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O que ver e fazer em Machu Picchu


Patrimônio da Humanidade pela Unesco* desde 1983 e uma das sete maravilhas do mundo moderno, Machu Picchu deixa os visitantes estupefatos.  É todo um conjunto: sítios arqueológicos, vista dos Andes, inclusive de picos nevados, e biodiversidade – floresta tropical, lhamas soltas e muitas flores são alguns exemplos.

Este era o nosso sexto dia no Peru (a lista dos links dos posts com o que fizemos nos outros dias está mais abaixo). Já tínhamos perambulado pelas ruas de Cusco, explorado bastante o Vale Sagrado, percorrido a Rota do Barroco Andino, conhecido uma salina milenar e havíamos chegado em Águas Calientes, o povoado aos pés de Machu Picchu, no dia anterior, de trem.

Leia também: Como é viajar na Inca Rail – de executiva e primeira classes

Já estávamos maravilhados com o país e bem familiarizados com a cultura e a história dos incas, já que contratamos um guia privado por três dias inteiros. Já havíamos experimentado os vários tipos de papas, milhos e quinoas. Já sabíamos sobre a trilogia condor-puma-serpente, já conseguíamos explicar o que é solstício, já tínhamos incorporado a palavra pucara ao nosso dicionário e pronunciávamos Tambomachay, Sacsayhuaman e Ollantaytambo com naturalidade. Arrisco dizer que até já diferenciávamos lhamas, alpacas, guanacos e vicunhas. Também já sabíamos o que se vende em uma chicharroneria. E já sabíamos quem eram Wiracocha, Pachacútec, Túpac Amaru, Inca Garcilasso e Manoelito. Se você não faz ideia do que estou falando, leia os posts abaixo.

Pachacútec com o condor, o puma e a serpente

Pachacútec com o condor, o puma e a serpente

Leia também:

Como foi nosso tour com guia privado pelo Vale Sagrado

Viagem ao Peru: dias 1 e 2 – Passeios leves por Cusco

Viagem ao Peru: dia 3 – Qorikancha e Vale Sagrado (Sacsayhuaman, Qenqo, Pukapukara, Tambomachay, Pisaq)

Viagem ao Peru: dia 4 – Tour pelo Vale Sagrado (Tipón, Pikillaqta, Rumicolca Andahuaylillas, Huaro, Urcos)

Viagem ao Peru: dia 5 – Vale Sagrado (Chinchero, Maras, Moray, Ollantaytambo)

machu picchu ruinas (3)

Mas, este seria o grande dia! Ansiedade era pouco para descrever o que eu sentia. Às 4 da manhã estávamos levantando. Tomamos um pobre café da manhã, nos arrumamos e pouco antes das cinco fomos para o ponto de ônibus para subir até Machu Picchu, achando que seríamos um dos primeiros, já que o primeiro ônibus era só às 5h30 e era meio de semana, fora de temporada. Ledo engano!

Ponto de ônibus

Ponto de ônibus

Sério, deviam ter umas 600 pessoas na fila! Sem exagerar! A gente foi subindo procurando o fim da fila e não chegava nunca. Por sorte, antes das cinco e meia os ônibus já foram se aproximando. O embarque foi bem rápido. Vários fiscais vão conferindo os passaportes e os ingressos para o parque. Assim que todas as cadeiras do ônibus eram ocupadas (ninguém viaja em pé e são 33 lugares), ele já saía e começavam a embarcar o próximo. Uns 20 ônibus e 30 minutos depois, chegou a nossa vez.

O trajeto é todo em zigue-zague, cortando a montanha, numa vista maravilhosa. Em determinado ponto, avistamos as primeiras ruínas – era só o começo da emoção. Vez ou outra, víamos alguns corajosos que encaravam a subida a pé.

O ônibus gasta cerca de meia hora para chegar até a portaria do parque. Quando desembarcamos, já vimos vários grupos se juntarem em torno de seus guias. Muitos deles ficam por ali oferecendo seus serviços. Nós já fomos direto para o parque. A ideia era andarmos sozinhos, conhecermos tudo e aí depois sairmos e contratarmos um guia para nos acompanhar (mas, se você já leu este post linkado abaixo, já sabe que não rolou).

Leia também: Tudo o que você precisa saber para organizar uma viagem para Machu Picchu

Passamos pela portaria, andamos um pouco e aí já demos de cara com isso:

primeira vista machu picchu

Para quem, como eu, sonhava há anos em visitar Machu Picchu, ficar frente a frente com esse cartão-postal foi algo mágico (me desculpem o clichê). Meu coração chegou a disparar. Ficamos ali alguns momentos contemplando.

Depois, de termos nosso primeiro momento de admiração, cara a cara com a Velha Montanha (que aliás, é o significado de Machu Picchu), começamos a explorar o parque. Eu já tinha estudado muito, muito, muito sobre a cidadela e sobre os incas. Além disso, os três dias com o Juan, nosso guia, foram um intensivão de história e cultura, como eu já disse. Assim, a gente já conseguia se localizar e entender os setores em que estávamos (pegue um mapa no Ministério da Cultura, em Águas Calientes). Nós cruzamos o Setor Agrícola, percorremos todo o Setor Urbano, depois fomos a Intipunku, então  rodamos o Setor Agrícola e finalizamos na Ponte Inca.

Foi muito bom ter chegado bem cedinho. A gente conseguiu andar no parque com ele mais vazio, ter nossos momentos quase a sós com Machu Picchu, tirar fotos sem muitos bicos, descansar, parar para alimentar, tudo antes da grande aglomeração chegar. Se você for cedinho você verá  como o parque lota por volta das 10h30-11h.

Além disso, a gente pôde ver o sol aparecer por detrás das montanhas e iluminar pouco a pouco a cidadela. Indescritível!

nascer do sol em machu picchu

Foto do nosso Instagram. Você já segue a gente?

O que ver em Machu Picchu?

O parque é bem grande e dividido em dois grandes setores: o Urbano e o Agrícola, ambos com várias construções e elementos. Com o ingresso normal é possível percorrer toda a extensão desses dois setores, bem como fazer as trilhas para a Ponte Inca e para a Porta do Sol.

Pagando um valor extra, é possível subir uma das montanhas: Huayna Picchu ou Machu Picchu (É isso mesmo: uma das montanhas também se chama Machu Picchu). Mais abaixo, falarei sobre cada atração separadamente – continue lendo.

Enquanto estiver percorrendo o parque, note as belas construções, os grandes muros com encaixes perfeitos, os blocos de pedra entalhados, os nichos nas paredes.

Grande muro

Grande muro com encaixes perfeitos

Os picos nevados ao fundo embelezam ainda mais o cenário

Os picos nevados ao fundo embelezam ainda mais o cenário

Nichos nas paredes

Nichos nas paredes

Lembra que eu falei da flora? Preste atenção nas flores pelo caminho…

MACHU PICCHU FLORA

MACHU PICCHU FLORA 4 MACHU PICCHU FLORA 2 MACHU PICCHU FLORA 3 MACHU PICCHU FLORA 5Quanto às lhamas, não preciso nem dizer… Certamente você as verá. E vai se encantar. Mas, cuidado! Quando irritadas elas cospem meleca!

MACHU PICCHU LHAMA 2

lhamas machu picchu MACHU PICCHU LHAMA

Antes de falarmos sobre o que pode ser visto no parque, vamos falar um pouquinho sobre Machu Picchu. Senta que lá vem história.

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Inca Pachacútec, o idealizador

Inca Pachacútec, o imperador que idealizou Machu Picchu (aquele da estátua no começo do post), escolheu o alto de uma montanha com vista espetacular, rodeada de outras montanhas, e próxima a uma fonte de água, que foi canalizada por meio de aquedutos de pedra. Quando a água chegava à cidadela inca, era distribuída por 16 fontes em todo complexo. A água era sagrada para os incas e o exímio domínio dos canais de irrigação de Machu Picchu impressiona os engenheiros hidráulicos ainda hoje.

machu picchu

Muitas montanhas no entorno da cidadela

Isso sem falar que o primeiro lugar em que a água caía era no quarto de Pachacútec, garantindo que ele tivesse a água mais pura possível, além de ter uma piscininha em seu aposento real. A habitação do Pachacútec, nem precisa dizer, era a melhor e mais bem construída da cidade, com dois cômodos, um dos quais com acesso a uma salinha com sistema de esgoto.

Sua visão privilegiada dos vales ao redor, permitia ver qualquer aproximação de tropas inimigas.

Arqueólogos que estudaram a cidade concluíram que cerca de 60% do trabalho foi focado nos alicerces de pedra. Como as construções eram de granito e a região recebe intensas chuvas, os engenheiros incas precisaram criar um forte alicerce que suportasse tanto o peso das construções, quanto a água das chuvas.

Como grandes estudiosos de astronomia que eram, vários astrônomos foram levados para trabalhar na construção da cidade, em conjunto com engenheiros e pedreiros, para edificar observatórios precisos para determinar os sosltícios de verão e de inverno e outros eventos astronômicos.

Outros trabalhadores foram direcionados para construção de estradas para ligar MP à capital Cusco e também a outros centros como Ollantaytmabo e Písac, e para trabalhar nos terraços agrícolas, que proveriam alimento para parte do império inca.

machu picchu ruinas (11)

A redescoberta da cidadela

Machu Picchu, que quer dizer Velha Montanha em quéchua, foi redescoberta em junho de 1911 pelo explorador americano Hiram Bingham. Esse “achado” foi publicado na National Geographic. Dá uma olhada nas fotos incríveis.

É sabido, porém, que, mesmo antes da chegada de Bingham, os nativos sabiam muito bem da existência de MP. Inclusive foram eles que levaram o explorador até lá.

machu picchu ruinas (4)

Embora os espanhóis tenham detonado tudo quanto foi povoado que encontraram pela frente, Machu Picchu foi mantida. Isso porque estava bem protegida pela densa floresta e tinha dificílimo acesso. Há quem diga que os incas, quando perceberam a inevitável queda de seu império, ocultaram as trilhas que levavam à região para impedir que fosse descoberta e destruída pelos invasores. Não é à toa que Machu Picchu é chamada de “cidade perdida dos incas”.

A primeira expedição de Hiram Bighram encontrou restos mortais de 135 pessoas, sendo 109 mulheres, 22 homens e quatro crianças. Encontraram também martelos de pedra, polidores, facas e barras de bronze, próximos aos homens, e vasos de barro, próximos às mulheres. Por toda a cidadela foram encontrados 555 potes de cerâmica, 350 pratos e jarros, 200 peças de bronze e prata, entre facas, machados, cinzéis, pinças, estiletes, anéis, pulseiras, discos, sinos, agulhas e pingentes, 156 discos de pedra de diferentes tamanhos, um cálice preto de pedra e uma pedra em formato de pomba. Bingham levou para os Estados Unidos 46 mil peças retiradas de Machu Picchu, alegando estudá-las na Universidade Yale e devolvê-las em um ano. Adivinha se isso ocorreu? Claro que não! As peças (nem todas) só foram devolvidas em 2012, após vários acordos entre o Peru e a Universidade.

machu picchu ruinas (6)

Os setores de Machu Picchu

Como eu já disse, há dois grandes setores em MP: o Setor Urbano, o maior deles e dentro do qual estão os “subsetores” Espiritual e Residencial, e o Setor Agrícola, com as terrazas.

machu picchu ruinas (5)

O Setor Urbano

O maior setor de Machu Picchu, separado do Setor Agrícola por um muro de 400 metros de comprimento.

machu picchu 2 machu picchu ruinas (1) machu picchu ruinas (2) machu picchu ruinas (8)

machu picchu

Algumas construções desse setor são:

O Templo do Sol

Uma construção surpreendente, feita com um único bloco de granito, sobre o qual foi feita uma parede curva, com quatorze fileiras de blocos de pedra encaixados. Há duas janelas, uma a leste e outra a oeste, planejadas de forma que os raios de sol do solstício de inverno, 21 de junho, atinjam a pedra que está no interior da construção. Do lado de fora das janelas, há saliências como botões. Do lado de dentro, há nichos na parede.

É a única construção curva de Machu Picchu.

templo do sol machu picchu

machu pichu templo do sol templo do sol machu picchu

A Tumba Real

Abaixo do Templo do Sol, sob o bloco único de granito, está a tumba real. O bloco de granito é ao mesmo tempo o teto e a entrada da tumba, que parece uma caverna, e dentro da qual há nichos nas paredes e uma rocha esculpida com seis degraus.

machu piccu tumba real

Desculpem a qualidade da foto. Foi a única que tirei.

O  Templo Sagrado Principal

O Templo Maior, ou Templo Principal, foi provavelmente feito para Wiracocha, o deus criador de tudo o que há. São três paredes, uma delas com uma única peça de granito. Há uma pedra como um altar com mais de quatro metros de comprimento e duas pedras menores ao lado. Um dos muros tem mais de 2,5 metros de altura, e blocos retangulares que vão diminuindo de tamanho, e sete nichos em forma de trapézio.

Como as pedras nesse templo são maiores e com melhor acabamento, os estudiosos acreditam que era o templo mais importante.

Dali temos uma visão linda dos Andes.

templo principal machu picchu

vista do templo principal

Vista que temos lá no Templo do Sol terrazas agricolas machu picchu - vista do templo principal

O Templo das Três Janelas

São três paredes, uma de mais de dez metros de comprimento com três grandes janelas.

Um pilar de pedra, acredita-se, sustentava o teto. Há uma pedra esculpida com uma figura que representa os três níveis do mundo para os incas: o céu, o mundo e o inframundo.

Tres janelas machu picchu

templo das tres janelas

Intihuatana

Fica na maior esplanada do Setor Espiritual, no topo de terrazas. É um grande bloco de pedra de 1,8 metro de altura,com uma forma de prisma quandrangular, com cada face voltada para um ponto cardeal, e que cria uma sombra que se move com a posição do sol, como um relógio de sol. Os incas calculavam o tempo e as estações do ano de acordo com as sombras projetadas.

É ligada à Praça Sagrada por uma escadaria.

intihuatana

A Praça Sagrada

É uma área quase quadrada no meio de Machu Picchu, cercada pelo Templo Sagrado, Templo das três Janelas e Intihuatana e Câmara dos Sacerdotes.  Aqui aconteciam rituais e cerimônias. Hoje é um lugar comum para se ver as lhamas.

praça sagrada machu picchu

Acllahuasi

Ocupando boa parte do Setor Residencial estão as essas construções de pé-direito alto, provavelmente usado para mulheres que trabalhavam em rituais religiosos. Atrás, há salas usadas para armazenar a colheita. Uma escadaria leva essa área para o Templo do Condor.

acllahuasi acllahuasi machu picchu

Templo do Condor

É uma escultura de pedra formando o pescoço e a cabeça de um condor, cortada no chão, como se o animal estivesse bebendo água de uma fonte. Há cavernas ao redor e vários ossos de lhamas, já que ali era um local onde elas eram sacrificadas aos deuses andinos.

templo do condor machu picchu

O condor tá aí no chão, ó.

Olha ele aí

Olha ele aí

templo do condor

E a grande pedra de granito

A seção dos mortares

No Setor Residencial, há uma área com mortares, onde há dois discos de pedra no centro de uma sala, como espelhos d’água. Acredita-se que eram usados para cerimônias de observação do céu, que se refletia na água.

mortares machu picchu

Fontes e Aquedutos

A água era um elemento venerado, de grande significado espiritual. Por isso tantas fontes na cidadela: são 16.

Área dos intelectuais

É uma área com salas com paredes de rocha maciça, ruas estreitas, terrazas com vista para o vale. Em uma das salas, há uma estrutura de pedra no chão que, provavelmente, foi usada para preparar tintas para decorar cerâmicas.

quarto dos intelctuais (1) quarto dos intelctuais (2)

As prisões

Pela ruela para entrar na área dos intelectuais se acessa a área das prisões. Há anéis nas bordas que provavelmente serviram para imobilizar os presos.

As três portas

São portas de batentes duplos com furos nas laterais que pareciam se encaixar com pinos que seriam usados para fechá-las.

O Setor Agrícola

São terrazas ou degraus, com a face vertical de pedra, com aproximadamente 3 metros de altura. Foi tão maravilhosamente construído, com um sistema de drenagem tão incrível, que a produção não era afetada pelas chuvas. Se assim não fosse, MP não teria sobrevivido às chuvas torrenciais de uma floresta tropical. Os degraus também estão em diversas altitudes, proporcionando o cultivo de diferentes espécies de sementes. Próximo à entrada do parque, vemos alguns armazéns, onde se guardavam os alimentos.

machu picchu setor agricola setor agricola machu picchu

O Cemitério do Sul

Fica em uma esplanada antes de chegar à entrada principal de Machu Picchu. Possui uma pedra de 4 metros de comprimento por 1,20 metro de altura, a rocha cerimonial ou funerária.

rocha cerimonial

Intipunku ou Porta do Sol

Quando os viajantes vão a Machu Picchu pela Trilha Inca, aquela dos quatro ou cinco dias, é por ali que eles chegam a Machu Picchu – pela Porta do Sol. Imagina que emoção chegar ao sítio arqueológico por cima e dar de cara com a cidadela pequenininha lá ao longe.

É possível chegar até lá estando dentro de Machu Picchu. Quando você entrar no parque, verá indicações de Intipunku – fica à esquerda.

Um pouco mais de um quilômetro e meio de subida moderada e chegamos à Porta do Sol. Começamos a subida por volta das 11h, depois de já ter andado por quase todo o parque. O sol estava muito forte. O calor úmido fazia a roupa grudar no corpo. Tudo isso dificultou a subida e a gente pensou em voltar algumas vezes, confesso. A gente andava, andava, andava e não chegava nunca… A gente via o fim da trilha lá em cima, pequenino. Mas aí a gente cruzava com pessoas descendo e elas sempre incentivando quem estava subindo: Vamos! Vocês conseguem! Vale a pena!

A caminho de Intipunku

A caminho de Intipunku

E fomos nós, subindo devagar, parando às vezes, quando havia sombra, para beber água.

E quando alcançamos o fim, realmente vimos que vale a pena! Vista panorâmica de toda a cidadela e mais a estrada em zigue-zague pela qual subimos de ônibus.

Vamos subindo!

Vamos subindo…

Vamos subindo!

Vamos subindo mais…

INTIPUNKU PORTA DO SOL MACHU PICCHU (2)

Chegamos! Olha a estrada em zigue-zague.

INTIPUNKU

Fim da trilha

Intipunku está incluído no ingresso do parque. Se você não for subir as montanhas pagas à parte, que têm horário marcado, sugiro que comece seu passeio por essa trilha para a Porta do Sol, com o sol mais baixo e o tempo mais fresco.

Ponte Inca

Muita gente fala que não tem graça, que é só uma ponte e que nem dá para chegar perto. Já eu achei uma construção bem interessante.

Para chegar até lá, a gente passa por uma guarita, onde escrevemos nossos nomes e o horário de entrada é anotado. Na volta, a gente registra a saída. Isso é para controle do parque. Se alguém entra na trilha para a ponte e não volta, algo, provavelmente aconteceu e eles tomarão as providências. Já deu para imaginar que o caminho não é assim um exemplo de segurança, né?

A trilha até a ponte é praticamente plana e sob árvores. Em alguns trechos, porém, é bem estreita e tem até um cabo de aço na parede para o visitante segurar. Muito cuidado, pois há um grande penhasco. O caminho é muito bonito, com muito verde e uma vista para o vale.

Uma boa dica, que já dei neste post aqui, é que lá na guarita de entrada da trilha vendem água mineral.

PONTE INCA MACHU PICCHU (5)

Sente só!

PONTE INCA MACHU PICCHU (4)

Vista do vale

Menos de vinte minutos de caminhada, avistamos a ponte. É verdade que um portão impede que cheguemos mais próximos a ela, mas a distância é suficientes para ver que engenharia bacana. Muitas pedras empilhadas na parede da montanha e toras de madeira ligando um lado a outro.

PONTE INCA MACHU PICCHU (1)

PONTE INCA MACHU PICCHU (6)

PONTE INCA MACHU PICCHU (2)

PONTE INCA MACHU PICCHU (3)

O mais perto que podemos chegar

Atrações pagas à parte

Até aqui, tudo o que vimos está incluso no ingresso normal de Machu Picchu. Existem, porém, dois ingressos especiais.

Huayna Picchu

É uma montanha localizada ao norte da cidadela, coberta com vegetação. Seu topo está a 2740 metros de altitude em relação ao nível do mar e 350 metros acima de Machu Picchu. Com um ingresso a parte, é possível escalá-la. O acesso à montanha é próximo às Três Portas. A subida é íngreme, em degraus talhados das rochas. Para quem não sabe de qual montanha estou falando, é aquela maior da foto cartão-postal.

A maior montanha na foto é Huayna Picchu

A maior montanha na foto é Huayna Picchu

Huayna Picchu

Huayna Picchu

Na parte alta da montanha há terrazas de cultivo e ruínas que indicam que havia ali uma pucara, um posto de observação militar.

Dizem que de Huayna Picchu se vê que Machu Picchu é construída na forma de um condor, com a cabeça voltada para o norte (eu não consegui identificar pelas fotos).

Quando nós programamos nossa viagem, 90 dias antes, já não havia mais ingressos disponíveis. Como apenas 400 pessoas podem subir a montanha por dia, os ingressos acabam muito rápido.

A subida é bem puxada, demora cerca de uma hora e demanda certo preparo físico. Não posso falar por mim, porque não subi, mas deixo links de outros blogueiros que escreveram sobre Huayna Picchu.

O grande guru das viagens, Ricardo Freire, do Viaje na Viagem, não subiu e acha que é dispensável, pois não compensa tanto esforço.

O Gleiber, do Andarilhos do Mundo, gostou da experiência, mas também fala dos perrengues, assim como o Fábio, do Viagens Cinematográficas.

Leia também o relato da Vanessa, do Ciao Viaggio, que, sedendetária, se esforçou, subiu, torceu o pé na descida, e não acha que subir Huayna Picchu é assim tão imprescindível, não.

Sobre compra de ingresso leia este post:

Tudo o que você precisa saber para organizar uma viagem para Machu Picchu

Templo da Lua

Uma hora e meia caminhando após Huayna Picchu e se chega a uma construção subterrânea, uma série de cavernas, algumas esculpidas com blocos de pedras, com nichos e batentes duplos e triplos. Supõe-se que tenha sido um cemitério.

machu picchu ruinas (7)

Montanha Machu Picchu

Outra montanha paga à parte é a Montanha Machu Picchu, que é chamada apenas de montanha na hora de comprar o ingresso. A subida é menos íngreme que a de Huayna Picchu, mas o percurso é mais longo. São vendidos 800 ingressos diários, com duas entradas de 400, uma de 7h às 8h e outra de 9h às 10h. Veja as experiências do Filipe, do Lá vou eu, da Tatiane, do Por aí e por aqui, e da Lígia, do Vamos Fugir. O Filipe também dá dicas sobre qual montanha escolher para subir.

Curiosidade: O Túmulo Imperial

Foi descoberto apenas em 2012 por um explorador francês, utilizando uma espécie de radar, que localizou uma grande câmara funeral a 20 metros abaixo do nível do solo. O equipamento fez uma análise 3D e verificou que há 12 câmaras, com múmias, algumas muito pequenas, o que sugerem ser de crianças. Nesse grande túmulo há também uma grande quantidade de ouro e prata e uma escada de acesso, banhada à ouro, que leva à câmara principal (tudo isso foi “visto” por meio de equipamentos).

Devido à complexidade e aos materiais usados, infere-se que a tumba seja da linhagem real, e talvez o próprio Pachacútec esteja sepultado ali.

Mapa de Machu Picchu

Se quiser pegar um mapinha para percorrer a cidadela sozinho, há disponíveis no posto do Ministério da Cultura em Águas Calientes. Para se prevenir, imprima em casa e leve um com você, como este aqui.

E aí? Vale a pena?

Demais da conta! Se eu pudesse voltaria lá sem pensar duas vezes. É clichezão falar isso, mas Machu Picchu é um lugar único. O local foi cuidadosamente escolhido, as vistas são deslumbrantes, a arquitetura é fantástica. A inteligência do povo inca é admirável!

Se você também tem vontade de conhecer, planeje-se, comece a economizar e realize esse sonho!

machu picchu vista

machu picchu

Patrimônios da Unesco

* Este post é parte de uma blogagem coletiva com mais 31 blogueiros de viagem falando sobre Patrimônios da Unesco por todo o mundo. A relação dos blogs participantes segue abaixo. Veja também o que está rolando nas redes sociais. É só procurar pela #PatrimoniosUnesco!

banner blogagem coletiva patrimonio unesco

Viajonários – Patrimônios Mundiais da UNESCO em Londres
– Lolepocket – Explorando o melhor das ilhas gregas: um dia em Delos
– Foco no Mundo – Patrimônios da UNESCO para visitar no Brasil
– Destinos por onde andei… – Salvador, Patrimônio Mundial da UNESCO
– Mariana Viaja – Conjunto da Pampulha, novo Patrimônio Mundial da UNESCO
– Pegadas na Estrada – 15 Parques Nacionais Patrimônios da UNESCO que você precisa conhecer
– Família Viagem – Patrimônio Mundial da UNESCO: Estátua da Liberdade
– Viagens que Sonhamos – Pampulha, conhecendo o novo Patrimônio Mundial da Unesco
– Pequeno Grande Mundo – Patrimônios Mundiais da UNESCO em Malta
-Viagens Invisíveis – Os inacreditáveis templos de Angkor, Camboja
– Outro blog – Chapada dos Veadeiros | Alto Paraíso de Goiás
– Mochilão Barato – Missões Jesuítas no Paraguai
– Asas pra que te quero – Castelos da Inglaterra: a história sombria da Torre de Londres
– Vaneza com Z – Patrimônios na Humanidade em Portugal: Sintra e Porto
– Trilhas e Cantos – Patrimônios no País de Gales: Castelos e Fortificações do Rei Eduardo I
– Projeto 101 Países – Persépolis: a joia preciosa do Irã
– Volto Logo – 7 Patrimônios Culturais da UNESCO para conhecer na América Latina
– Atravessar Fronteiras – Ouro Preto: perfeita aliança entre história e modernidade
– Uma Senhora Viagem – Olinda, Linda cidade, Lindo patrimônio
– Coordenadas do Mundo – 8 Patrimônios da Humanidade para visitar na Austrália
– Olhares pelo mundo – Cidade Histórica de Ayutthaya, Patrimônio da UNESCO a um Pulo de Bangkok
– Cantinho de Ná – Palácio de Versalhes. Patrimônio UNESCO com louvor.
– Trippolis – Distrito Histórico de Quebec
– Viviendo en el México Mágico – México e a UNESCO!
– Devaneios de Biela –  Fortaleza de Suomenlinna: Patrimônio Histórico em Helsinki
– De Mochila e Caneca – Catedral de São Basílio, a igreja mais bonita do mundo!
– Ligado em Viagem – Hierápolis-Pamukkale, lindo Patrimônio Mundial da Unesco na Turquia
– Por aí com os Pires – Foz do Iguaçu – Parque Nacional do Iguaçu
– Apure Guria! – 5 dicas para visitar o Angkor no Camboja
– E aí, Férias! – Ouro Preto, a cidade patrimônio cultural da UNESCO e ponto focal da Estrada Real
– Virando Gringa – Cidade Proibida – Patrimônio Mundial da Humanidade na China
Tá indo pra onde? – Patrimônios da UNESCO na Alemanha
– Na dúvida, embarque – Itália: o país com mais Patrimônios da Humanidade
– Destino Mundo Afora – Cinco patrimônios mundiais da Unesco para visitar no Brasil e Estados Unidos 



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62 comentários em “O que ver e fazer em Machu Picchu

  1. Um sonho que sempre tive foi conhecer Machu Picchu. Infelizmente não tive a oportunidade ainda, mas agora estou procurando me informar para realizar este desejo.
    Parabéns pelo artigo, certamente é um grande incentivo para muitas pessoas, incluindo-me nesta lista. 🙂

    Um abraço,

    Claudio

  2. Pingback: Tour com guia privado pelo Vale Sagrado dos Incas, no Peru

  3. Pingback: Peru: tour por Qorikancha e parte do Vale Sagrado: Sacsayhuaman, Qenqo, Pukapukara, Tambomachay, Pisaq

  4. Pingback: Viagem ao Peru - dias 7 e 8: Cusco » Mineiros na estrada

  5. Com esse post não precisa nem contratar guia… só imprimir e fazer um mini manual de machu picchu 🙂 tá completo e me fez sentir a emoção de estar por lá pela primeira vez (coisa que eu perdi depois da segunda visita, que foi meio trágica =/).

    Parabéns pelo esforço (e tremeeeeenda paciência) de fazer um post tão completo e detalhado!

  6. Nossa! Esse foi o artigo mais completo que li sobre MP! Quantos dias leva para conhecer o que sugeriram no post? Acho q se for pra lá vou me perder fácil nessss paisagens. Amo natureza e arquitetura antiga

  7. Adorei conhecer o Machu Pichu, das experiencias mais lindas da minha vida! nos nao apanhamos onibus, fomos mesmo a caminhar até bem lá acima. Foi sofrido mas valeu bem a pena!
    Um guia durante 3 dias é capaz de ser uma otima ideia para entender melhor o que passou naquele Vale Sagrado.

  8. Um lugar dos meus sonhos e que, por probleminhas de saúde, não poderei conhecer. Então, sempre que vejo alguém falando dele corro para ler e me deixar encantar. Amei, rico em detalhes e com imagens que me permitiram pegar uma caroninha na viagem de vocês. Obrigada. BjO!!!

  9. Parabéns pelo post, super completo, um verdadeiro guia!!! Fomos em Machu Picchu em 2012, foi incrível. Infelizmente não subimos em Huayna Picchu, vamos ter que voltar! Abraços, Cristina e Renato – Blog Pegadas na Estrada

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