Mineiros na Estrada

Como é pegar a van de Ollantaytambo para Cusco


Atualizado em março de 2018

Bem, pessoas, este post só eu poderia escrever, porque a outra componente do Mineiros na Estrada estava dormindo no momento dos principais acontecimentos.

A Gê já contou pra vocês do upgrade que a gente ganhou na viagem de trem, quando estávamos retornando de Machu Picchu. Nosso destino final, partindo de Aguas Calientes, era Cusco. A estação de trem de Ollantaytambo fica distante de Cusco cerca de 70 km, uma viagem de carro que deveria durar pouco mais de uma hora e meia. Já já vocês entenderão o porquê da palavra “deveria”.

Descemos do magnífico vagão de trem às 20h40 e voltamos à realidade: corpo suado, cansaço sem fim, vontade imensa de tomar um banho e dormir, mas o que havia para nós, no momento, era a correria para pegar a van. A carruagem de repente virou abóbora. Na saída da estação de trem ficam paradas várias vans e táxis com motoristas abordando os viajantes que querem ir para Cusco, num esquema de oferta bem maior que a demanda, pelo menos no nosso dia foi assim.

Cobraram 10 soles por cabeça e a van não foi lotada. Era uma van simples, mas com certo conforto. Não rolou serviço de bordo, nem TV, nem música, mas ninguém estava dando importância a isso após um dia inteiro em Machu Picchu. Aqui cabe uma ressalva, porque, com quase 1,90 m de altura, quase nunca consigo acomodar as minhas pernas confortavelmente. Eu sempre levo tinta.

Na van, junto com a gente, embarcou um casal que estava no mesmo vagão para ricos, e eles não ganharam upgrade, ou seja, provavelmente eram ricos mesmo. Não me compreendam mal, mas isso causou em mim uma leve sensação de estar utilizando um meio de transporte com certa credibilidade.

Sentamos na poltrona que fica atrás do motorista. A Gê, que costuma passar mal de carro quando viaja de carro/ônibus, tratou de tomar o Dramin e apagou. Por motivos de força maior, acabei ficando acordado, mesmo estando acabado depois do longo dia em Machu Picchu.

Logo no início do trajeto, leves pontadas de tensão. Coisa de mineiro desconfiado, eu sei. Mas quando o motorista e a cobradora começaram a conversar em quéchua (uma das línguas nativas do Peru), e eu não conseguia entender absolutamente nada, comecei a viajar na maionese: e se eles fizerem parte de uma organização de tráfico internacional de órgãos? Fiquei pensando em como seria acordar no dia seguinte deitado em uma banheira cheia de gelo e sem os rins (Alguém conhece essa história?).

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Mas aí o meu pensamento foi interrompido por um barulho: um pigarro longo, barulhento e esquisito. Sem explicação, eu não consigo imitar. Era muito estranho. Com o passar da viagem, percebi que o pigarro era também uma espécie de tique, repetido em intervalos de tempo iguais. Era um a cada dois minutos, mais ou menos – sim eu contei, era o que tinha para fazer na van escura.

Consegue imaginar uma viagem de duas horas e meia (não sei por que, embarcamos às 21h em Ollanta e chegamos a Cusco, na Plaza San Francisco, às 23h30, ou seja, a viagem durou uma hora a mais que o previsto) nessas condições? Foram aproximadamente 90 pigarros. Foram 90 tentativas de cochilar, foram 90 sustos, foram 90 vontades repentinas de querer ter um tampão de ouvido. Umas 30 vontades de gritar e xingar o dono dos pigarros alienígenas. Só que o pigarrento era o motorista da van, aquele que supostamente ia vender meus rins. Só se eu fosse louco para importuná-lo.

Ah, e mesmo que os pigarros não existissem (ou eu fosse surdo), não ia poder dormir, porque a van balançava muito e eu precisava cuidar da Gê, que estava dormindo, babando e se jogando de um lado para o outro.

Já deu pra ver que a viagem incrível de trem foi um pouco ofuscada com a experiência dessa viagem de van, né? Mas vejamos o lado bom, ninguém roubou os meus rins e a van não estragou, nem furou pneu. Pelo menos chegamos ao destino inteiros. Aí foi só chegar ao hotel, tomar banho e dormir.

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E de Cusco para Ollantaytambo?

Há vans que saem de Cusco, de hora em hora, a partir das 8h. O ponto de partida é a Calle Pavitos. Custa 10 soles. Quem fez esse trajeto foi a Gabi, do blog Estrangeira.


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