Mineiros na Estrada

Petrópolis: Visita guiada ao Palácio Quitandinha


Petrópolis, a Cidade Imperial, é famosa por ter sido a residência de verão da família real no Segundo Reinado. Seus prédios do período imperial chamam a atenção. Porém, há uma construção mais recente, já do período republicano, que merece uma visita: o Palácio Quitandinha.

A obra foi feita para ser o maior hotel-cassino das Américas – e realmente foi – atraindo celebridades como Walt Disney e Carmem Miranda.

Atualmente, o Palácio Quitandinha é gerenciado pelo SESC, que fez uma magnífica restauração. Há visitas livres e guiadas, sendo que a entrada da visita guiada (que foi a que fizemos) custa o dobro do valor da livre. Contudo, na nossa opinião, valeu muito, pois soubemos de dados e curiosidades incríveis, que não constavam nos painéis que existem em cada ambiente.


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O hotel-cassino foi idealizado por um mineiro, o tropeiro Joaquim Rolla, que estudou somente até o primário, mas teve a sorte de ser sobrinho de um rico político, que o presenteou com uma tropa de burros. Juntou a sorte ao seu tino para os negócios e foi prosperando até que, com pouco mais de 3o anos de idade, comprou seu primeiro cassino. Não vou entrar em detalhes, para não estragar a visita guiada e nem deixar o post longo demais, mas Rolla foi um dos homens mais ricos do Brasil, sendo o dono de lugares famosos, como os cassinos da Urca, da Pampulha, de Niterói e de Lambari. Era dele também o famoso Edifício JK, em Belo Horizonte.

A visita guiada ao Palácio Quitandinha

Mas, voltando ao Palácio Quitandinha, toda a sua história você aprenderá na visita guiada. A nossa foi conduzida pelo excelente guia Leopoldo, que contou toda cronologia e muitos detalhes dessa obra megalomaníaca. Não tem como se impressionar: são 50 mil metros quadrados, seis andares, muitos salões e 440 quartos do hotel, que hoje são de particulares, que os compraram quando o hotel-cassino faliu. O declínio começou com a proibição do jogo no Brasil, em 1943. O hotel não se sustentou sem o cassino e, a partir de 1963, as unidades começaram a ser vendidas.

Tudo é megalomaníaco. O pé direito é altíssimo, a cúpula do Salão Azul é a segunda maior do mundo, a decoração é exuberante e foi feita por Dorothy Draper, decoradora de Hollywood, a cozinha tem um tamanho inimaginável, os lustres são imensos, a piscina térmica tem formato de piano de cauda e chega a 5 metros de profundidade, o lago tem areia trazida diretamente de Copacabana para criar uma praia artificial. Em vários salões, espelhos foram estrategicamente colocados para observarmos os lustres.

O teatro do Palácio
Um dos salões, com seus imensos lustres
A varanda, de onde se pode ver o lago
Decoração em verde, remetendo às florestas brasileiras – ideia de Dorothy Draper
Banheiro em mármore
Fonte dos desejos
Lustres luxuosos e o esquema dos espelhos
Biblioteca – observe o espelho

Visionário, Rolla usou um sistema de ar condicionado sustentável, em plena década de 1940, aproveitando a água gelada da serra. Havia também um “espaço kids”, onde os pais que estavam hospedados no hotel podiam deixar seus filhos enquanto caiam na jogatina.

Espaço kids
Sala dos correspondentes – os jornalistas podiam acompanhar os eventos em um espaço extremamente moderno para a época

A duração prevista da visita guiada é de uma hora, mas deve depender do interesse do grupo, pois no nosso caso durou quase duas. Depois da visita, podemos andar livremente para fotografar. Pode-se, também, sair das dependências para almoçar (ou qualquer outra coisa) e retornar no mesmo dia.

Há espaços para o visitante descansar

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Palácio Quitandinha

Endereço: Av. Joaquim Rolla, n º 2 – Petrópolis
Telefone: (24) 2245-2020
Informações sobre valores e horários no site oficial do SESC Rio

 Foto de abertura: Rodrigo Soldon (Wikimedia Commons)

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