Mineiros na Estrada

As igrejas, capelas e passos de Tiradentes


(Atualizado em agosto de 2019)

Não espere encontrar uma igreja por quarteirão, como acontece em Ouro Preto. Aliás, não espere encontrar Ouro Preto em Tiradentes. “Cada qual com seu cada qual”, como diz a minha avó. São cidades bem diferentes. O IPHAN classifica como principais, 17 igrejas e capelas em Ouro Preto. Tiradentes, menorzinha (e também mais acolhedora), tem bem menos que isso: eu contei oito. Se alguém conhecer mais alguma, inclusive, nos conte na caixa de comentários lá embaixo. A seguir, contamos para vocês um pouquinho de cada igreja, capela e passo da encantadora Tiradentes!

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As igrejas de Tiradentes

Igreja de Santo Antônio do Canjica

Situada no bairro do Canjica, abriga imagens de Santo Antônio e Nossa Senhora da Conceição. Tem apenas uma parede original, do início do século XVIII. O restante foi reconstruído pela comunidade. Estava fechada e não conseguimos visitar por dentro. Aproveite para vê-la quando for ao Chico Doceiro.

Igreja Santo Antônio do Canjica

Igreja Nossa Senhora das Mercês

Dizem que o interior é lindo, com muito dourado e teto da nave com pinturas de Nossa Senhora das Mercês. Foi construída entre 1793 e 1824. Quando fomos estava fechada e em processo de restauração, mas parece que abre aos domingos.

Igreja Nossa Senhora das Mercês

Igreja São Francisco de Paula

Fica em um morrinho próximo à rodoviária, de onde se tem a melhor vista do centro histórico. Vale a pena ver o pôr do sol de lá. Quanto à igreja, também estava fechada, mas disseram que o curioso do interior é um painel pintado na década de 1940, retratando a religiosidade de moradores da cidade. A igreja é do século XVIII.

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Igreja São Francisco de Paula
Vista da Igreja São Francisco de Paula
Pôr do sol visto da Igreja São Francisco de Paula

Capela Bom Jesus da Pobreza

Localizada no Largo das Forras, a capela foi inaugurada em 1750. Em seu interior há a imagem de Cristo Agonizante, que nós também não vimos, pois também estava fechada.

Capela Bom Jesus da Pobreza

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

Foi erguida pela Irmandade dos Homens Pretos, na data provável de 1708. Mediante um pagamento simbólico de R$ 3,00, é possível ver e fotografar seu interior. Era onde a Irmandade congregava, as pessoas escravizadas e os que já haviam conseguido sua alforria. O corpo do pintor do forro da nave, Manoel Victor de Jesus, foi sepultado na igreja. As imagens são de santos negros.

Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

Igreja São João Evangelista

Fica no Largo do Sol, próximo à estátua de Tiradentes. É datada de 1760 e abriga imagens de São João Evangelista, São Francisco de Assis e Nossa Senhora das Dores. Segundo contam na cidade, os inconfidentes se reuniam na casa paroquial, onde hoje é o Museu Padre Toledo, interligado à igreja por um túnel.

Igreja de São João Evangelista em 2014

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Santíssima Trindade

Foi construída em 1810 em substituição à capela anterior, de 1776. O projeto é de Manoel Victor de Jesus, o mesmo da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. O destaque dessa igreja é a imagem de Deus-Pai, com vestimentas de um papa da Idade Média, única do Brasil. Reza a lenda que Tiradentes frequentava essa igreja.

Santuário de Santíssima Trindade

Igreja Matriz de Santo Antônio

É o cartão postal da cidade. A igreja impressiona pela quantidade de ouro: 482 quilos. São seis altares das laterais, sendo os três mais velhos do ano de 1730. Os demais são de 1734 e 1735. O altar mor data de 1738. Em 1702 foi construída ali a primeira capela, que era toda de madeira. Somente mais de um século depois, em 1810 é que a fachada foi refeita segundo projeto de Aleijadinho. O forro é de madeira e ouro, obra de Antônio de Caldas. O piso em placas de madeira, chamadas campas, é original e ainda guarda as marcações numéricas. É que antigamente os ricos eram enterrados embaixo da igreja, sob a campa que havia comprado. Somente depois é que foram construídos cemitérios junto às capelas.

Igreja Matriz de Santo Antônio

A igreja abriga também um dos quinze órgãos mais importantes do mundo (adquirido entre 1786 e 1788), de origem portuguesa e com oito tubos e pinturas em estilo rococó, de autoria do Manoel Victor de Jesus (sim, de novo ele), que é tocado toda sexta-feira, às 19h30, se não houver casamento. Outra atração da igreja é o Roteiro Narrado, no qual Paulo Goulart narra a história da matriz, com jogos de luz, por 16 minutos. Sexta, às 19h e sábados e domingos às 20h, caso não haja programação na igreja.

É uma pena não poder fotografar a igreja por dentro. Para entrar, paga-se R$ 5,00. Estudantes e maiores de 60 anos pagam meia.

Em frente à igreja está o relógio de sol, datado de 1785, que também se tornou um símbolo da cidade. Na escadaria ficam uns artesãos que fazem miniaturas do relógio em pedra sabão.

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Os Passos de Tiradentes

Nas cidades históricas é comum encontrarmos Passos, ou Passinhos, que são capelinhas, construídas a partir do ano 1719. Eu encontrei cinco, que são os que estão no mapinha turístico. Cada um deles retrata um “passo” diferente da paixão de Cristo. Só abrem na Semana Santa.

Passo da Rua Direita
Passo da Rua Jogo da Bola
Passo próximo ao Museu da Liturgia
Passo do Largo das Forras

Como você viu, eu não tive muita sorte em encontrar igrejas abertas. E parece que não foi um privilégio só meu. Várias pessoas relatam o mesmo. Então, se você tiver passando por uma igreja e vir a porta aberta, entre! Pode ser que na volta ela já esteja fechada. De qualquer forma, contemplar as igrejas por fora já é algo fascinante!

E você, conseguiu visitar alguma igreja? Conta pra gente como foi.


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