Tiradentes: Museu Casa Padre Toledo, a casa de um inconfidente

A casa onde morou o inconfidente Padre Toledo, hoje Museu Padre Toledo, é uma atração que vale a pena ser visitada em Tiradentes. Carlos Correia de Toledo e Melo foi designado vigário da Matriz de Santo Antônio em 1777 e morou nessa ampla e sofisticada casa (a mais rica da vila) próxima ao Largo do Sol até ser preso em 1789. Segundo a História, ali ocorriam reuniões dos inconfidentes, além de ter sido palco da festa de batizado de dois filhos de Alvarenga Peixoto e Bárbara Heliodora.

São 16 cômodos (vários deles com pinturas no forro), um porão, um pátio e uma residência anexa. O solar por si só já é lindo.

Dizem que o Padre gostava de tudo muito chique: tinha móveis pintados, porcelana fina da Índia e de Lisboa. Alguns objetos podem ser vistos lá no museu.

O acervo

Todos os cômodos da casa podem ser visitados e o porão, que parece mais uma prisão, pode ser espiado por uma janelinha. Há visitas guiadas, o que enriquece demais o passeio.

Além de mobiliário do século XVIII, podemos ver imagens sacras, pinturas (telas), mapas e utensílios domésticos.

Na primeira sala há uma mesa interativa, que explica a importância histórica e artística do solar.

Algumas estratégias foram utilizadas para facilitar a apreciação das pinturas no teto. Na sala dos espelhos, um jogo de espelhos foi montado de modo que é só olhar ligeiramente para baixo para observar toda a pintura do forro em gamela.

Já na sala “Os cinco sentidos”, para ninguém ficar com torcicolo, um grande sofá inclinado foi instalado para que sejam observadas as cinco pinturas que remetem à mitologia greco-romana e representam os sentidos humanos, cada uma delas em uma das cinco partes do teto, também em gamela.

Uma curiosidade é a pintura do quarto do padre, que é o único cômodo que só pode ser visto da porta. Segundo a guia explicou, durante o processo de restauração, foram descobertas pinturas no forro e nas paredes. Para não atrasar a abertura do museu, isolaram o cômodo, que será ainda restaurado. Porém, é possível ver bem a pintura do forro: trata-se de um casal numa cena romântica. Bonitinho e nada vulgar. Mas, inusitado para um quarto de padre.

Enfim, apesar de o acervo não ser assim tão amplo, achei que foi uma bela aula de História. Destaco, porém, que o mérito foi todo da guia – se fosse sozinha talvez nem acharia graça -, que explicava tudo com muito detalhe e respondia todas as perguntas com segurança e simpatia.

Fotografias são permitidas sem flash.

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