Mineiros na Estrada

O que fazer em Itaipu Binacional (e um pouco da história)


Atualizado em setembro de 2017

Por mais que a gente fale que a Usina Hidrelétrica de Itaipu é grande, bitela, enorme e gigante, você não terá noção do seu real tamanho se não conferir com seus próprios olhos. Não existe hipérbole para essa obra. É tudo MUITO grandioso! A usina é aberta ao turismo e são vários os passeios oferecidos. Nós fizemos alguns deles e vamos contar como foi em outros posts (a lista está no final deste artigo). Mas antes, vamos te situar.

Veja aqui como ir de transporte público a Itaipu.

Bandeiras do Brasil e do Paraguai, na entrada de Itaipu Binacional

Itaipu Binacional

Itaipu pertence ao Brasil e ao Paraguai, meio a meio. Logo que você entra pelo portal, no ônibus de turismo da usina, você não está em nenhum dos dois países, mas em Itaipu Binacional. Isso se deve a um acordo feito entre eles, a Ata de Itaipu, assinada em 1966. Brasileiros e paraguaios já brigavam por aquele território, que era onde estavam as Sete Quedas, desde o século XVIII. Não se chegava a um consenso sobre o local da divisa entre os dois países. A Ata é uma espécie de tratado, no qual os dois países manifestavam o interesse em estudar conjuntamente o potencial hidrelétrico do rio Paraná.

Daqui pra lá é Itaipu Binacional

Então, lá em Itaipu, tudo é dividido igualmente entre Brasil e Paraguai. Tem um diretor paraguaio e um diretor brasileiro. Os painéis explicativos têm o primeiro idioma alternado: se este é primeiro em espanhol e depois em português, o próximo é primeiro em português e depois em espanhol. Na sala de comando central, onde há trabalho 24 horas por dia, são cinco empregados de cada país. O chefe deles é filho de uma paraguaia e um brasileiro. Não, pera! Isso foi piadinha da guia. O chefe se alterna entre um brasileiro, em um turno, e um paraguaio, no turno subsequente.

A energia produzida é também dividida meio a meio. Dez unidades geradores produzem energia na frequência paraguaia, 50 hertz, dez, na brasileira, 60 hertz.  Só que como o Paraguai usa só uma lasquinha da sua parte, vende o restante para o Brasil.

Um pouco da História

Tudo começou em 1973, com a escolha do local para construção da represa, em lugar do rio Paraná conhecido como Itaipu, que ser dizer “a pedra que canta”, em tupi. No ano seguinte, chegaram as primeiras máquinas e as obras começaram. Naquela época, Foz do Iguaçu tinha apenas duas ruas asfaltadas e 20 mil habitantes. Era preciso criar condições para receber os milhares de trabalhadores que chegariam. Foram construídas nove mil moradias nas margens da represa, escola e hospital para receber e atender os trabalhadores e suas famílias. Em dez anos, a cidade passou a ter mais de 100 mil habitantes. No auge da construção, havia 40 mil empregados trabalhando ao mesmo tempo. Foram criados, do lado de Foz, três conjuntos de casas: os Conjuntos A, para funcionários técnicos e administrativos, B, para a diretoria, e C, para barrageiros. Itaipu foi concluída em um período difícil no setor energético e não havia nenhuma outra hidrelétrica sendo construída. Assim, os trabalhadores decidiram ficar em Foz e Itaipu doou o terreno para a cidade. Até hoje ex-barrageiros e suas famílias moram ali.

Voltando à construção, só o trabalho de escavações para desviar o curso do rio durou três anos. Após desviar o rio, o leito original seco permitiu que fosse construída a barragem principal, toda em concreto: foram mais de 12 MILHÕES de metros cúbicos, ou 210 estádios do Maracanã.

Agora imaginem o trabalho de levar as peças… A roda da primeira turbina pesava 300 toneladas! Em cima do caminhão, ocupava quase três pistas de uma rodovia. Demorou três meses para ir de São Paulo a Foz do Iguaçu. Depois, conseguiram melhorar o tempo com as outras rodas e bateram o recorde de 26 dias.

Roda da turbina, ainda em São Paulo. Foto do acervo de Itaipu Binacional.

Em 1982, as obras da barragem foram concluídas. Fortes chuvas fizeram com que a barragem se enchesse antes do tempo previsto. Para salvar os animais, fizeram uma operação chamada de Mymba Kuera, que em tupi significa “pega bicho” e conseguiram resgatar 36.450 bichinhos.

Em 5 de novembro de 1982, os presidentes João Figueiredo, do Brasil, e Alfredo Stroessner, do Paraguai, acionaram juntos o mecanismo que levanta as 14 comportas e liberaram a água do rio Paraná, que estava represada, inaugurando a maior hidrelétrica do mundo.

Fococa: dizem que os argentinos ficaram com medo de os brasileiros abrirem as comportas de uma vezada só, com raivinha dos hermanos, e inundarem Buenos Aires.

As atrações

 São oito atrações turísticas na usina. Clique nos links para ler os artigos detalhados.

Dica número 1: programe-se e compre os ingressos pela internet com bastante antecedência, especialmente na alta temporada.

Dica número 2: se for ao Ecomuseu, deixe por último. Pegue o ônibus interno gratuito e de lá você pega o ônibus coletivo de volta ou seu carro no estacionamento.

Mais informações:
www.turismoitaipu.com.br
www.itaipu.gov.br