Como ir à Ilha do Marajó

Atualizado em 08/03/2016

Acabamos de voltar do Pará! Dividimos nossa viagem entre Belém e a Ilha do Marajó. Ainda vamos contar tudo tintin por tintin para vocês, mas, por enquanto, explicaremos como fazer para ir até a Ilha.

Partindo de Belém, há duas maneiras possíveis. Uma é de avião monomotor, por táxi aéreo e custa cerca de R$ 2000,00 (Brabo Táxi Aéreo – 91-3233-4884). Há pista de pouso em Soure e em Salvaterra.

Se você for um reles mortal como nós, a outra opção é ir de barco, que pode custar até 100 vezes menos. Por razões óbvias, vamos nos focar nessa modalidade.

A logística será diferente, dependendo se você está ou não de carro. O local do embarque em Belém varia, mas o de desembarque na Ilha é o mesmo: o Porto de Camará, no Município de Salvaterra.

Paisagem durante a viagem

Indo com carro

Quem está com carro deve pegar uma balsa no Terminal de Icoroaci, distrito que fica a 20 quilômetros do Centro de Belém. A empresa que faz o trajeto é a Henvil e o valor vai variar de acordo com o tamanho do veículo. Automóveis pequenos, por exemplo, pagam R$108,10 (consulte o site para ver todos os valores atualizados).

Partidas de Belém: Segundas, terças e quintas: 7h e 13h. Quartas: 7h, 21h e 22h. Sextas e sábados: 6h e 7h. Domingo: 7h.

Partidas de Camará (Ilha do Marajó): Segundas e terças: 7h e 16h. Quartas: 16h. Quintas: 7h, 16h e 17h. Sextas: 16h e 17h. Sábados: 16h. Domingos: 16h e 17h.

Telefones para informações: (91) 3249-3400 ou 3246-7472 – Ligue antes para confirmar os horários, pois eles sempre mudam. Os citados acima são de setembro de 2015. Durante férias escolares e feriados, é recomendado comprar com antecedência.

Essa é a balsa

Indo sem carro

Quem está sem carro deve pegar um barco no Terminal Hidroviário, ao lado da Estação das Docas.

Duas Três empresas fazem o trajeto: a Banav e a Arapari, barcos lentos e a Tapajós Expresso, que opera com viagens mais rápidas desde novembro de 2015 (veja no fim do post).

No letreiro do guichê da Banav constavam dois horários, um pela manhã e um à tarde, mas havia um papel informando que somente o barco das 6h30 estava operando (agora em setembro de 2015). É bom ligar (91 – 3269-4494) ou consultar o site antes.

A Arapari Navegação foi a empresa que nós utilizamos.

Partidas de Belém: 6h30 e 14h30, de segunda a sábado e às 10h aos domingos.

Partidas de Camará (Ilha do Marajó): 6h30 e 15h, de segunda a sábado e às 15h aos domingos.

Telefones: (91) 3241-4977 ou 9601-5312

Há duas modalidades: R$20,00 a convencional, com cadeiras de plástico, e R$34,74 a sala vip, com ar condicionado e poltronas acolchoadas e reclináveis.

Antes da viagem

No dia anterior, nós fomos até o terminal para comprar nossas passagens. Chegando lá, o guichê estava fechado. Conversamos com uma funcionária de outra empresa e ela disse que o guichê estava fechando após a saída do barco (já eram 14h50), pois o movimento estava fraco. Não haveria risco, segundo ela, de chegar no outro dia e não haver passagens, o que pode acontecer em alta temporada.

No dia seguinte, saímos do hotel ao meio dia, quando se encerrou nossa diária e fomos direto para o terminal. Compramos nossas passagens para a sala vip e já adquirimos a volta para adiantar. Importante: não aceitam cartão. Pagamento apenas em dinheiro.

Passagens na mão, fomos procurar um lugar para almoçar. O terminal não é grande, mas é bem arrumado e limpo. Havia dois restaurantes, ambos com prato feito a R$10,00. Tinha opção de bife de frango, de boi ou torta de camarão. Escolhemos um restaurante aleatoriamente e nos sentamos. A refeição era composta de arroz, feijão, macarrão, uma carne e salada de repolho e cenoura. Talvez isso varie de um dia para o outro. O prato veio bem farto, o macarrão é simples e o feijão não é da melhor qualidade, mas a carne estava gostosa. Lá também não aceitam cartões.

Os banheiros estavam limpíssimos e cheirosinhos.

Ainda deu tempo de visitar uma lojinha de artesanato que tinha lembrancinhas lindas, como minipotinhos de cerâmica a R$2,50.

Mais ou menos uma hora antes da partida, chamaram os passageiros pelo sistema de som para que se dirigissem à sala de embarque. Todos fazem uma fila, vão apresentando os bilhetes a um funcionário e colocam suas bagagens em detectores de metais, como aquelas das entradas das salas de embarque dos aeroportos.

Outro funcionário vai direcionando os passageiros com prioridade para uma ala de cadeiras. Na hora do embarque, obviamente, eles entram primeiro.

Como é a viagem no barco da Arapari

Compramos sala vip, que fica no terceiro andar do barco que, por sinal, é bem grande – a lotação é de 847 passageiros. Como estávamos só com uma mala de mão cada um, foi tranquilo subir, mas, se você estiver com malas gigantes, pode contar com o auxílio dos carregadores (serviço pago, claro). Na sala vip, as pessoas colocam suas bagagens lá na frente. Havia televisão, que estava com sinal até bom (saía do ar apenas alguns segundos em alguns trechos). Nos fundos, há um único banheiro para homens e mulheres. Há cortinas em todas as janelas e a temperatura do ar estava agradável na ida. Na volta, sentimos frio. As poltronas são bem confortáveis e reclinam bem.

Pontualmente, o barco zarpou. Eu já fui lá para fora para ver Belém ficando para trás.

Em três horas e meia dá tempo de fazer muita coisa. Eu dormi, comi, fui para a parte de fora várias vezes para ver a paisagem (ou apenas a água), e dei um rolê pelos outros andares no navio. Achei até agradável o segundo andar. Apesar de estar bem quente, o vento constante não deixa que se sinta calor. No primeiro andar, eu achei pior. A sala de máquinas fica ali e faz um barulho que me incomodou. Há uma lanchonete que vende bebidas, biscoitos e pastéis. Havia uma chapa, então suponho que façam algum tipo de sanduíche, mas não perguntei. Só comprei um refri, que custou R$4,50.

Convés superior, onde fica a sala vip

Como já falei, as cadeiras são de plástico. Estava vazio, então muitos aproveitaram se deitando esticados na fileira de cadeiras. Alguns, mais prevenidos, levaram um lençol e se deitaram no chão. Há vários banheiros e aqui eles são separados entre feminino e masculino.

Durante a viagem, ambulantes vão passando vendendo várias coisas, como bola de sorvete, balas, tapioca e até palavras cruzadas.

Em certo momento da viagem, o barco balança muito, mas muito, mesmo. Tanto que se você estiver andando, tem que se segurar para que não caia. Se você costuma enjoar, tome antes o seu remedinho. O pessoal que mora lá em Soure disse que à tarde balança mais que de manhã.

Quando vamos nos aproximando do porto, a imensidão das águas começa a dar lugar a uma outra paisagem. Árvores com raízes aéreas e pássaros na praia começam a aparecer. E ainda dá para ver o pôr do sol.

Como ir do porto para as cidades

Quando o navio atraca, os carregadores do porto, todos devidamente identificados com colete e crachá, aparecem oferecendo seus serviços.

Ao descer, há várias vans e ônibus para levar os passageiros para as cidades – eu vi para Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari.

Porto de Camará. Lá no fundo dá para ver as vans e ônibus.

Nós fomos para Soure e pegamos o ônibus do Edgar. Você pode ligar reservando seu lugar pelos telefones (91) 99378-7711 (WhatsApp), (91) 3741-1441, (91) 99192-2056, (91) 99634-0722 ou (91) 98100- 5222. É bem recomendável que se reserve antes. O valor é R$13,00 por pessoa. É fácil reconhecer o ônibus, pois o nome dele aparece no letreiro da frente.

A viagem de Salvaterra a Soure demorou cerca de uma hora e meia, mas isso porque esperamos uns bons minutos pela saída da balsa. Sim, ainda há que se atravessar um rio de balsa, mas é rapidinho – entre 10 e 15 minutos. Nesse momento, o Edgar vem perguntando e anotando onde cada um vai descer, pois ele deixa todos na porta de casa. Aproveite e já agende a volta.

A volta

No dia de retornarmos, o Edgar passou na pousada às 13h, já que a balsa saía às 13h30. Chegamos ao Porto por volta de 14h40. Lá estavam os carregadores, os ambulantes e os passageiros se ajeitando do jeito que dava, igual à ida. A diferença é que o trecho que balança é mais no começo da viagem. Depois vai tranquilo.

Chegamos em Belém por volta das 18h, quando o sol estava se pondo.

Atualização: 08/03/2016

Barco da Tapajós Expresso

Está funcionando desde novembro de 2015 um barco mais rápido que vai de Belém diretamente para Soure, operado pela empresa Tapajós Expresso.

O trajeto do Terminal Hidroviário de Belém até o local de desembarque em Soure é feito com apenas duas horinhas. O barco é mais moderno, climatizado e com poltronas acolchoadas.

As saídas de Belém são às 8h, com chegada em Soure às 10h. As saídas de Soure são às 14h45, com chegada em Belém às 16h30. Fiz a cotação hoje e está R$48,00 o trecho.

Vale muito a pena, na minha opinião. A passagem em sala vip do barco em que viajei foi R$34,74 e paguei mais R$13,00 no ônibus de Salvaterra a Soure – total: R$47,74. Todo esse trajeto levou mais de quatro horas! Pelo mesmo valor gasta-se metade do tempo neste barco da Tapajós.

As passagens podem ser compradas pela internet.
Informações: (93) 3523-0788

Booking.com