Mineiros na Estrada

Visita à Fazenda Bom Jesus, na Ilha do Marajó


Bem diferente do passeio na Fazenda São Jerônimo, aqui não tem manguezais, praias desertas e barquinhos. A proposta é andar pela fazenda que, segundo eles, é área de proteção ambiental do Ibama. Durante a caminhada pode-se avistar exemplares da fauna local: garças, colhereiros, guarás, macacos e jacarés. “Pode-se” porque nunca se sabe se o bichinho vai aparecer quando você está passando, né?

Búfalos na fazenda

O passeio é sempre feito à tarde, de segunda a sábado. Contudo, houve uma falha na comunicação e acabamos fazendo pela manhã. Explico: após insistentes ligações, consegui falar com a pessoa responsável por marcar os passeios. Disse que iria no domingo, 20 de setembro. A pessoa que me atendeu apenas disse que não agendavam para setembro, porque era baixa temporada e não era necessário, e pediu que eu ligasse quando estivesse em Belém.

Então, como combinado, liguei novamente lá de Belém e aí a mesma pessoa me disse que não faziam o passeio domingo. Argumentei, mas ela disse que era impossível, porque domingo era folga dos funcionários. Só que eu já tinha montado o roteiro todo pensando nisso. Teríamos pouquíssimo tempo: iríamos no sábado à tarde, ficaríamos lá no domingo e voltaríamos na segunda à tarde. A ideia era fazer o passeio da São Jerônimo no domingo de manhã, o da Bom Jesus, à tarde, ir a uma praia no intervalo entre uma fazenda e outra e ir a alguma outra praia na segunda de manhã.  A única tarde que eu teria lá no Marajó seria a de domingo.

Lá em Soure, a dona da pousada em que ficamos ainda tentou novamente ver se conseguiríamos ir no domingo, mas não teve jeito. Então fomos na segunda-feira de manhã, Guto, eu e uma moça que estava na pousada e não havia reservado nada.

Na segunda-feira pela manhã, um funcionário foi nos buscar na pousada (o passeio inclui transporte do e para o local em que você está hospedado).

Chegando lá, fomos apresentados ao guia que nos acompanhou durante todo o passeio. Caminhamos muito (calculamos mais de cinco quilômetros) sob um sol escaldante, por um grande descampado.

O guia era de poucas palavras e a gente tinha que perguntar bastante. Como não era o horário habitual, vimos uns poucos animais de longe, o guia sempre enfatizando que não era hora de eles se exibirem e eu sempre falando que era uma pena, porque eu estava doida para ver os guarás, haha.

Um carcará aqui, um colhereiro ali… Até que avistamos muitos pontinhos vermelhos ao longe, bem longe. Eram os guarás! O guia já foi andando em sentido contrário, quando eu e a moça perguntamos se não era possível chegar mais perto.

– Ah, vocês querem ir lá? (Que pergunta!)

– Sim, se puder.

– Pode.

Chegamos mais perto e vi minha primeira revoada! Esqueci por alguns momentos o calor insuportável e a roupa pingando. É lindo demais, mesmo bem de longe!

Andamos mais um bocado, o guia jurou que havia um jacaré na lagoa, vimos vários búfalos à distância quando, de repente, o guia parou: “Tem outro bando de guarás ali. Nós vamos ter que passar ao lado deles e eles vão voar.” Ficamos parados por alguns instantes apenas olhando.

Depois começamos a dos mover. E aí, tcha-ram…

No final do passeio, nos ofereceram um pequeno lanche: um pedaço de bolo, um copo de iogurte, uma fatia de queijo e um pouco de doce de leite – tudo feito com leite de búfala.

A fazenda, que assim como a São Jerônimo foi cenário da novela Amor, Eterno Amor, também tem um acordo com o IBAMA para resgatar e tratar animais feridos, mas nós não conhecemos esse trabalho. Apenas vimos umas tortuguitas e uma capivarinha.

No caminho de volta ainda vimos mais alguns guarás tomando banho.

O passeio durou cerca de duas horas. Em setembro de 2015, pagamos R$ 85,00. Agendar pelo telefone: (91) 3741-1243.



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