Mineiros na Estrada

Passeio de Maria-Fumaça de Jaguariúna a Campinas



Como boa mineira, eu adoro um trem! Quando planejei minha viagem para Holambra, além de conhecer a Expoflora, também queria fazer o passeio de Maria Fumaça que vai de Jaguariúna até Campinas (e vice-versa).

Pelo que percebi, o trem costuma partir de Campinas mais cheio, até pelo tamanho da cidade.

Como Holambra fica mais próximo de Jaguariúna começamos o passeio por ali.


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São duas opções de passeios: o percurso completo, que vai até Campinas (ou que saindo de Campinas vai até Jaguariúna), tem 3 horas de meia de duração total; e o meio percurso, que vai até a estação de Tanquinho e tem uma hora e meia de duração total. Ambos têm horários aos sábados e domingos. Você pode conferir os horários aqui e os valores aqui. Os ingressos podem ser comprados pela internet ou na hora, nas bilheterias de Jaguariúna e de Campinas.

A ferrovia, as locomotivas, os carros e os passeios são mantidos e gerenciados pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, a ABPF, que é também responsável pelos passeios em São João del Rei e São Lourenço.

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Como é o passeio

O nosso trem sairia às 12h30, mas nós chegamos 11h30, porque queríamos conhecer a estação e comer algo antes da viagem. Andamos por toda sua extensão e fotografamos os carros e locomotivas que estavam ali. Na Estação Jaguariúna há o Museu Ferroviário, mas estava fechado para reforma.

Não deixe de notar os elementos históricos nas estações…

… e as placas antigas também. Tem até uma tabela de preços.

Antes de embarcar, comemos uma porção de bolinhos de camarão com queijo no restaurante da estação. Estavam deliciosos!

Minutos antes do trem partir, todos entram e se acomodam. Os lugares são marcados e as poltronas são relativamente confortáveis e espaçosas.

Aviso básico caso alguém queira CUSPIR dentro do trem.

Um dos funcionários da ABPF começa explicando as normas de segurança, como não colocar braços para fora, e dando informações gerais, como sobre a existência do carro-restaurante. Caso você não queira ir até lá, ferromoças e ferromoços passam vendendo lanchinhos em um carrinho – salgadinhos industrializados, bebidas, sorvete. Mas é bacana ir conhecer.

O dia estava nublado e até choveu um pouquinho, mas nada que atrapalhou. Com poucos minutos saímos da cidade e começamos a percorrer a zona rural, em meio a fazenda antiquíssimas. Uma delas foi cenário de novelas, como O Rei do Gado. Dá para ver também algumas casinhas antigas, que eram residência de funcionários da antiga ferrovia.

Logo um trio muito animado entrou no nosso carro e tocou várias músicas e a galera acompanhou tudo! Muito legal. Eles não têm ligação com a ABPF, então depois passam o chapéu para contribuições voluntárias.

Passamos pela estações de Carlos Gomes, Desembargador Furtado, Tanquinho e Pedro Américo, mas o trem não para para a gente descer, não. Na primeira delas, é possível ver vários trens abandonados, alguns depredados, com vidros quebrados. Muito triste ver essa situação. A ABPF faz o que pode, mas não consegue manter tudo, já que não recebe ajuda governamental. Toda a renda vem apenas das vendas dos bilhetes. As reformas de algumas estações foram feitas com o apoio da dupla Chitãozinho e Xororó e das tintas Coral, que, inclusive, tiveram o cuidado de deixar janelas de prospecção para observarmos como era a pintura original em vários pontos. Mas, ainda há muito para se fazer. É lamentável que o governo não dê a devida atenção a bens tão valiosos para nossa História. Corremos o risco de perdermos esse patrimônio tão rico…

Estação de Desembargador Furtado, ainda sem restauração.

Quando chegamos a Campinas, na estação Anhumas, todos descem. Um guia conta um pouco da história da ferrovia, explica o funcionamento das locomotivas e fala várias curiosidades.

Por exemplo, eu não sabia que na locomotiva há uma caixa de areia. Quando chove, a areia é liberada sobre os trilhos, para aumentar o atrito com as rodas e evitar descarrilhamentos. Ele explicou também que nem todos os passeios são feitos com maria-fumaça. Alguns são feitos com as locomotivas a diesel, por questões ambientais: a cada viagem se gasta muita lenha e milhares de litros de água. Mas, mesmo que o seu passeio seja feito com as locomotivas a diesel, as marias-fumaças estarão estacionadas nas estações para fotos.

Aprendi também que o correto é falar carro e não vagão, pois vagão é usado apenas para trens de carga! Foi muito instrutivo e deu para perceber a emoção com que ele fala da ferrovia.

Explicações do guia

As estações ainda estão com pisos antigos – são lindos – e as salas das senhoras, onde as poucas mulheres que viajavam, e apenas em situações extremas, tipo doença e morte, deveriam ficar confinadas enquanto o trem não chegava. Lá em Anhumas tem também uma maquete com todas as estações.

Maquete

Passageiros aguardam o trem, na maquete

Na volta, o trio passa novamente cantando (mas não passa o chapéu de novo, não). Aproveitei para ir conhecer o carro-restaurante. Não deixe de ir ver como ele é, note as janelas, os lustres, o revestimento. Só tome cuidado porque o trem balança bastante.

Passeios especiais

Existem alguns passeios diferentes, como “Anos Dourados” e “café da mahã no trem”. Você pode verificar no site oficial.

Maria-Fumaça

Estação Jaguariúna:  Av. Marginal, 600 – Centro
Estação Anhumas (Campinas) – Rua Dr. Antônio Duarte Conceição, 1501
Em ambas há estacionamento gratuito, mas não é muito grande. É melhor chegar com antecedência.
Site oficial: www.mariafumacacampinas.com.br

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Fizemos o passeio como uma cortesia da ABPF. Independente da cortesia, todas as opiniões e relatos neste post são imparciais. Transparência para com nossos leitores é o nosso compromisso!

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