Moray está incluída no boleto turístico.

Pegamos novamente a estrada, igualmente com lindas paisagens, mas com muitíssimas curvas.

Passamos por um hotel em cápsulas, no alto da montanha. Cerca de mil reais a diária. Encara?

Ollantaytambo

Eu me apaixonei por Ollantaytambo. É um sítio arqueológico enorme (a área total do complexo é de 600 hectares), com a única vila inca ainda habitada no Peru e ainda usam os mesmos aquedutos para abastecer de água sua população. Aqui a gente vê monumentos militares, religiosos, agrícolas, astronômicos.

Igreja na entrada da cidade

Ruela em Ollanta – aquedutos ainda funcionam

Passando pela entrada do parque arqueológico, olhamos para o alto e… putz! É muita subida e, mesmo estando a uma altitude menor que os outros sítios que visitamos, “apenas” 2800 metros acima do nível do mar, o cansaço bate forte.

Mas vale o esforço. Lá de cima a gente tem uma melhor compreensão do lugar e vê o vilarejo pequenininho lá na base.

E, quando olhamos para a montanha à frente, vemos um rosto esculpido no meio dela! Ainda não se sabe se seria Wiracocha, divindade inca, criador de tudo o que existe, ou Tunupa, enviado de Wiracocha à Terra para povoá-la. A arquitetura impressiona. Depósitos de alimentos construídos no alto das montanhas podiam conservá-los por meses, pois estavam em locais estratégicos, onde mesmo com sol recebem muito vento.

Observe o rosto na montanha. À direita dele, seria o armazém.

Paramos próximo ao Templo das Dez Janelas, assim chamado devido à presença de dez nichos na parede.

Templo das Dez Janelas

Subimos mais um pouco até o Templo do Sol, que é de se deslumbrar. Pedras imensas, no alto da montanha. É possível ver estruturas onde eram amarradas cordas, provavelmente para içar as pedras montanha acima, e as marcas em sulcos nessas estruturas, resultantes do atrito das cordas com a pedra. O curioso é que as pedras não são encontradas naquela região, mas, sim, a quilômetros de distância e pesam até 90 toneladas!

Templo do Sol

Descemos tudo e fomos até uma fonte cerimonial para prestar culto ao deus da água, o Templo da Água. O incrível é que ela foi projetada de modo que em 21 de junho, solstício de inverno, o primeiro raio de sol incide sobre a canaleta da fonte.

Wiracocha (ou Tunupa?) na janela

Como teríamos que pegar o trem, encerramos o passeio por volta das 14h. Esse último dia eu achei bem corrido. Ollanta é sensacional, um dos pontos mais legais de todo o Vale Sagrado e, infelizmente, fizemos correndo e nem percorremos todo o sítio. Hoje eu reservaria mais tempo para Ollanta.

Bom, o guia sugeriu que ficássemos na feirinha, almoçássemos ali e depois descêssemos para a estação de trem para seguirmos para Águas Calientes. Mas, nosso embarque era às 16h, gastaríamos uns 15 a 20 minutos descendo a pé até a estação, estava calor pra caramba e ainda não tínhamos almoçado. Resolvemos descer direto para a estação e procurar um lugar para comer por lá mesmo.

Juan nos deixou lá e nos despedimos. Entramos no primeiro restaurante da ruela da estação e sentamos em uma mesa. Esperamos 10 minutos e ninguém veio nos atender! Passavam por nós, mas era como se fôssemos invisíveis. Fomos embora e entramos em um outro, super simples, com quatro mesinhas e pedimos um sanduíche de frango e um misto quente.  Já eram 15h! Na estação de trem, achamos um espaço na sombra e esperamos o trem, mas, bem, tudo isso eu já contei detalhadamente no post abaixo!

Leia também: Peru: Como é viajar na Inca Rail – de executiva e primeira classes

Veja no mapa abaixo os locais visitados neste dia de tour pelo Vale Sagrado.

Quer saber mais sobre o guia? Leia também: Como foi nosso tour com guia privado pelo Vale Sagrado

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