A quarta cidade que visitamos em busca de um parque das águas foi Cambuquira. Visitamos Lambari pela manhã, almoçamos na estrada e rapidinho chegamos ao Parque das Águas.
Assim como a vizinha Lambari, a cidade pertenceu ao município de Campanha. O local onde hoje é o Parque das Águas era uma fazenda chamada Boa Vista, que pertencia a três irmãs. Como as três eram solteiras, deixaram-na em testamento para escravos da família. Só que a fama das águas milagrosas já havia se espalhado e muitos tentaram invadir as terras, que agora eram dos escravos, que começaram a construir obstáculos para impedir ataques. A Câmara de Campanha declarou as áreas como de utilidade pública e desapropriou as terras, em 1861.
Em 1890, começaram os trabalhos de isolamento das fontes, pelo Américo Werneck (de novo ele, o do cassino de Lambari). Em 1899 foi entregue a Estância Hidroterápica do Parque das Águas para uso público.
Cambuquira se emancipou em 1909, com o nome Vila de Cambuquira. A atual denominação só veio em 1923. E por falar nisso, o nome da cidade se deve ao cultivo e comércio da cambuquira, que é o bulbo da aboboreira!
É uma cidade pequena e pacata, com cerca de 12 mil habitantes e tem no Parque das Águas o seu principal atrativo. Faz divisa com Campanha, Lambari, Conceição do Rio Verde, Três Corações e Jesuânia. Site oficial: www.cambuquira.mg.gov.br
Como chegar de carro
De Belo Horizonte: São 340 km pela rota mais rápida. Clique no mapa para ver o passo a passo e rotas alternativas.
Do Rio de Janeiro: São 332 km pela rota mais rápida. Clique no mapa para ver o passo a passo e rotas alternativas.
De São Paulo: São 294 km pela rota mais rápida. Clique no mapa para ver o passo a passo e rotas alternativas.
De Lambari: São só 20 km. Clique no mapa para ver o passo a passo.
Onde ficar
Geralmente, as pessoas ficam hospedadas em São Lourenço, como nós, e fazem um bate-volta até Cambuquira. Se quiser ficar na cidade, dá uma olhada aqui.
Quando ir e quantos dias ficar
Assim como as outras cidades do Circuito das Águas, de abril a outubro é o período de seca e de novembro a março, o período de chuva. Se seu objetivo for conhecer o Parque das Águas, uma tarde é suficiente.
Atrações
Nas minhas pesquisas, vi menções a Cascata do Congonhal, Mirante Vale do sol, Duchas Pôr do sol, Fonte do Marimbeiro, Reserva Biológica de Santa Clara e à Serra do Piripau. Porém, não encontrei nada sobre esses lugares, como informações de como chegar e do que encontraríamos lá, a não ser sobre a Serra do Piripau. Conversamos com um morador e nos ativemos a duas atrações: o Parque das Águas e a Serra do Piripau.
Parque das Águas
O Parque das Águas é a principal atração de Cambuquira. São oito hectares e, além das cinco fontes, há um lago, muito verde, jabutis lindos do meu coração, playground, lojinha de artesanato e um balneário, chamado de spa. Todos os serviços do spa são pagos à parte (www.spadasaguas.com.br).
O valor da entrada no parque, em dezembro de 2014, era R$2,00 a inteira. Estudante paga meia (é sério, olha a foto da bilheteria acima). Com este valor, o visitante pode tomar quanta água aguentar e ainda levar cinco litros para casa.
Vamos às fontes, mas antes, deixem-me explicar algo. Seis são as fontes que pertencem ao parque das águas, mas apenas cinco estão neste espaço do qual falamos. A sexta, a do Marimbeiro, fica em uma área que pertence ao Parque das Águas, mas a 2 km do centro da cidade.
Fonte Regina Werneck – carbogasosa: utilizada em casos de nefrites, gastrites, alterações do fígado, desordens intestinais, enterite, dermatoses.
Fonte Dr. Fernandes Pinheiro – férrea: usada em casos de anemia, caquexias, astenias.
Fonte Comendador Augusto Ferreira – magnesiana: indicada para reumatismo, obesidade, uricemia, litíase, colite, pialite e pielo-nefrite.
Fonte Dr. Souza Lima – sulfurosa: utilizada para tratar colite e gastrite e estimula os movimentos peristálticos.
Fonte Roxo Rodrigues – levemente gasosa: mesmas indicações da primeira fonte e também distúrbios emocionais, por conter lítio.
Mas o que eu mais gostei mesmo foram dos jabutis. São uns seis, em um cercado baixinho, super simpáticos. Vem pertinho da gente e posam para foto. Só vigie seus filhos para que não fiquem dando peteleco nos coitados (sim, eu vi isso lá).
Pico do Piripau
Fechamos o dia com uma vista deslumbrante, no Pico do Piripau. É o ponto mais alto da região (1315 metros) e de lá de cima a gente tem uma vista de 360º. Dá para ver Três Corações, Jesuânia e São Thomé das Letras. É uma propriedade particular, mas a entrada é liberada. O local é usado para prática e campeonatos de voo livre. Infelizmente, não vimos ninguém saltar, mas nos maravilhamos com essa vista.
Para chegar, pegue MG 167 e depois a rodovia Vital Brasil, que é a BR 267. O ponto de referência é a Pousada Lua Luana. Ali você verá plaquinhas indicativas. São cerca de 7 km de estrada de terra em boas condições até o pico.
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