Mineiros na Estrada

Viagem ao Peru: Dia 4 – Tour pelo Vale Sagrado (Tipón, Pikillacta, Rumicolca e as igrejas de Andahuaylillas, Huaro e Urcos)


Recuperados do dia anterior, que foi intenso, acordamos cedinho, tomamos café e 8h25 já estávamos na esquina do hostel esperando o Juan, nosso guia.

Será que esse segundo dia de tour pelo Vale Sagrado seria tão bom quanto o primeiro?

O roteiro do dia seria por vilarejos e sítios arqueológicos a sudeste de Cusco. E lá fomos nós!

Quando começamos a sair de Cusco, pegamos uma rodovia que é a via de acesso a Puno, no Lago Titicaca. Uma coisa muito curiosa é que ela é cheia de comércio, mas tudo setorizado. Várias chicharronerías (como se fossem torresmos gigantes – enormes mesmo), depois várias cuyerías, depois várias cevicherías, várias panaderías e por aí vai.


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Tipón

A primeira parada foi no sítio arqueológico de Tipón, a 27 quilômetros de Cusco e 3310 metros de altitude. Chegamos junto com o casal que estava fazendo o tour com a gente (eles foram em outro carro, com a esposa do Juan).

Assim como vimos em Písaq, há várias terrazas para produção agrícola. O grande diferencial aqui é o grande sistema de irrigação, feito com muitos aquedutos, inclusive subterrâneos, todos ainda em funcionamento. Vários armazéns e quartos ainda podem ser vistos lá.

O Juan nos conduziu em um ritual feito com a cantua, flor típica de lá. Pega-se três flores do chão, faz-se três pedidos, inspira-se três vezes pela boca, rapidamente, e então joga-se as flores na fonte de água.

Em um ponto mais alto, adivinha o que temos? Isso mesmo, uma pucara, que você já sabe o que é porque leu aqui. E a vista que se tem é bem bonita.

A entrada está incluída no boleto turístico. Está aberto diariamente, de 7h às 18h.

Pikillaqta

Essas ruínas ficam em um distrito chamado Lucre e pertenceram a uma civilização pré-inca, os  wari, ou huari, que ali viveram entre os séculos VI a IX, segundo estudos. Pikillaqta (ou Pikillacta) quer dizer “povo pulga”! Eles são assim conhecidos devido a sua pequena estatura, pois mediam apenas um metro e meio. O parque arqueológico é bem grande: tem cerca de 50 hectares e 700 construções, feitas em pedras brutas, adobe e gesso. Os arqueólogos estimam que tenham vivido 10 mil pessoas ao mesmo tempo nesse povoado.

Foi em Pikillacta que nós vimos árvores que não sabíamos que existiam: pimenteiras. Sim, pimentas em grandes árvores.

Pimenteira

É possível também ter uma boa vista do Lago de Huacarpay.

A entrada aqui também está incluída no boleto turístico.

Lago Huacarpay

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Rumilcolca

Cerca de 500 metros adiante de Pikillacta está Rumicolca, que são grandes muralhas que funcionavam como uma pucara. Acredita-se que a primeira construção seja da época dos huari e que, mais tarde, com o domínio inca, a muralha tenha sido revestida de pedras esculpidas e polidas. Entre as muralhas há duas passagens. Nas paredes internas dessas passagens, vemos protuberâncias, que também vimos em algumas ruas de Cusco, que estudiosos acreditam ser um tipo de escrita ideográfica.

Aqui não é necessário boleto turístico.

Andahuaylillas

Andahuaylillas é um distrito da província de Quispicanchi, a 40 quilômetros de Cusco. O lugarejo chama a atenção por sua igreja, que faz parte da Rota do Barroco Andino, e é conhecida como a Capela Sistina das Américas. O nome oficial é Templo San Pedro Apóstol de Andahuaylillas, que foi construído no final do século XVI e início do XVII. Os incas foram obrigados a construir templos cristãos, mas conseguiram incluir muito de sua cultura, seja por meio de desenhos, ou nas vestimentas e cor da pele dos santos.

A montanha já anuncia que chegamos

O exterior da igreja é simples: uma torre, três cruzes no adro, uma sacada. Mas quando entramos, a quantidade de ouro impressiona! A nave da igreja é praticamente toda coberta de ouro. Além disso, é toda pintada. Também podemos ver trabalhos de origem árabe, o mudéjar, pois, como bem nos lembrou o Juan, os árabes invadiram a Península Ibérica, deixando ali, também, um pouco de sua cultura.

Mudéjar

Pinturas externas

Interior da igreja – Foto: Associación SEMPA – Compañia de Jesús

Interior da igreja – Foto: Associación SEMPA – Compañia de Jesús

A igreja possui dois órgãos de tubo, que são os mais antigos das Américas e ainda funcionam perfeitamente, sendo usados nas cerimônias.

No interior da igreja não são permitidas fotografias e filmagens, razão pela qual as fotos que utilizei são da própria Compañia de Jesús. A igreja está aberta diariamente, das 7h30 às 17h30.

A entrada não está inclusa no boleto turístico. O ingresso custa 10 soles e dá direito a visitar outras duas igrejas. Junto com o ingresso, recebemos um CD que tem um guia em PDF sobre a Rota do Barroco Andino, com mais 300 páginas. O combinado com o Juan era visitar apenas essa, mas como ainda era cedo, fomos às outras duas.

Igreja de São João Batista de Huaro

Bem próximo a Andahuaylillas está a Igreja de Huaro, em uma comunidade de mesmo nome. A sua construção data da segunda metade do século XVII. Também tem o exterior simples, mas a parte interna é repleta de desenhos e pinturas, feitos por um famoso artista cusquenho, Tadeo Escalante, no século XVIII. Uma pintura bem grande é a representação do inferno.

Interior da igreja – Foto: Associación SEMPA – Compañia de Jesús

Capela da Virgem Purificada de Canincunca

A terceira e última igreja foi uma capelinha perto do povoado de Urcos, a capital da província de Quispicanchi. Também conhecida como Capela da Virgem de Candelária, foi construída no século VIII é a mais simples das três, mas também cheia de pinturas. Atrás da igreja está o cemitério, que é bem diferente do que costumamos ver por aqui – de longe parece um conjunto de casinhas.

igreja huaro peru rota do barroco andino

O cemitério

Retorno para Cusco

Na volta, passamos pela mesmo rodovia da ida e o Juan e a esposa pararam em uma padaria para comprar os gigantes pães cusquenhos, as chutas,  para passarem a semana. A gente aproveitou para experimentar e… Ah, são pães normais. Gostoso como todo pão.

Chutas

Quando chegamos em Cusco já eram quase três horas. Minha cabeça começava a doer, não sei de fome ou por causa do soroche, o mal de altitude.

Leia também: Mal de altitude – quase inevitável, mas dá para aliviar

Fomos a um restaurante que servia menu econômico, o Andean Grill, e depois em um lugar super bacana, o Qucharitas, sorveteria que fabrica o sorvete na hora, na frente do cliente.

Depois fui ao Museu Inka, o museu mais legal de Cusco, na minha opinião. Ele não está incluído no boleto turístico e a entrada é 10 soles.

À noite, minha cabeça piorou e nem chá de coca, nem dipirona, deram conta do recado. Lanchamos besteirinhas de uma lanchonete perto da praça e ficamos no hostel mesmo, descansando e arrumando as malas. No dia seguinte, faríamos o check-out, iríamos para o último dia de tour pelo Vale Sagrado e, então, pegaríamos o trem para Machu Picchu.

Veja no mapa abaixo os locais visitados neste dia de tour pelo Vale Sagrado.

Quer saber mais sobre o guia? Leia também: Como foi nosso tour com guia privado pelo Vale Sagrado

NOTA: As fotos da Compañia de Jesús são de: Marco Antonio Nishiyama Centeno, Padre Jesús Jurado Alarcón, Padre Antonio Sánchez Guardamino e Jerónimo Gonzalez.


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