Mineiros na Estrada

O que fazer em Rio Branco – o meu roteiro


A cidade de Rio Branco é cortada pelo Rio Acre, um rio de 1190 km, que nasce no Peru e desemboca no rio Purus.

Rio Branco começou a se desenvolver entre 1879 e 1912 no começo do século XX, com o primeiro Ciclo da Borracha, atraindo muitos migrantes e imigrantes, sobretudo nordestinos. A população até então era composta por basicamente indígenas e ribeirinhos.  Com a chegada dos imigrantes, começou a haver uma miscigenação entre os povos, sobre o que já falei aqui. Hoje a cidade tem pouco mais de 360 mil habitantes.

Ainda não é uma cidade turística, mas é uma porta de entrada para a Floresta Amazônica e oferece um passeio que nenhum outro lugar tem: sobrevoo de balão sobre a floresta. Eu estava louca para fazer, mas acabei deixando de lado, por causa do valor. Mas deve ser emocionante! A empresa que faz o passeio é a EME Amazônia.

Rio Acre

Bom, mas vamos falar do que eu fiz na capital (você já deve ter lido que primeiro fiquei uns dias no interior. Se não leu, leia aqui). No primeiro dia, começamos pelo Calçadão Gameleira. Ali uma frondosa árvore, a gameleira, é vista bem onde o rio Acre faz curva. Mais do que uma árvore centenária, a gameleira é importante para a história da capital, pois foi ali que Rio Branco nasceu. Sob a árvore, em 1882, o seringalista Neutel Maia, vindo do Ceará, acampou com sua família e trabalhadores e fundou o primeiro seringal. Ali na gameleira também ocorreram combates da Revolução Acreana*, que tornou o Acre parte do Brasil, no começo do século passado. No calçadão há vários quiosques de venda de alimentos. Do outro lado da rua, um casario muito bem preservado, com construções do final do século XIX e início do século XX.

A gameleira

Continuamos seguindo o calçadão até a Passarela Joaquim Macedo, mas atravessamos o rio pela ponte e não por ela, para podermos vê-la de vários ângulos. Concluída em 2006, é muito bonita, especialmente à noite, quando recebe iluminação. Enquanto caminhávamos a noite caía e pudemos ver a passarela nas duas situações.

Passarela Joaquim Macedo de dia

e à noite

Pôr do sol no Rio Acre

Já era noite quando chegamos ao Mercado Velho (ou Novo Mercado Velho) recém restaurado. O mercado é a primeira construção em alvenaria da cidade, da década de 1920. Agora, depois da revitalização, passou a ser um point da galera. Ali há bares, lojas de ervas, material de pesca, produtos religiosos e artesanato. Nesse primeiro dia, quando passamos estava quase tudo fechado. Funciona diariamente, de 6h às 18h.

Região do Mercado Velho

Dali  subimos para a Praça Povos da Floresta, onde há uma estátua de Chico Mendes com o filho. Um pouco mais acima, na mesma praça (só que ela muda de nome, mas é colado), está o Palácio Rio Branco. Já era noite e só o olhamos por fora.

Atravessamos a rua e fomos até a Catedral Nossa Senhora de Nazaré. Estava aberta e aproveitamos para conhecê-la por dentro. É uma igreja recente, de 1959, com muitos vitrais coloridos. (Horário de visitação da igreja: segunda a sexta de 7h às 12h e de 14h30 às 20h; sábados de 7h às 12h30; domingos de 6h às 9h e de 16h às 20h).


No dia seguinte, começamos o passeio pelo Parque Chico Mendes. Como era nosso último dia e ainda havia outras coisas para conhecer, fizemos apenas o passeio básico, sem as trilhas que há no parque (já contamos sobre isso, clique no último link).

Pegamos um ônibus na porta do parque e descemos no terminal que fica em frente ao Parque da Maternidade, uma grande área, com 6 mil metros de extensão, e que conta com pista de caminhada, quadra de esportes, ciclovias e pista de skate.

Atravessamos o parque e fomos até a Biblioteca da Floresta, onde fizemos a visita guiada.

Depois, voltamos e almoçamos no Parque da Maternidade, em um pequeno restaurante caseiro próximo à saída do terminal de ônibus. Comida caseira e gostosa, buffet livre com uma carne à escolha, feita na hora, por R$12,00.

Seguimos pela avenida Brasil até chegarmos novamente ao Palácio Rio Branco e aí fizemos a visita guiada.

Passamos pelo Memorial dos Autonomistas, atrás do Palácio Rio Branco, mas ele estava fechado (não havia placa explicando o porquê). Esse memorial mostra a história do Movimento Autonomista, que culminou na elevação do Acre de Território para Estado. Ali também está sepultado o líder do movimento, José Guiomard. (Horário de visitação: terça a sexta de 8h às 18h, sábados, domingos e feriados, de 16h às 21h).

Então, subimos a av. Getúlio Vargas até chegarmos novamente ao Parque da Maternidade e viramos à esquerda, para o nosso último ponto do dia, a Casa dos Povos da Floresta.

Acabou de resolvemos voltar até o Mercado para ver como é durante o dia (foto de abertura).

Região do Mercado

Além dessas, há outras atrações, como o Museu da Borracha e o Horto Florestal, mas não deu tempo de visitar.

Viu, gente? O Acre existe! E é bem legal!

(*De acordo com o Novo Acordo Ortográfico, o gentílico deve ser escrito com /i/ – acriano. Contudo, a Academia Acreana de Letras não reconhece tal forma, alegando que ela quebra a identidade do povo. Por essa razão, manterei a maneira como usam – com /e/.)

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