Em junho e julho deste ano, Guto e eu fizemos nossa primeira viagem internacional. Como íamos por conta própria, decidimos que seria melhor começar por perto e fomos para o Uruguai, Argentina e Chile.
Nossa viagem começou pelo Uruguai. Nas minhas pesquisas, já tinha apaixonado por este pequeno país, sentimento que só se intensificou na nossa estadia.
Por muito tempo, o Uruguai foi conhecido como Banda Oriental, juntamente com parte do Rio Grande do Sul, por ser a parte do Vicerreinado do Rio da Prata (território sob domínio espanhol) que estava a leste do rio Uruguai, sendo, portanto, a terra mais oriental do Vicerreinado. O nome não foi de todo esquecido, pois, com a independência, o país passou a ser a República Oriental do Uruguai.
Segundo a História, por ordem do governador de Buenos Aires, o espanhol Bruno Maurício de Zabala, um forte foi construído em 1724, onde hoje é Montevidéu, para manter os portugueses longe da região (nessa época, Portugal já havia fundado Colônia do Sacramento). O povoamento da região começou com algumas famílias de Buenos Aires e algumas pessoas que vieram das Ilhas Canárias.
Em 1810, insurge a Revolução de Maio, na qual os argentinos de Buenos Aires e os orientais, como eram conhecidos os que povoavam o atual Uruguai, se uniram contra a Espanha. O governador espanhol foi expulso em 1814, mas, em 1816, Portugal invadiu o território que hoje é o Uruguai e o anexou ao Brasil, chamando-o de Província Cisplatina.
Os Trinta e Três Orientais, liderados por Juan Antonio Lavalleja e Manuel Oribe, conseguem recuperar o território e a independência é declarada em 1825.
Com uma área de pouco mais de 176 mil km², é o segundo menor país independente da América do Sul, atrás apenas do Suriname. Sua população, de cerca de 3.315.000 habitantes, corresponde a cerca de metade da população da cidade do Rio de Janeiro. É dividido em 19 Departamentos, que são unidades administrativas mais ou menos equivalentes aos nossos Estados.
Contudo, apesar de ser pequeno em extensão territorial, é um dos países sulamericanos economicamente mais desenvolvidos e é considerado pioneiro no que diz respeito a direitos civis e democracia: foi o primeiro a legalizar o divórcio, em 1907, e o segundo da América a permitir que as mulheres votassem. Em 2007, passou a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo e, dois anos depois, a adoção de crianças por casais homoafetivos (a aprovação definitiva foi em 2013).
Além disso, dentre os países da América Latina, é o que tem o menor índice de percepção de corrupção e o maior índice de liberdade de imprensa. Sua capital, Montevidéu, foi escolhida como Capital Ibero-Americana da Cultura em 2013.
É um país plano e seu ponto mais alto, o Cerro Catedral, tem 514 metros de altitude. É delimitado pelos rios Uruguai e da Prata e pelo Oceano Atlântico, fazendo divisa com o Estado do Rio Grande do Sul, ao norte.
Assim como os brasileiros, os uruguaios são apaixonados por futebol e se orgulham muito de algo que o Brasil se envergonha: o Maracanazo. Não é difícil ver cópias de jornais de 1950, com notícias do feito, nas paredes de estabelecimentos comerciais, do mais chique à mais sujinha birosca.
É muito comum vermos uruguaios tomando mate, em qualquer lugar. Eles saem com a cuia na mão e a garrafa térmica debaixo do braço e bebem o chimarrão enquanto andam. Pode ser no ônibus, na fila do caixa, enquanto olham vitrines. Em qualquer lugar!
Carnes assadas e vinhos são encontrados em praticamente todos os restaurantes (a exceção são os restaurantes de comida internacional). Segundo eles, o segredo de tão saboroso churrasco é a técnica que eles têm de preservar o sumo natural da carne, para concentrar o sabor, ou seja, seu bifinho vem praticamente mugindo. Dizem que há uma certa competição com os argentinos pelo posto de melhor churrasco e de melhor doce de leite.
Assim como os argentinos, os uruguaios são amantes do tango, que é uma expressão cultural da região do Rio da Prata. E tem no gaúcho, o homem do campo, que trabalha com pecuária, um importante personagem, tanto que ganhou um museu próprio.
Com várias ações do governo para incentivar o turismo, inclusive com devolução de impostos, o Uruguai vem cada vez mais chamando a atenção dos brasileiros. É perto, não precisa de visto e nem de passaporte. Basta apresentar documento de identidade com foto compatível com a sua pessoa (se sua identidade for de criança, providencie a segunda via. Carteira de motorista não serve).
Os lugares mais conhecidos são Montevidéu, Colonia del Sacramento e Punta del Este (nós visitamos os dois primeiros), mas há vários outros lugares que parecem lindos, como Paysandú, Minas, Salto, Piriápolis, San José, Canelones. No Aeroporto de Carrasco há um Centro de Informações Turísticas, onde você pode pegar mapas e informativos sobre várias localidades.
Veja também: O que você precisa saber para viajar para Montevidéu
Dados gerais
Hora local: a mesma de Brasília
Idioma: espanhol
Moeda: peso uruguaio
Temperatura média: de 6ºC a 17ºC no inverno e de 21ºC a 28ºC no verão
Como chegar
De ônibus:
A TTL tem ônibus partindo de Porto Alegre, Pelotas, Santa Catarina para San Carlos, Punta del Este e Montevidéu. Algumas rotas são diárias. Consulte aqui preços e horários.
A EGA tem de Garopaba, São Paulo, Florianópolis, Camboriú, Joinville, Pelotas, Curitiba para Chuí, Punta del Este, San Carlos e Montevidéu. Consulte aqui preços e horários.
Veja no site da rodoviária de Montevidéu, o Terminal Tres Cruces, quais os ônibus saem de lá para cidades brasileiras.
De avião:
Há voos diários diretos para Montevidéu, pela TAM e pela GOL, partindo de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A BQB Lineas Aereas tem voos diretos às segundas, quartas e sextas, partindo de Florianópolis e todos dias partindo de Porto Alegre.
O belíssimo aeroporto fica a 20 km do Centro de Montevidéu.
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Oi Ge, muito esclarecedoras suas informações!!! Eu também vou fazer o roteiro: MVD / Colonia /Bue. Queria ver se poderia me dar as seguintes informações: Em MVD compensa pegar o taxi até o aeroporto ou o transfer? Estão cobrando US$30,00 o transfer para duas pessoas o taxi ficaria mais barato até Pocitos? Vale a pena ir as Vinicolas de Montevideu? eu queria ir ena Juanico, dá para ir de onibus, ou apenas taxi? Você conhece algum motorista na cidade? Eu vou a Colonia de onibus como você fez. Sairei de manhã de Montevideo, devo chegar por volta de 11h e o meu barco sai para Buenos Aires as 19h, acha que é possível aproveitar a cidade durante umas 7 horas? Tem indicação de um restaurante que seja bacana lá, mas que não tenha o preço muito alto? Desde já agradeço.
Oi, Wrsula.
Migrei suas perguntas para este post, que é relacionado ao seu destino.
Vamos lá.
Quanto à maneira de sair do aeroporto, eu explico tudinho, com valores neste post aqui.
http://www.mineirosnaestrada.com.br/mundo/como-sair-do-aeroporto-de-montevideu
Não fui a nenhuma vinícola, então não saberia te dizer se vale a pena. No mesmo post do aeroporto eu falo das empresas de ônibus e dou os links dos sites de cada uma. Você pode pesquisar nelas se alguma vai a essa vinícola que você quer, que fica em Canelones. Se não conseguir, sugiro entrar em contato diretamente com a vinícola (visita@juanico.com).
Não conheço motoristas em Montevidéu.
Em Colônia, você terá umas seis horas, pois terá que deixar as malas no guarda-volumes, caminhar até o centro histórico, almoçar, voltar para o guarda-volumes, retirar as malas e ir para o porto, apresentando-se uma hora antes.
Com seis horas, dá sim, para conhecer o centro histórico.
No Uruguai a comida é cara. Eu gostei do Don Pedro, restaurante de que falei neste post aqui.
http://www.mineirosnaestrada.com.br/mundo/colonia-del-sacramento-colonia-portuguesa-no-uruguai
A comida era boa e o preço não era exorbitante, para os padrões uruguaios.
É isso.
Um abraço.
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