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Manaus: o Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões


É lindo, é mágico, é inesquecível. Ver o encontro das águas dos rios Negro e Solimões era o meu objetivo número 1 em Manaus. Fui com a expectativa alta e não me decepcionei. Diria que foi um dos passeios mais legais que já fiz.

Para você que não faz ideia do que eu estou falando, antes de contar sobre o passeio, vou te explicar o que é o encontro das águas.

Se você bem se lembra das aulas de geografia, o rio Amazonas nasce no Peru com outro nome e passa a se chamar Solimões ao entrar no Brasil. Só quando se une às águas do rio Negro é que recebe o nome de Amazonas.

E o que tem de tão legal no encontro das águas desses dois rios? É que as águas deles, escuras do Negro e barrentas do Solimões, não se misturam em um primeiro momento, mas correm lado a lado por vários quilômetros. Isso se deve a três fatores: os rios têm velocidades, temperaturas e densidades diferentes. O resultado é um espetáculos belíssimo e inenarrável.

encontro das águas

Como ver o encontro das águas

Várias empresas de turismo oferecem o passeio e todas que pesquisamos tinham o mesmo roteiro: partida do porto flutuante, navegação até o encontro das águas, visita ao Parque Ecológico Janauari, navegação de canoa pelos igapós, ida ao lago das vitórias-régias e almoço (incluso, exceto bebidas) em restaurante flutuante. Esse passeio dura o dia todo. A saída do porto é às 9h e o horário previsto para retornar é entre 15h e 15h30. Os preços ficaram em torno de R$150,00 por pessoa (agosto de 2015). Nós escolhemos a Amazon Explorers.

Se você tiver menos tempo, pode contratar um barqueiro particular que faz o passeio em lancha rápida e, por isso, gasta menos horas. Você pode combinar com ele se quer ir só até o encontro das águas ou se também quer ir a outro ponto, como ao restaurante flutuante, negociando também o preço. Claro que quanto maior o percurso, maior o preço. Dependendo do tamanho da lancha, ela não passará pelos igapós. Caso opte por essa modalidade de lanchas rápidas, certifique-se que o barqueiro é registrado na Capitania dos Portos. As lanchas não saem do porto do centro, mas do Porto da Ceasa, que fica perto do Distrito Industrial.

O passeio

Às 8h15 a van nos pegou no hotel. Éramos os únicos brasileiros no veículo. Paramos na agência, onde todos desceram para pagar e recebemos um adesivo que nos identificava como participantes da excursão.

Chegamos ao porto e já fomos nos acomodando no barco. Enquanto ele não saía, fiquei babando no transatlântico que estava bem à minha frente. Era o Grand Amazon, um navio-barco que faz passeios pelos rios Negro, Solimões e Amazonas, no sistema all inclusive. Para saber mais, leia aqui.

iberostar

Minutos antes do barco partir, o guia se apresentou e deu as instruções de segurança, como, por exemplo, como colocar os coletes salva-vidas. Assim que ele saiu, começou a dar explicações sobre a cidade de Manaus. Aliás, um guia ótimo. Não era metido a engraçadinho, mas tinha bom humor. Dava informações precisas, interessantes, com fluência, mas também deixava um tempo para apenas admirarmos a paisagem. Todas as informações eram dadas em português e em inglês.

O barco é grande, são dois andares para os turistas. No primeiro andar há um barzinho que vende bebidas, bolinhos de tucunaré e batata frita. Se você não levou comida, vai ter que forrar o estômago, pois o almoço é só às 13h30. O passeio vai sendo filmado e quem quiser adquirir o DVD no final, pode fazê-lo por R$40,00.

barco encontro das aguas

Primeiramente, o barco subiu um pouco o rio e nós ouvimos sobre algumas construções históricas da cidade, que eram possíveis de ser ver lá de dentro do barco. O guia falou sobre o porto flutuante, sobre o transatlântico Gran Amazon, sobre os barcos que vão para outros municípios e Estados, muitos deles com redes penduradas. Falou também sobre a Ponte Rio Negro, inaugurada em 2011 e com 3600 metros de extensão, ligando Manaus ao município de Iranduba.

Barcos com redes

Barcos com redes

Ponte Rio Negro

Ponte Rio Negro

Depois o barco começou a descer o rio Negro e o guia foi falando sobre os outros bairros que o margeiam, como Educandos, com suas palafitas.

Bairro Educandos

Bairro Educandos

No meio do caminho, fomos vendo vários postos de gasolina flutuantes, bem no meio do rio.

Postos de combustível flutuantes

Postos de combustível flutuantes

Barqueiro abastecendo

Barqueiro abastecendo

Também passamos por vilarejos flutuantes, com várias casas, escola, igrejas, barzinhos. Tudo com energia elétrica.

vilarejo flutuante vilarejo flutuante

Essa aí está à venda

Essa aí está à venda

Escola

Escola

Vamos até a casa do vizinho?

Vamos até a casa do vizinho?

Lanchonete flutuante

Lanchonete flutuante

Vamos notando também parte da floresta inundada, embora já baixando. Veja a trave da quadra de futebol. É ali que o pessoal que mora nas casas flutuante bate uma bolinha na época da vazante. No ápice da cheia não se vê nem sinal dela.

encontro das águas encontro das águas

Mais alguns minutos e conseguimos avistar ao longe as águas barrentas do Solimões. Eu já achei lindo. Na medida em que nos aproximávamos, eu ia ficando mais e mais maravilhada. É muito encantador.

encontro das águas

Vemos os dois rios, lado a lado, a perder de vista. O barco fica parado ali por alguns minutos e todos podem bater suas fotos. Em certo momento, eu larguei a câmera e comecei a apenas admirar. E foi justamente neste momento que dois botos cor-de-rosa subiram à superfície para respirar. Fiquei extasiada e deixei a máquina no jeito achando que algum outro poderia subir, mas isso não aconteceu. O passeio já estava completo para mim, de qualquer modo. O guia disse que a gente deu sorte, pois não é sempre que eles aparecem e que é muito difícil fotografá-los, pois suas subidas não são frequentes e são muito rápidas. Minutos depois, um boto cinza subiu e o guia disse que era o tucuxi, uma espécie de golfinho de água doce encontrado ali na região amazônica.

encontro das aguas encontro das aguas

Fomos voltando, subindo o rio novamente para ir para o Parque Ecológico Janauari. Começamos a ver de pertinho muitas árvores submersas, apenas com suas copas para fora. O barco atracou no restaurante em que almoçaríamos, onde fomos recebidos com uma provinha de suco de cupuaçu, gostoso para quem aprecia coisas azedas. Dali, pegamos canoas motorizadas para navegar pelos igapós, a floresta alagada.

Restaurantes flutuantes

Restaurantes flutuantes

Como nosso grupo era de 47 pessoas e as canoas têm capacidade para dez, usamos cinco canoas, saindo uma após a outra, em comboio. Em cada canoa, havia o piloto, na popa, e mais um funcionário à frente. Foi recomendado que todos vestissem os coletes e que ninguém colocasse as mãos na água quando o barco estivesse em movimento, para não molhar o coleguinha de trás.

Canoas motorizadas já nos esperavam

Canoas motorizadas já nos esperavam

canoa motorizada

Começamos a navegar no meio do igapó. Muito legal! Você fica lado a lado com os galhos e troncos. Daria até para tocar, se quisesse, mas isso não é recomendado. Um macaquinho simpático passou olhando curioso para o nosso grupo.

igapós

As canoas pararam em uma espécie de feirinha de artesanato. Ao seu redor, algumas casinhas flutuantes, assim como a feira. Várias crianças lindas brincavam ali.

Havia um lago com pirarucus, peixes bitelos, grandes mesmo, podendo chegar até três metros. Ali não tinha nenhum desse tamanho, mas mais de um metro mediam. Quem quiser tentar pescar, pode comprar três iscas por R$10,00. Segundo o guia, se alguém conseguir, leva o peixe para casa. O detalhe: sem anzol. Só amarram um pedaço de peixe na corda da vara de pesca e jogam no tanque. Duas pessoas entraram na brincadeira e compraram as iscas, o que foi bem legal porque deu para ver a voracidade dos peixes para tentar pegar a comida, alguns até pulando alto para fora da água.

Tanque de pirarucus

Tanque de pirarucus

Passamos pela feirinha, que tem artesanatos lindíssimos. Os chaveirinhos e ímãs de geladeira estavam R$5,00, mas se levar mais de um rola um descontinho.

artesanato manaus

artesanato manaus

artesanato manaus

Ficamos ali por uns 15 minutos e pegamos novamente as canoas para retornarmos. Na volta, paramos em uma gigantesca árvore chamada sumaúma e pudemos ver o quanto o rio já havia baixado, pela marca da água em seu tronco.

Sumaúma. Vejam a marca da água e notem o quanto o rio já baixou.

Sumaúma. Vejam a marca da água e notem o quanto o rio já baixou.

Nesse momento, chegam crianças remando suas canoas para vender doces.

igapó

Seguimos viagem até o restaurante flutuante. Ao lado dele, havia outra feira de artesanato e passamos por ela para irmos até o Lago Vitória Régia, onde veríamos centenas delas, assim pensei. Atravessamos uma ponte de madeira e chegamos ao lago. Foi o momento mais chué do meu passeio, pois havia apenas poucas plantas. Lembrei do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde vi mais vitórias-régias do que lá na Floresta Amazônica. Mas, depois, vi que a gente deu azar de ir na época errada, pois a Sílvia do Matraqueando teve outra experiência, e viu um montão de vitórias.

lago vitoria regia lago vitoria regia lago vitoria regia

Voltamos para o restaurante para almoçar. Havia arroz, feijão, frango, pirarucu, tambaqui e saladas. De sobremesa, incluída no pacote, havia melão, melancia, abacaxi e creme de cupuaçu. A comida estava boa, mas não era assim deliciosa, não (para o meu paladar, óbvio. Teve gente que bateu o maior pratão).

restaurante flutuante

Depois, demos uma voltinha na feirinha que fica ao lado do restaurante, mas eram praticamente os mesmos produtos daquela outra. A diferença é que aqui tinha também camisas e bonés, o que eu não vi na de lá.

janauary

janauary artesanato

artesanato em manaus manaus artesanato

Começamos a navegar de volta, agora sem guia falando, apenas apreciando o lugar. O calor faz aumentar o cansaço e muitos dormiram. Eu ainda estava em êxtase e curti cada segundo observando aquele lugar incrível, ainda meio sem acreditar que eu estava navegando na Floresta Amazônica.

Ao chegar de volta ao porto, vimos uma placa que indica os recordes de cheia do rio Negro, ano a ano.

Painel com marcas das cheias do rio Negro

Painel com marcas das cheias do rio Negro

Chegamos ao hotel por volta das 16h, exaustos, mas satisfeitíssimos com o passeio.

Dica: A melhor época para fazer esse passeio é entre abril e agosto, que é período de cheias, possibilitando a navegação pelos igapós. As agências costumam oferecer caminhadas na mata para quem vai no período da seca. Dá uma olhada neste link aqui para ver fotos do período da seca.

encontro das águas



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3 comentários em “Manaus: o Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões

  1. Pingback: Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi - Mineiros na estrada

    • Oi, Débora! Nós ficamos no Hotel Saint Paul. Já já vamos publicar nosso review sobre ele. Continue com a gente, pois vamos falar sobre os outros passeios que fizemos. Quem sabe te ajuda a programar sua viagem!
      Beijos!

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