Mineiros na Estrada

Visita ao Palácio Cruz e Sousa, em Florianópolis


Assim como outras capitais brasileiras (como Belo Horizonte, Manaus, Rio Branco), o palácio que foi sede do governo catarinense é aberto à visitação pública. No miolinho do centro de Florianópolis, em frente à praça XV de Novembro e quase ao lado da Catedral Metropolitana, está o Palácio Rosado.

O sobrado colonial foi inaugurado em 1875, serviu de residência dos governadores até 1954 e até 1986 funcionou como sede administrativa do Estado.

Passou a se chamar Palácio Cruz e Sousa em 1979, em homenagem ao poeta catarinense. Em 1984, foi tombado pelo Patrimônio Histórico de Santa Catarina e passou por uma revitalização. Dois anos mais tarde, foi reaberto e passou a ser a sede do Museu Histórico de Santa Catarina.

Na fachada, há dez estátuas de entidades mitológicas e de Santa Catarina, esculpidas por um artista italiano. A calçada é coberta com ladrilhos importados, colocados em 1910.

Logo ao entrar pela portaria principal, já ficamos impressionados com as escadarias em mármore carrara e com o teto todo trabalhado.

Na sala à direita, está uma exposição sobre o poeta Cruz e Sousa, que dá nome ao Palácio. Abolicionista, filho de pais alforriados, viveu entre 1861 e 1898 e foi um importante nome do Simbolismo brasileiro. Seus restos mortais estão em uma urna nessa sala.

Ainda no primeiro piso, há uma exposição sobre as rendeiras de bilro, uma técnica de confecção de renda herdada da colonização açoriana.

De volta ao saguão de entrada, subimos a escadaria de mármore até o segundo piso. Antes mesmo de começar a passear pelos cômodos, já dá para se encantar. Vitrais coloridos, paredes trabalhadas, estátuas, balaústres, móveis de época, pinturas e desenhos em gesso no teto, incluindo nomes de municípios catarinenses. Tudo digno de um palácio.

Uma funcionária vem nos receber e dar as orientações: é proibido tocar nos objetos e fotografar com flash. Além disso, temos que colocar uma pantufa sobre os nossos calçados, para preservar o piso, que é magnífico!

Começamos pelo Gabinete do Governador:

Passamos para a Sala da Casa Militar, na qual estava um belo relógio que badalou assim que pusemos os pés na sala. Morri de susto, mas era só porque era meio dia.

Seguimos pela Sala da Clarabóia, que servia de circulação de serviços.

A próxima foi o Salão Vermelho, que funcionava como sala de jantar. Móveis requintados, lustre pendente sobre a mesa e uma cópia do quadro “Primeira Missa no Brasil”.

Fomos para a Sala de Visita, que é a sala de música. Além do piano e do violoncelo, partituras compõem a decoração.

Por fim, chegamos ao Salão Nobre, onde aconteciam solenidades diversas, inclusive velórios.


No meio do teto, uma versão do brasão de Santa Catarina: uma águia com asas abertas, ladeada por um ramo de trigo e um de café, que são unidos sob os pés da ave. Na ponta de cada um dos ramos está um anjo. O primeiro segura uma chave, o segundo, uma âncora. No peito da águia está um laço com o nome do estado de Santa Catarina.

Em cada uma das quatro arestas do teto com as paredes, estão datas importantes para o país: 7 de setembro de 1822, 13 de maio de 1888, 24 de fevereiro de 1891, data da segunda Constituição brasileira, marcando a transição da monarquia para a república. A quarta estava danificada e eu não consegui identificar.

Pantufas devolvidas, descemos novamente e fomos aos fundos mo palácio, onde ficam os jardins. Basta sair e entrar pela rua lateral. Não tem nada extraordinário – só uma área com umas plantinhas normais e a vista da fachada posterior do palácio.

A visita é rápida – em menos de uma hora dá para ver tudo com calma. Senti falta de visita guiada. Com certeza, perde-se muita informação. O interior do palácio necessita também de uma restauração. Você consegue até ver nas fotos, são vários trincos na pintura. De qualquer forma, vale a pena passar por lá.

Palácio Cruz e Sousa
Endereço: Praça XV de Novembro, 227 – Centro
Site oficial: www.fcc.sc.gov.br/mhsc
Horário de funcionamento: de terça a sexta: das 10h às 18h.
Sábados, domingos e feriados: das 10h às 16h.
Ingressos: Inteira: R$ 5,00.Meia-entrada para alunos e professores da rede particular de ensino (mediante comprovação):  R$ 2.
Entrada gratuita, mediante comprovação, para alunos e professores da rede pública de ensino (municipal, estadual e federal); maiores de 60 anos e guias turísticos; crianças com idade inferior a 6 anos; e pessoas com deficiência. Aos domingos, a entrada é gratuita para todos.



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