Mineiros na Estrada

O maravilhoso Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte


Eu me perguntava o porquê do nome do museu: Artes e Ofícios. É que o senso comum aqui em Beagá diz que é um museu sobre trabalhos/profissões, então por que não se chamar só Museu dos Ofícios?. Mas depois de visitá-lo pude compreender bem que com os instrumentos certos, pode-se fazer da arte um ofício e do ofício, arte.

Antes de contar para você como é este museu, te sugiro uma coisa: não faça como eu. Mesmo morando na capital mineira desde bem antes de sua inauguração, enrolei para conhecê-lo. É aquele negócio de não valorizar o que temos em nossa cidade, né?

Até que aproveitei um dia que tive que resolver umas coisas do Centro e, finalmente, fui até lá. Saí de lá brava comigo por não ter feito isso antes! O museu é sensacional e agora está lado a lado com o Memorial Minas no primeiro lugar da minha lista dos preferidos na cidade.

E não tem desculpa para não visitá-lo: o Museu de Artes e Ofícios fica na Praça da Estação, em um local de facílimo acesso, pois é bem servido de linhas de ônibus e também pelo metrô: a Estação Central é bem ali.

Como é o Museu de Artes e Ofícios

O Museu de Artes e Ofícios foi inaugurado em 2006, após restauração da Praça da Estação – ou seja, dos prédios e do entorno. No site do museu você consegue ver as fotos “antes/depois” da revitalização.

Só de estar neste importante edifício tombado, cuja história nasceu junto com a capital mineira, já seria muito especial. Mas, além disso, as mais de 2.500 peças estão dispostas de maneira didática e interessante, em seus 9200 metros quadrados, em exposição permanente, retratando diversas ocupações do período pré-industrial brasileiro.

A exemplo dos outros dois museus criados pelo Instituto Cultural Flávio Gutierrez, o do Oratório, em Ouro Preto, e o de Sant’ Ana, em Tiradentes, o Museu de Artes e Ofícios é um primor em organização e conservação de suas peças. É tudo muito bem setorizado e identificado, com painéis interativos e/ou estáticos explicam do que se trata aquela seção.

No prédio A, onde está o belíssimo hall, há café, lojinha, um espaço para guarda-volumes, uma sala de exposições temporárias e o início das exposições permanentes.

A primeira delas é relacionada a Ofícios do Transporte, como tropeiros, canoeiros, carpinteiros de roda e carpinteiros navais. Em seguida, estão os Ofícios Ambulantes, como os vendedores de rua, os fotógrafos (aqui aprendi a origem da expressão lambe-lambe), barbeiros e dentistas. Entre os Ofícios do Comércio, temos o carregador e o comerciante.

Canoeiro

Tropeiro

Carpinteiro de roda

Fotógrafo lambe-lambe

Cadeira de dentista

Carregador

Passamos por um túnel sobre a linha do metrô e chegamos ao Prédio B, que é bem maior.

Lá temos o Jardim das Energias, com engenhos, moinhos, rodas d’água engrenagens e outros equipamentos pré-industriais para se gerar energia.

Do setor dos Ofícios da Mineração, estão o garimpeiro e o minerador. Representando os  Ofícios do Fogo, temos o ferreiro e o funileiro. A parte dos Ofícios da Madeira é extensa e mostra o carpinteiro, o marceneiro e o tanoeiro, o fabricador de tonéis. O trabalho do ceramista e o do oleiro sao representados no setor Ofícios da Cerâmica. Um outro tipo de comércio é mostrado aqui, com a reprodução de uma botica e de uma venda. Lapidador e ourives estão na seção Ofícios de Lapidação e Ourivesaria. Como exemplos de Ofícios do Couro temos o curtidor, seleiro, chapeleiro e sapateiro.

Lapidador

Sapateiro e chapeleiro

Os Ofícios da Terra também são retratados com o lavrador, o alambiqueiro e o mestre-de-açúcar.

O mezanino traz uma homenagem ao Ofício do Restaurador, já que sem eles, o museu sequer existiria.

No segundo andar estão os ofícios da Conservação e Transformação dos Alimentos: queijeiro, manteigueiro, cozinheiro, e os Ofício do Fio e do Tecido, com os fiadeiros, bordadeiros e costureiros.

Viu só como é rico este museu? São tantas as ocupações tão intimamente ligadas à nossa história, tão relacionadas entre si, já que o resultado de um ofício serve de instrumento de trabalho para outro, e ainda tão presentes no nosso cotidiano. É ou não é um museu especial?

Museu de Artes e Ofícios

Praça Rui Barbosa, 600 (Praça da Estação)
Confira o horário de funcionamento no site oficial
Entrada gratuita
O museu é acessível para pessoas com dificuldade de locomoção

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