Além do grande refresco para os olhos que foi a nossa viagem para Bonito, os dias por lá contribuíram para aumentar nossa bagagem de conhecimentos gerais. A gente nunca tinha ouvido falar em dolina. Você já?
Popularmente conhecidas como uma “colina ao contrário”, as dolinas nada mais são que um grande buraco, formado durante milhões e milhões de anos pela ação da água em rochas calcárias.
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Quem vê hoje esse grande atrativo turístico nem imagina que um dia o buraco foi superodiado. Pensa bem: você compra uma área para criar gado e quando vê tem um buraco gigante no meio dela. Virou um terreno inútil, que além de não poder ser pasto, ainda tinha o risco de os boizinhos caírem lá – se não morressem na queda, o resgate seria impossível. Ninguém queria aquele pedaço da área.
Muitas histórias e lendas envolvem o lugar. Dizem que o local já serviu de desova de corpos e de carros roubados. Pessoas iam para lá para treinar tiros nas rochas e até nas araras que, aos poucos, foram sumindo do local.
Quando o atual proprietário do lugar, o senhor Modesto, comprou a fazenda, em 1986, começou a cuidar novamente do local. Iniciou o reflorestamento da área, tentou afastar quem queria ir ali para fazer bagunça e, pouco a pouco, as araras foram começando a habitar novamente o Buraco. Em 1996, abriu a fazenda para o ecoturismo. Hoje, seu Modesto ainda fica por lá, e seus filhos o ajudam a cuidar da atração.
Como é o passeio ao Buraco das Araras
O passeio pelo Buraco das Araras é bem leve, contemplativo e belíssimo.
Ao chegarmos, ficamos na Recepção esperando a hora do nosso grupo. No nosso caso, faltavam poucos minutos, mas, se você estiver bem adiantado, pode ficar no redário ou em um grande quiosque com bancos de madeira, TV e café. Há também painéis explicando a formação da dolina e falando um pouco sobre a região.
Quando deu o nosso horário, o guia Henrique, que, por sinal, é excelente, reuniu o grupo. São apenas 970 metros de trilha, contando ida e volta, toda plana e bem delimitada. Henrique vai acompanhando durante todo o tempo e conta um pouco sobre o senhor Modesto, a compra da propriedade, a transformação da fazenda pecuarista em área de ecoturismo, os estudos feitos no local, a riqueza da fauna e da flora.
Rapidamente chegamos ao primeiro mirante e fomos recebidos com uma surpresa: uma grande revoada! Foi lindo e emocionante!
Aproximadamente 50 casais de araras moram ali no Buraco. Isso não quer dizer que seja certo que você verá dezenas de aves. Elas ficam soltas, então não dá para garantir revoadas justo no horário em que você estiver lá.
Nós tivemos muita sorte!
Passado o êxtase pela revoada é que fomos ver a dolina. É realmente impressionante, com 500 metros de circunferência e 100 de profundidade!
Além das araras, já foram vistos no local 30 espécies de mamíferos e dez de morcegos. No fundo do buraco vive um casal de jacarés-de-papo-amarelo. Um macaco também já foi avistado.
Seguimos mais uns metros na trilha até o segundo mirante. Parece que as araras já tinham sossegado e vimos bem menos nesta parada, que ficou mais para apreciarmos a vista.
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Informações importantes
- Há um limite diário de visitantes e também um limite de pessoas por grupo (12). É preciso agendar o passeio nas agências de turismo de Bonito. Nós fomos com a Águas Turismo.
- As opções para se chegar lá são: carro alugado, táxi, transporte privado e transporte compartilhado, que foi o que usamos, com a EK Turismo.
- Como toda atração em Bonito, o valor da entrada é o mesmo em qualquer agência que você vá. Veja a tabela de preços dos atrativos.
- Dá para combinar este passeio com a Flutuação no Rio da Prata ou com a Lagoa Misteriosa.
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Nossa viagem a Bonito contou com o apoio e organização da Agência Águas Turismo, Hotel Pousada Águas de Bonito e Bonito Convention & Visitors Bureau, além da colaboração de diversos parceiros. Entretanto, temos garantida nossa total liberdade editorial, isto é, tudo o que publicamos aqui reflete a nossa real experiência, independentemente de parcerias. Transparência é nosso compromisso principal com nosso leitor.
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