Mineiros na Estrada

Como é o Circuito Especial de Itaipu Binacional


Atualizado em setembro de 2017

Das oito atrações de Itaipu Binacional, nós já fizemos seis, em duas viagens a Foz do Iguaçu. Dessas, a que mais gostamos foi o Circuito Especial. Achamos que vale muito a pena, pois dentro da usina é que a gente sente mesmo como que é o negócio funciona. Antes, algumas recomendações:  Não é permitido fazer o circuito com as pernocas de fora, (portanto, vá de calça), nem de chinelos ou sandálias. Bolsas devem ficar no guarda-volumes (pagamos R$ 8,00, couberam seis bolsas). Pode fotografar e filmar, mas só pode entrar com a câmera, com o case, não. A idade mínima para este passeio é 14 anos.

Veja aqui como ir de transporte público a Itaipu.

Enquanto aguardamos o início do passeio, podemos ver um painel de fotos e maquetes da usina. O circuito começa com um filme curtinho sobre a história da usina e sobre a produção de energia. Depois, todo mundo passa por detectores de metais e vai para a fila do ônibus.

O ônibus tem ar condicionado e água. As guias vão explicando coisas durante todo o passeio. Logo ao passar pelo portal de entrada, vemos o canal da piracema, que é mais bem explicado no Refúgio Biológico. Passamos pelo Bosque dos Trabalhadores, onde cada trabalhador que se aposenta ou faz 30 anos de Itaipu planta uma árvore.

Bosque dos Trabalhadores

Vemos também uma enorme bola de ferro aberta, que, na época da construção, era colocada dentro dos tubos brancos para checar se não haveria vazamento.

Na primeira parada, o Mirante do Vertedouro, a gente não desce do ônibus, mas dá para ter uma visão legal. Uma pena que a gente não vê aquela imagem dos cartões postais, das comportas abertas e a água jorrando. Mas é o comum, pois as comportas são abertas uma ou duas vezes por ano, apenas quando o reservatório está super cheio, quase transbordando.

A segunda parada é de 8 minutos, no Mirante Central. Bem bacana. A gente vê as 20 unidades geradoras, ou melhor, a parte externa delas, que são aqueles  tubos brancos gigantes por onde a água passa com força total.

Em frente, temos um boneco de sucata em homenagem ao barrageiro, o homem de aço que colocou mesmo a mão na massa para construir Itaipu.

Em frente ao boneco, outra obra em sua homenagem, o painel do barrageiro.

Depois a gente vai para cima da barragem. Por questões de segurança, são só 3 minutinhos. É o tempo de olhar o lago, de um lado, e Ciudad del Este, do outro.

As cidades de Foz do Iguaçu, à esquerda, e Ciudad del Este, à direita

O lago é muito grande. Enorme. Gigante, mesmo. Disse a guia que, se cada habitante do planeta fosse lá buscar água, cada um levaria 4 mil litros e em 27 dias o reservatório já estaria totalmente cheio. Do lado da cidade, a gente percebe o quão alta é a barragem. E é isso que faz com que a água entre nos tubões brancos “com força” e gire as turbinas, como veremos já já. Voltamos para o ônibus.

E aí a gente se prepara para entrar na usina. Todos devem colocar os capacetes. O ônibus para nos tubos brancos. Muito grandes: são 10 metros de diâmetro. E muita água está passando por ali. Segundo a guia, as cataratas inteiras caberiam em apenas dois tubos! E todo mundo quer pôr a mão. Sentir a vibração da água. Abraçar.

Lá dentro da usina, a gente aprende um pouco sobre a construção.  Entramos na barragem principal. Tudo em concreto e acaba tendo um vazamentozinho ou outro. Dá infiltração. Tudo isso é previsto e ficam máquinas sugando água o tempo todo. Além dessas barragens, há a de terra e a de enrocamento (rochas). Ao todo são quase 8 km de extensão de barragem, com altura máxima de 196 metros. Essa barragem principal, de concreto, é do tipo gravidade aliviada (viu o tanto que aprendi lá?). Se você observar bem, vai notar que é inclinada, lembrando uma pirâmide, o que faz com que o peso da água seja distribuído e a água não destrua a barragem (explicação bem simplória da guia para nós, leigos).

Lá embaixo, bem embaixo mesmo, a gente vê o antigo leito do rio. Cuidado ao olhar, se seus óculos cairem, já era!

Aprendemos um pouco sobre geração de energia, vimos equipamentos cabulosos, túneis labirínticos, visitamos um saguão com fotos antigas, passamos pela sala de controle central, aquela dos cinco brasileiros e cinco paraguaios.

Parece filme.

Sala de controle central. São cinco brasileiros e cinco paraguaios.

Pegamos um elevador com números esquisitos, que não marcam os andares, mas os metros de altura da barragem, e descemos até o centro da Terra. Tá bom, não foi tanto assim, mas pelo tanto que desceu e pelo calor que fazia, a gente devia estar bem perto. Vimos uma turbina em funcionamento. Mó legal!

E assim terminou o nosso passeio! Um show de organização e uma manhã de muito aprendizado!

Importante!

Há um outro passeio pela usina, mais barato e menos detalhado, chamado de Visita Panorâmica. Para saber como é e ver um comparativo com o Circuito Especial, leia:

Como é a Visita Panorâmica à Usina Hidrelétrica de Itaipu

Não deixe de ler os outros artigos sobre Itaipu:

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Porto Kattamaram: passeio de barco pelo lago de Itaipu

Iluminação da Barragem de Itaipu: passeio noturno em Foz do Iguaçu