Mineiros na Estrada

Rota das Grutas Peter Lund: a Gruta do Maquiné e o Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo


Cordisburgo. Do latim, Cordis, coração. Do alemão, Burgh, uma pequena cidade. Cidade do Coração. Terra de Guimarães Rosa, que amava tanto o lugar que começou e terminou seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras falando sobre a cidade:

“Cordisburgo era pequenina terra sertaneja, trás montanhas, no meio de Minas Gerais. Só quase lugar, mas tão de repente bonito: lá se desencerra a Gruta do Maquiné, milmaravilha (…).”

A cidade faz parte do Circuito das Grutas e da Rota das Grutas Peter Lund. Sobre a Rota e sobre como chegar a Cordisburgo, nós já falamos neste post, cuja leitura recomendamos antes de prosseguir aqui:

Rota das Grutas Peter Lund: informações e roteiro para 2 ou 3 dias

No presente post, falaremos sobre como foi a visita aos dois pontos que conhecemos na cidade: a Gruta do Maquiné e o Museu Casa Guimarães Rosa.

Gruta do Maquiné

A primeira gruta que visitamos na Rota das Grutas Peter Lund foi a Gruta do Maquiné, que é surpreendente. Foi descoberta em 1825 pelo fazendeiro José Maria Maquiné e começou a ser explorada por Peter Lund em 1834 (essa história você já leu aqui).

É a gruta mais bem estruturada para receber o turista, dentre as três da Rota: há banheiros, lanchonete, lojinha e até um restaurante de comida mineira a la carte.

Para visitar, é só comprar o ingresso na bilheteria e esperar o horário do próximo grupo, pois todas as visitas são guiadas.

Como é a visita

Antes de entrarmos na gruta, a guia deu as instruções de segurança: obrigatoriamente deve-se ficar dentro da área delimitada, é proibido tocar nas paredes e nos espeleotemas e as fotografias devem ser tiradas somente nos momentos de paradas.

A Gruta do Maquiné é imensa, mas a visita percorre apenas 650 metros, o que nos permite contemplar sete salões.

Começamos na entrada da gruta, no Salão do Vestíbulo, o único que recebe iluminação natural. Podemos ver a única pintura rupestre encontrada até hoje na Gruta do Maquiné. Ali no Vestíbulo há uma pequena “piscina”, uma bacia de travertino, que as pessoas usam como fonte dos desejos. O dinheiro jogado é recolhido e doado para instituições da cidade. 

Única pintura rupestre da Gruta do Maquiné

Passamos para o Salão das Colunas, com estruturas maravilhosas. Estalactites e estalagmites se encontram, formando colunas grandiosas. A partir desse salão a iluminação é feita com lâmpadas de led.

A guia, sempre muito simpática e demonstrando muito conhecimento, foi explicando sobre a formação da caverna, sobre os espeleotemas e sobre a história da “descoberta” e do mapeamento Gruta do Maquiné.

Pequenas estalactites continuam em formação

Alguns degraus e chegamos ao Salão do Altar ou do Trono. Direcionados pela guia, começamos a enxergar formas nas estruturas. Há uma estalactite com muito brilho, que deixou o grupo impressionado. Ela se assemelha a um altar ou a um trono, dando, portanto, nome ao salão. Neste espaço foi gravada uma cena da novela Império, da Rede Globo, na qual o personagem principal, o Comendador, escondia um diamante.

No Salão do Carneiro, a ação das águas, num trabalho de milhões de anos, parece ter esculpido um animal.

O Salão das Piscinas é cheio de bacias de travertinos, que em época de chuvas, ficam cheios e refletem as estruturas do teto. Deve ser maravilhoso, mas, mesmo tendo visitado a gruta dezembro e já ter começado a época das chuvas, não vimos as piscinas cheias.

No Salão das Fadas é onde mais se percebe o brilho das rochas.

O último salão é dividido em duas partes, o Salão Cemitério e o Salão Lund. Com mais de 160 metros de extensão, ali foram achadas muitas ossadas. Era ali também que Peter Lund dormia em um buraco na rocha, que parecia ser uma ótima cama  – onde o naturalista descansava durante suas expedições, que duravam vários dias.

Em todos os salões, a guia incentiva o grupo a deixar a imaginação fluir, e conseguimos enxergar muitas figuras nas rochas: uma vaca bebendo água, um cogumelo de bomba atômica, um gorila e até um imenso elefante.

Pão francês na Gruta do Maquiné

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Informações importantes para visitar a Gruta do Maquiné

Onde comer

Almoçamos no Chero’s, em frente à entrada da gruta. Lá funciona com prato único: arroz, salada, feijão tropeiro e você escolhe a carne, que pode ser bife de boi, frango frito, frango ao molho pardo ou, ainda, omelete. O valor em dezembro de 2017 era 28 reais por pessoa, podendo pedir reposição do que quiser. Aceitam apenas dinheiro.

Restaurante Chero’s

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O Museu Casa Guimarães Rosa

Embora o objetivo principal fosse conhecer a Gruta do Maquiné, não poderíamos deixar de visitar o Museu Casa Guimarães Rosa, que funciona realmente na casa onde nasceu o escritor e onde ele viveu sua infância. A visita é guiada por monitores adolescentes de um projeto superlegal de contação de histórias, o Miguilim, para deixar as visitas ao museu ainda mais atraentes.

Museu Casa Guimarães Rosa

É bem interessante, pois podemos ver objetos que pertenceram ao escritor, como uma máquina de escrever e ver suas correções feitas à tinta nos textos datilografados. Ele tinha uma letra linda, embora fosse médico de formação, hahaha.

Percorremos todos os cômodos da casa e no final a monitora recitou um trecho de Grande Sertão Veredas.

O valor da entrada, em dezembro de 2017, era R$ 4,00.

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