Continuando a falar sobre nossa viagem pelo Rio Grande do Sul, hoje é a vez de contarmos sobre outra maravilha da natureza que conhecemos em Cambará do Sul. Antes de prosseguirmos, sugiro que você leia o post sobre essa cidade conhecida como a Terra dos Cânions.
Nós já relatamos tudo sobre o passeio ao Cânion do Itaimbezinho, cuja leitura também recomendo antes de continuar.
Limítrofe ao Parque Nacional Aparados da Serra, onde está o Cânion Itaimbezinho, fica o Parque Nacional da Serra Geral. Aqui, o astro é o Cânion Fortaleza, que tem esse nome porque seus paredões lembram muralhas de antigas fortificações, as chamadas fortalezas. Esse cânion tem 7,5 quilômetros de extensão, 2 quilômetros de largura e chega a ter 900 metros de altura. Conseguimos vê-lo quase todo no topo da Trilha do Mirante, sobre a qual falarei mais abaixo.
O Parque Nacional da Serra Geral foi criado por um decreto de 1992 e tem mais de 17 mil hectares de área, que abrange os municípios de Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, e de Jacinto Machado e Praia Grande, em Santa Catarina. Também é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, mas a administração é conjunta à do Aparados da Serra e fica naquele parque.
Ao contrário do Aparados, que tem trilhas bem delimitadas e um Centro do Visitante, aqui não tem nada de infraestrutura. Só uma guarita na entrada do parque, onde um funcionário anota quantas pessoas de cada Estado estão chegando. Ali, e só ali, há um banheiro. Há algumas cercas de proteção próximas a penhascos.
Após a guarita, andamos de carro alguns metros até um estacionamento e depois seguimos a pé. Vimos umas poucas pequenas plaquinhas amarelas indicando as trilhas.
As trilhas
As trilhas podem ser feitas com ou sem guia. São três:
Trilha do Mirante: após subirmos 1,7 km chegamos ao topo da trilha, de onde temos uma maravilhosa vista do Cânion Fortaleza. Uma coisa muito interessante, é que as partes de cima do cânion são do Estado do Rio Grande do Sul, enquanto o vale é de Santa Catarina. Nesse vale corre o rio da Pedra.
Se o dia estiver claro, conseguimos ver o litoral, lá no Município de Torres.
Trilha da Cachoeira do Tigre Preto: com mais 1,5 km de ida chegamos ao rio que forma a cachoeira. Para vê-la é preciso atravessar o rio.
Trilha da Pedra do Segredo: seguindo a trilha da Cachoeira do Tigre Preto, chega-se a um local em que é possível visualizar a Pedra do Segredo: um imenso bloco de pedra de 30 toneladas e cinco metros de altura equilibrado em um bloquinho de 30 centímetros.
Como chegar
O Parque fica a 23 quilômetros do Centro de Cambará, em uma estrada que é a continuação da Avenida Getúlio Vargas, a principal da cidade. Nove dos 23 quilômetros são de estrada de terra em péssimas condições, com muitas pedras e muitos buracos. Vimos alguns carros populares lá no estacionamento, mas não é recomendado, a não ser que você não se incomode com o risco de detonar o seu. Nossos celulares não tinham sinal na estrada, o que pode complicar um eventual pedido de socorro. Se você tem 4×4 dá para ir, mas se não, é melhor contratar uma agência. Não há transporte público para o parque.
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Como foi o nosso passeio
Já contamos aqui que acabamos contratando uma agência para os passeios aos cânions e explicamos o porquê.
Assim como o passeio ao Itaimbezinho, éramos também umas quinze pessoas. Começamos pela Trilha do Mirante. Antes de começarmos a subir, paramos em um ponto para vermos os paredões. Uma parada super rápida – ou olha ou bate foto.
A trilha é sob o sol, então se proteja. Como estava uns 4ºC no nosso dia, o sol nem atrapalhou, mas se você for em um dia quente, leve bastante água.
Começamos a subida a passos rápidos sem direito a nem uma paradinha para olharmos a paisagem. E nem dava para subir e olhar, pois o terreno era muito pedregoso, com buracos e atoleiros, já que havia chovido. Quando enfim chegamos lá em cima e achei que poderia ver tudo com calma, o guia avisou que teríamos dez minutos antes de voltarmos. O dia estava claro, deu para ver o litoral e o vale por onde passa o rio Pedra. Particularmente, achei o Fortaleza ainda mais belo que o Itaimbezinho, pelo qual já tinha me encantado.
Fiquei morrendo de inveja do povo que estava lá sentadinho de bobeira olhando para as muralhas, alguns fazendo um calmo lanche.
Descemos rapidão e pegamos o carro até a entrada das outras trilhas. A trilha para a Cachoeira do Tigre Preto é entre árvores, portanto, mais fresquinha. Ao chegar ao riacho, quem quer atravessar o rio vai com o guia e quem não quer, fica ali esperando sentado em alguma pedra. O resto é tudo igual: passos rápidos e paradas mais rápidas ainda. Começamos a primeira trilha às 9h e 12h45 já estávamos almoçando no centro de Cambará.
Vale a pena contratar guia?
Já falei sobre isso no post sobre o Itaimbezinho e mantenho minha opinião, só que com uma observação importante: como o acesso ao parque é bem complicado por conta da estrada precária, isso impõe, de certa forma, a contratação de um guia. Caso você tenha um 4×4, recomendo ir por conta e tomar o tempo necessário para você. Caso você precise contratar agência, já vá sabendo que é tudo corrido, para não ficar desapontada, como eu.
Nada tira a beleza e o encantamento do lugar, nem a parada vapt-vupt. Mas, como já disse lá no outro post, é uma viagem muito longa pra muitos (avião + quase três horas de carro desde Porto Alegre), um esforço físico razoável, para, no fim das contas, ficarmos apenas 10 minutos lá no topo.
Parque Nacional da Serra Geral
Rodovia CS-012, km 22 – Cambará do Sul – RS
Horário de funcionamento: diariamente, de 8h às 17h (até 18h no horário de verão)
Informações: (54) 3251-1277 ou 1262
Entrada franca
Site oficial
Importante: Não é permitido acampar, nem fazer fogueiras
Leve água e lanche, pois não há lanchonete.
Oi Gê muito obrigada por compartilhar sua viagem. Belos posts. Estou indo no domingo mas teremos apenas uma manhã pra fazer o passeio então teremos que escolher entre o Itaimbezinho e o Fortaleza. Acho que irei pro Itaimbezinho porque estarei com mais duas pessoas que não sei se iriam curtir a trilha do Fortaleza. O que me recomenda?
Oi, Catarina!
A trilha do Itaimbezinho é mais traquila, mesmo.
Dá uma olhada neste post: http://www.mineirosnaestrada.com.br/itaimbezinho-ou-fortaleza/
Ótima viagem para você!
Bom dia Gê!
Não conheço nada por lá e estou indo sozinha no próximo mês, talvez encontre um amigo gaúcho para fazer Cambará comigo.
Gostei muito das dicas sobre contratar ou não guias, justamente porque estou saindo do interior de SP e não gostaria de ficar apenas alguns minutos admirando a paisagem, porém também não pretendo alugar carro por lá. Será que é possivel fazer os cânios de Cambará sozinha (com meu amigo) sem guia para levarmos o tempo que quisermos apreciando a paisagem? De repente pagamos apenas alguém pra nos levar e buscar no parque.
Outra dúvida, pretendo ficar de 2 a 3 dias lá, tempo terei, acha que compensa ir até Itaimbezinho e fazer o mesmo esquema sem guia?
Muito obrigada!
Oi, Priscila.
É possível fazer as trilhas sem guia, sim. Muita gente faz. E tentaria justamente isso que você falou: tentar combinar com alguém para levar e buscar.
E acho que compensa ir ao Itaimbezinho, sim. São paisagens bem diferentes.
Aproveite bastante!
Oii Ge, estou curioso para conhecer o lugar, obrigado pelas dicas. Tenho a intenção de fazer as trilhas de bike, como ainda não conheço o lugar gostaria de tirar a dúvida com você, se é viável ou não o percurso da trilha de bike?
Oi, Paulo.
O Itaimbezinho dá para fazer de bike. Já o Fortaleza, tenho minhas dúvidas, porque tem trechos bem pedregosos e íngremes.
A parte que vai para o rio é bem entre pedras, mesmo…
Oi Gê, li todos os seus posts sobre Cambará, obrigada pelas dicas, só fiquei com uma dúvida, esse passeio das 3 trilhas do Canion Fortaleza é mais curto que o do Itaimbezinho? Vc sabe quanto dá ao todo?
Sobre atravessar o rio, é obrigatório para fazer as 3 trilhas desse dia? É que uma pessoa da nossa família vai com a gente e não está acostumada com trilhas dificeis e muito longas, com rios, etc, então preciso escolher a mais adequada. Obrigada!
Oi, Thaís.
A trilha do Itaimbezinho é mais longa, mas mais tranquila. Só não me lembro a extensão da trilha da Pedra do Segredo. As outras duas somam 6,4 km (ida e volta).
Quem não quer atravessar o rio, pode ficar sentadinho nas pedras e aguardar o grupo ir e voltar da Pedra do Segredo.
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