Mineiros na Estrada

Cânion do Xingó – navegando pelo Rio São Francisco


Na nossa semana em Aracaju, o segundo passeio que fizemos foi ao Cânion do Xingó, o quinto maior cânion navegável do mundo. A entrada do cânion fica no município sergipano de Canindé de São Francisco, a 213 km de Aracaju, divisa com Alagoas. Quando estávamos planejando nossa viagem para Aracaju, decidimos que este seria o passeio prioritário, mesmo sabendo que seria cansativo fazer um bate-volta, e não nos decepcionamos.


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A van da empresa que contratamos nos pegou bem cedinho no hotel. A viagem é um pouco (bastante) cansativa: são cerca de três horas para ir, mais três para voltar. Na ida, vimos um documentário sobre o Cânion, que surgiu com o represamento do Rio São Francisco para a construção da Usina Hidrelétrica de Xingó. Antes era uma área seca, mas com a represa o leito do rio subiu cerca de cem metros.

Lá em Canindé só há um jeito de se chegar ao Cânion: o restaurante Karrancas. Dali saem os catamarãs. Apesar do grande número de turistas, é tudo bem organizado. O guia chega e se apresenta ao pessoal do restaurante. Na hora da saída, somos chamados pelo nome do guia (“turma do guia fulano de tal”). Sem bagunça, sem correria.

Vista do restaurante

O catamarã é bem equipado. Tem banheiro, ducha, lanchonete. Ao todo o passeio pelo rio dura três horas: uma hora para ir, uma hora de parada para banho e uma hora para voltar. A viagem foi tranquila e bem gostosa, apesar da música altíssima e do guia metido a humorista (mas daqueles sem graça).

Cerca de meia hora depois de deixarmos o restaurante, começam a aparecer os primeiros sinais de paredões. Paisagem magnífica, indescritível. O guia vai nomeando as pedras – Gavião, Macaco, Japonês.

E então, daí a pouco, chega-se ao ponto máximo da viagem. O Paraíso do Talhado. O forró arretado é substituído pela música tema de “1492 – A conquista do paraíso” (o cd com a trilha sonora é vendido a R$ 5,00). O guia começa a enaltecer o lugar. Mas nem precisa. Basta contemplar a beleza. Nem precisava de música. Nem de guia. O lugar é estonteante. A água, verde. Os paredões, gigantes.

A parada para banho acontece em uma espécie de porto no meio do rio, em um local delimitado. Dizem que há trechos com quase 200 metros de profundidade. Há uma área menor, com delimitação no fundo também, para a criançada e os menos aventureiros.

Essa parte é meio muvucada, já que todo mundo quer se jogar no rio. Há empréstimo de coletes e macarrões coloridos. Eu nem liguei para a bagunça. Catei meu macarrão lilás e dei um tibum no Velho Chico, de águas verdes e mornas. Delícia. Lindo demais.

Desse ponto saía um barquinho para ir bem lá dentro da Gruta do Talhado. Não fui, mas me arrependi.

Na volta, a maioria das agências fica no Karrancas para almoçar. Preço fechado, buffet livre. A nossa agência nos levou para almoçar em Piranhas, em Alagoas. A comida era simples, caseira, mas bem gostosa.

Havia a opção de se passar em um mirante, mas era só se todos do grupo quisessem. Estávamos doidos para ir, mas um casal do nosso grupo não quis. Males de excursão. Voltamos, então, para Aracaju.

Nossas dicas: o passeio é maravilhoso, mesmo tendo sido cansativo, pois foi feito como bate-volta. Se essa for a única opção, não deixe de fazer. Porém, se pudéssemos voltar, ficaríamos pelo menos mais um dia em Piranhas, para conhecer a Usina Hidrelétrica, o Museu Arqueológico do Xingó e para fazer a Rota do Cangaço.