No nosso quarto dia em Lisboa resolvemos ir para Sintra, uma cidade a 25 quilômetros da capital, perfeita para um bate-volta. Só tinha um porém: era véspera de Natal. Sabíamos que teríamos menos tempo para passear na cidade, mas, como era nosso último dia, decidimos ir assim mesmo. Dessa forma, pesquisamos sobre os pontos turísticos da cidade e escolhemos visitar dois deles: O Castelo dos Mouros e o Palácio de Pena.
Neste post vamos enumerar as principais atrações da cidade e contar como foi o nosso passeio, que teve que ser mais enxuto. Explicaremos, também, como chegar lá partindo de Lisboa, bem como se locomover em Sintra.
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Como ir de Lisboa a Sintra
O meio mais conveniente de se chegar a Sintra é de trem, ou comboio, como dizem os portugueses. Quem está hospedado no centro histórico pode partir da Estação Rossio. Nós, que estávamos no bairro Olaias, partimos da Estação Oriente, que era muito mais conveniente para nós.
O bilhete de trem custou 2,25 euros por trecho, por pessoa.
Nós tentamos recarregar nosso cartão Viva, o cartão de transporte de Lisboa, nos terminais de auto-atendimento, mas não estávamos conseguindo – só aparecia a mensagem de operação inválida. Fomos, então, ao guichê para entender o porquê. Olha só que coisa: no dia anterior, nós havíamos colocado crédito no cartão de viagem: o bilhete diário, cujo trem (comboio) não está incluído. Como ainda não tinha expirado o prazo de 24 horas do bilhete diário, não tinha jeito de comprar o trem no mesmo cartão. Tivemos que comprar outro cartão e colocar o crédito do comboio no cartão novo. Pelo menos o cartão só custava 50 centavos de euro.
Confirmamos com o senhor simpático na bilheteria se os trens estavam circulando normalmente, mesmo sendo dia 24 de dezembro e ele disse que sim, estava tudo normal até às 18h (guarde essa informação) e lá fomos nós para a nossa plataforma. Como sempre tem que ter uma emoçãozinha, para retornar para Lisboa só não passamos aperto por pura sorte. Você lerá sobre isso no final do post
Há trens a cada 10, 15 ou 20 minutos, dependendo do dia e do horário.
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Uma coisa muito importante:
Na estação Oriente (ou na estação que você utilizar), valide seu cartão em um dos terminais (maquininha) antes de embarcar. Em outras estações, é preciso colocar o cartão para que a catraca de embarque se abra e, também dependendo da estação, talvez você precise apresentar o cartão no validador para abrir a catraca de saída. Se você embarcar sem validar o tíquete e o fiscal te pegar, você toma uma multa pesada – além da vergonha que vai passar!
O trajeto entre Lisboa e Sintra
A viagem partindo da estação Oriente dura cerca de 45 minutos e o trem segue caminho por dentro da área urbana, então não há uma paisagem bonita a ser vista. Apenas prédios e mais prédios e bairros residenciais. A estação de desembarque deve descer é a última: Sintra – e só Sintra. Não desça na Portela de Sintra, que é uma anterior.
Se você quiser conforto e praticidade, existem tours que saem de Lisboa, como estes aqui:
Transporte em Sintra
As principais atrações de Sintra ficam no alto da serra e não são muito próximas umas das outras. Dá para ir a pé? Até dá. Mas você precisaria ter muita disposição, condicionamento físico e tempo sobrando.
Assim que descemos na estação de Sintra, uma pessoa nos abordou tentando vender um passeio turístico na cidade, e estava querendo nos cobrar 50 euros por pessoa, fora os ingressos para os locais a que queríamos ir. A gente agradeceu e dispensou, pois 50 euros é muita grana e nós já sabíamos da existência dos autocarros.
Existem duas linhas de ônibus (autocarros) circulares, estilo hop-on hop-off, que ligam as atrações da cidade:
Linha 434: Sai da estação de trem e passa na Vila (centro histórico), Castelo dos Mouros e Palácio da Pena. O valor, em agosto de 2019, é de 6,90 euros. Foi este ônibus que nós utilizamos.
Linha 435: Sai da estação de trem e passa na Vila (centro histórico), Quinta da Regaleira, Palácio de Seteais (hoje um hotel), Palácio de Monserrate. O valor, em agosto de 2019, é de 5 euros.
Há, ainda, um bilhete turístico diário que custa 15 euros, e inclui, além das linhas turísticas 434 e 435, todas as outras linhas de Cascais e Sintra, operadas pela Scotturb. Confira as tarifas atualizadas no site oficial da empresa.
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O que fazer em Sintra
Como era véspera de Natal e as atrações fechariam mais cedo, optamos por visitar apenas o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena, mas vamos te dizer o que mais você pode fazer em Sintra.
Castelo dos Mouros
Trata-se de muralhas de uma fortificação militar, dos tempos em que os muçulmanos estavam na região. Acredita-se que tenham sido erguidas entre os séculos VIII e IX.
As muralhas são lindas e imponentes e as vistas que se tem de lá são deslumbrantes. Achei um pouco perigoso. Preciso ser sincera: achei muito perigoso. Em vários pontos não há proteção, como guarda-corpo ou corrimão, e o murinho só vai até a altura da canela.
Terminada a visita, já estávamos com fome, mas íamos gastar muito tempo se fôssemos até o centro comer – por sorte, havíamos levado um sanduíche de casa. Saímos do castelo e, quando olhamos, havia um ônibus parado no ponto. Corremos para pegar, caso contrário teríamos que esperar cerca de 20 minutos, que é o tempo de intervalo entre um ônibus e outro.
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Palácio Nacional da Pena
O próximo ponto de parada já foi no colorido e diferentão Palácio Nacional da Pena.
Apresentamos o nosso tíquete na entrada e, como estávamos com fome, fomos até o café, que fica logo na entrada, e compramos uns sanduíches, batata e refrigerante.
Alimentados, subimos os mais de 500 metros de rampa e escadas até o palácio. Existe um micro-ônibus que faz o transfer da entrada do parque até o castelo, mas custava 3,50 euros e a gente preferiu economizar.
Estava bem vazio e a gente conseguiu visitar todo o palácio em 1 hora e meia. Se não fosse o horário de funcionamento reduzido, ainda teria dado tempo de visitar outra atração na cidade.
Na saída, observamos, novamente, um ônibus parado no ponto. Corremos e conseguimos embarcar e, dessa vez, nem precisamos apresentar os nossos tíquetes, pois o motorista disse que se lembrava da gente (era o motorista do qual tínhamos comprado os tíquetes no primeiro embarque).
Os detalhes da visita podem ser lidos no post específico.
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Palácio Nacional de Sintra
Fundado pelos árabes, o Palácio de Sintra serviu como residência da família real poruguesa do século XII até o final da monarquia, em 1910. Quem visita o palácio pode ver vários estilos arquitetônicos, como o gótico, o mudéjar, o manuelino e o renascentista. Fica bem no centro da Vila de Sintra. Confira os horários e valores no site oficial.
Quinta da Regaleira
Construída no final da monarquia, entre 1904 e 1910, na encosta da serra e não muito distante do centro histórico. Além de possuir um jardim com poços e túneis subterrâneos, a Quinta da Regaleira abriga uma outra grande atração: o Poço Iniciático. Trata-se de uma espécie de torre invertida, constituída por uma escada em espiral e colunas esculpidas na pedra. Essa escadaria é dividida em nove lanços de 15 degraus, representando os nove círculos do inferno da Divina Comédia, de Dante. Esse foi um lugar que me deu pena não ter visitado. Confira os horários e valores no site oficial.
Palácio de Monserrate
Fica próximo ao centro histórico e é uma construção mais recente: foi erguida já o século XIX, sendo um exemplo do Romantismo, com influências góticas, indianas e mouras. Visitantes podem contemplar também um belo jardim com plantas trazidas de diversas partes do planeta. Confira os horários e valores no site oficial.
Vila de Sintra
É o centrinho da cidade. É pequeno e muito agradável, então se sobrar tempo, vale dar uma volta pelas ruelas. Nessa região você encontrará muitos restaurantes e docerias, como vou falar a seguir.
Hospedagem em Sintra
Como pode ser visto, dificilmente você conseguirá ver todas as atrações em um dia. Caso queira pernoitar na cidade, seguem algumas sugestões.
Booking.com Outra opção é alugar um quarto ou um apartamento/casa pelo Airbnb.
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Onde comer em Sintra
Mesmo tendo levado um lanchinho de casa e tendo feito uma boquinha na lanchonete do Palácio da Pena, quando retornamos ao centro histórico já estávamos mortos de fome.
E lá fomos nós para a Casa Piriquita, com a ideia de provarmos o famoso travesseiro, um doce feito com massa folhada e recheio de creme de ovos e amêndoas. Quando chegamos à Piriquita, tinha tanta variedade na vitrine que nós fomos obrigados a pedir um monte de coisa para provar: travesseiro, queijada, bolo de coco, chocolate quente e, para não dizer que foi tudo doce, teve também empada e folhado de queijo. Foi o almoço mais infantil que já tivemos! Quanto ao sabor: travesseiros: gostosos, mas prefiro pastel de nata. Queijada: não gostei porque vem com canela, que eu odeio. Bolo de coco: maravilhoso! Tudo isso que nós comemos ficou 12,25 euros.
Além da Casa Piriquita, há uma outra loja de quitutes que também é famosa, a Queijadas da Sapa. Dizem que também é muito boa e até levaríamos coisas para comer mais tarde, e podermos comparar e dizer qual animal faz os melhores doces, mas ela já estava fechada.
O retorno de Sintra para Lisboa
Poderíamos ter pegado o ônibus do centro histórico para a estação ferroviária, mas resolvemos ir a pé para não perdermos tempo aguardando no ponto. A caminhada é curta, cerca de 5 minutos, e foi ótimo, pois além de fazermos a digestão, fomos observando as obras de arte pelo caminho.
Lembram-se de que fomos informados de que o último trem partiria às 18h? Pois bem, chegamos à estação por volta das 15h. Fomos verificar no painel e todos os trens, que saíam com cerca de 15 minutos de intervalo, estavam cancelados! O único confirmado era o das 15h36! Não entendemos nada, pensamos que era por ser 24 de dezembro, e, para não corrermos risco de perder o trem, já ficamos sentadinhos lá na plataforma indicada. Vimos o último ônibus que descia dos atrativos da serra chegar entupido de gente e rapidamente a estação ficou cheia.
Já no nosso apartamento, à noite, vimos no noticiário que os funcionários da companhia de trens haviam entrado em greve ao meio-dia! A população foi pega de surpresa em plena véspera de natal. O povo ficou desesperado porque muita gente viaja para a casa de familiares no dia 24 e já não havia mais passagens de ônibus disponíveis.
Por sorte, ainda conseguimos pegar o último trem de volta para Lisboa e nos livramos de passar perrengue para retornar.
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