A cultura mineira no Centro de Arte Popular

Sou capaz de apostar que boa parte dos belorizontinos jamais ouviu falar do Centro de Arte Popular, um museu riquíssimo, repleto de representações da mais tradicional arte mineira. Ou, como eles dizem lá, cultura de raiz. Aquela arte que perdura há várias gerações, passadas de pai para filho, fazendo com que aquele conhecimento seja perpetuado.

O Centro de Arte Popular da Cemig faz parte do Circuito Cultural Praça da Liberdade e fica na rua Gonçalves Dias, bem perto da praça. O prédio é de 1920 e já foi residência e hospital, antes de ser adaptado para receber o museu.

São quatro salas temáticas de exposições permanentes. A visita é livre e bem tranquila, pois os painéis e vídeos vão guiando o nosso olhar.

A maior parte dos objetos são feitos de cerâmica e de madeira, mas também há arte em tecido e papel. A origem também é bem vasta, com representantes de várias regiões do estado.

Na Sala Grandes Mestres temos impressionantes mandalas formadas por figuras humanas do escultor Geraldo Teles de Oliveira, o GTO, nascido em Itapecerica. Nesta mesma sala está representado o rico artesanato do Vale do Jequitinhonha, com noivas, noivos e cenas que representam o cotidiano.

Na sala sobre arte religiosa, temos a arte da cantaria – a “arte de fazer a pedra cantar”. Aqui em Minas, sobretudo nas cidades históricas, é bem comum vermos pedras como obras de arte em altares de igrejas, pontes, chafarizes, fontes e várias outras formas. Temos também oratórios, imagens, ex-votos, presépios e representação de tapetes de serragens, comuns em festividades de Semana Santa e Corpus Christi.

Arte em tecidos também está representada em lindíssimas colchas e redes. A arte usada como ofício também está lá, em formas de queijo e tachos, o que me lembrou muito o Museu de Artes e Ofícios.