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Soroche, o mal de altitude – quase inevitável, mas dá para aliviar


A gente aprende na escola que quanto maior a altitude, mais rarefeito o ar. A gente vê no noticiário que a equipe esportiva foi para a Bolívia ou para o Peru dias antes do jogo, para se aclimatar e que, mesmo assim, teve dificuldade durante a partida. Só que a gente só entende mesmo quando vai lá para as alturas e sente no próprio corpo os efeitos da altitude.

É o tal do soroche, um dos nomes pelos quais é conhecido o mal de altitude, cujo termo médico é hipobaropatia.  Acontece normalmente acima dos 2400 metros de altitude, onde a pressão atmosférica já é consideravelmente menor. O ar fica mais rarefeito, ou seja, a disponibilidade de oxigênio diminui e, consequentemente, fica mais difícil respirar.

Lá em Cusco, cidade que visitamos e que está a 3300 metros acima do nível do mar, não é difícil se sentir mal. Neste post, falaremos um pouco dos sintomas, de como é possível prevenir ou amenizar sintomas e teremos vários relatos de viajantes amigos que colaboraram com o artigo. Desde já, meu muito obrigada a todos!

Caso você queira saber mais sobre o mal de altitude, recomendo estes dois vídeos:

Quais os sintomas?

Geralmente, os sintomas são cansaço, dores de cabeça, enjoos, vômitos, dificuldade para dormir e desmaios. Em alguns casos, pode haver diarreia, sangramento nasal e formigamentos.  Em casos graves, e mais raros, pode haver edema pulmonar (com tosse seca persistente, febre e falta de ar em repouso) e edema cerebral. Mas, “palma, palma, não priemos cânico”. Quase todo mundo sente alguma coisa, mas não é 100% certo que você vá se sentir mal. Os sintomas também são muito particulares. Não é porque uma pessoa tem as mesmas condições físicas que você que ela vai sentir a mesma coisa. Idade parece não interferir também. Vi garotos de 18 pedindo arrego e senhores de 70 tranquilaços.

Dá para prevenir?

Dá, sim. O primeiro passo é ir com calma. Se você é como eu, uma pessoa que quando chega a um destino quer jogar as malas no quarto e sair para bater perna, pise no freio. O primeiro dia é para você ir se acostumando, o que chamam de aclimatação. Durma, passeie só próximo ao hotel, lentamente. Bem lentamente. Até porque você não vai conseguir andar rápido. 😀

Outra dica é evitar álcool e comidas pesadas. O álcool desidrata e isso piora os sintomas. Ficar com a pança cheia demais vai fazer o sangue se deslocar para a região abdominal. Se quando a gente bate um pratão já fica jururu em altitudes baixas, imagina lá em cima.

Hidratar-se bastante também ajuda.

Tome chá de coca, que melhora bastante, mas evite ingeri-lo à noite, pois ele é estimulante. Se preferir, pode mascar as folhas. Até nos hostels mais simples costumam oferecer chazinho para os turistas. Se joga e já deixa sua mãe avisada que não é droga.

Não tome remédios para dormir. Normalmente, eles diminuem a frequência respiratória, o que vai piorar o mal estar e pode até causar uma parada respiratória.

Se você se sentir inseguro, consulte seu médico antes de viajar e se oriente com ele. 

O que fazer caso se sinta mal?

Tá, você descansou no primeiro dia, bebeu água pra caramba, acabou com o estoque de folhas de coca do seu hotel, mas, mesmo assim, está meio grogue. Acontece. Se começar a rolar um mal estar,  procure descansar. Se o cansaço persistir mesmo em repouso, ou se tiver qualquer sangramento, ou febre, procure um médico. Por isso é tão importante contratar um seguro viagem quando vamos para fora do Brasil. Nunca se sabe o que vamos passar. É um investimento barato que pode evitar muitos transtornos.

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Mas se for uma dorzinha de cabeça, uma tontura leve, uma fadigazinha, mascar folhas de coca ou tomar um chazinho costuma aliviar também (aliviou para mim). Há um remedinho, chamado Sorojchi Pills, que promete tratar o mal de altitude, e é facilmente encontrado por lá.

Cuidado com mistura de remédios. Interações medicamentosas podem piorar a situação.

O que nós sentimos

Logo que descemos no aeroporto de Cusco já sentimos a diferença. Era difícil respirar, como se puxássemos o ar, mas ele não viesse. Fomos para o hostel e, assim que chegamos, tomamos chá de coca. Um pequeno lance de escadas até o quarto foi suficiente para nos fazer tão cansados quanto se tivéssemos corrido alguns bons metros.

Apenas descansamos e saímos à noite para jantar, caminhando devagar e com respiração ofegante. Fomos a um restaurante a três quadras planas do hostel e foi difícil chegar.

No segundo dia, ficamos por Cusco e fizemos passeios leves pela cidade. Não tivemos dor de cabeça, mas precisamos parar várias vezes para descansar, às vezes após ter andado apenas um quarteirão.

No terceiro dia, encontramos com o guia e com um casal de brasileiros, que havia chegado no dia anterior. Antes de começarmos a caminhar, o rapaz nos perguntou se havíamos passado mal e respondemos que não, que apenas estávamos bem cansados. Ele disse que teve uma leve dor cabeça quando chegou, mas que não estava nada cansado, meio que com um ar de gozação na voz, sabe? “Ah, vocês ficaram cansados?”. Quando fomos ao Qoriqancha e subimos uma pequena escada de uns vinte degraus, ele quase botou os bofes pra fora. “É, achei que vocês estavam exagerando… Cansa mesmo, né?”. Eu não disse?

Leia também: Como foi nosso tour com guia privado pelo Vale Sagrado

Em Písaq, foi onde mais sentimos falta de ar. Precisamos sentar por uns minutos para nos recuperar, pois não conseguíamos nem falar de tão ofegantes que estávamos. O coração estava super acelerado. Mas, com uns três minutinhos de repouso, tudo se normalizou.

Durante os quatro primeiros dias, tive algumas dores de cabeça leves, que pararam após tomar chá de coca. Só teve um dia que a dor foi forte, que precisei tomar analgésico, mas não posso afirmar que foi só soroche, porque nesse dia passamos demais da hora de almoçar – pode ser que tenha sido só fome.

Em Machu Picchu, que está em altitude menor que Cusco, não sentimos absolutamente nada.

Na volta para Cusco, parece que já estávamos adaptados: andamos muito e foi tranquilo.

Só para constar, eu era fisicamente ativa: corria 5 km.

Andes Peruanos da janela do avião

Andes Peruanos, da janelinha do avião

Outras experiências

Como eu disse acima, não dá para determinar quem terá ou quem não terá sintomas. Um atleta de alto rendimento pode desmaiar, enquanto uma pessoa que só faz levantamento de garfo pode não sentir nadinha. Convidei alguns amigos que estiveram em cidades bem elevadas para compartilharem suas experiências.

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Cecília – Cusco, Trilha Salkantay e La Paz

“No começo de 2016 eu e meu marido resolvemos fazer um mochilão em alguns lugares da América do Sul e depois de algumas buscas na internet decidimos por fazer a trilha de Salkantay para Machu Picchu. Nós dois sempre praticamos atividade física mas com medo da altitude intensificamos nossas corridinhas e atividades aeróbicas para estar o mais preparados possível.

Já tínhamos feito caminhadas em altitudes de 3000 metros e não tínhamos tido problemas então fomos tranquilos para Cusco. Chegamos pela manhã e fiquei toda feliz que estava conseguindo respirar normal. Deixamos nossas malas no hotel e fomos passear pela cidade e aos poucos comecei a ter dor de cabeça que foi só pirando, comecei a ter tontura e enjoo e no final da tarde já estava precisando muito de cama. Como passamos a noite viajando não acho que o problema foi só a altitude, mas acho que ela ajudou muito no meu mal estar.

No dia seguinte tomei bastante chá de coca no café da manhã e consegui passear tranquila. Fiz a trilha Salkantay e em todos os dias tomávamos muito chá pela manhã o que foi crucial para afastar o soroche. Não achei que mascar a folha me ajudou muito, acho que a hidratação que o chá me dava também ajudava a evitar os males da altitude, já que estava muito frio e eu acabava bebendo pouca água. Durante a trilha passamos um pouco dos 4000 metros e a caminhada foi bem sofrida neste trecho. As pernas estavam preparadas, mas cada passo dado o pulmão respondia como se tivéssemos corrido 1 km em ritmo acelerado e paramos várias vezes, literalmente, para respirar!

Além disso, quando chegamos em La Paz, meu marido comeu uma carne mal passada que ela ama e estava com saudade (já que no Peru quase que só se come truta e frango), mas com a altitude não é recomendado comer coisas pesadas e ele teve uma longa noite de muito vômito e diarreia… Vendo as pessoas que conhecemos cheguei a conclusão que os efeitos da altitude são muito particulares e imprevisíveis, mas o chá de coca sempre ajuda muito, estar hidratado, descansado e manter uma alimentação leve também podem sem muito úteis. No mais, as pessoas locais estão muito acostumadas aos sintomas que possamos ter, então caso comece a se sentir mal recomendo procurar ajuda, e sempre que precisamos eles foram muito educados e solícitos, além de eficientes.”

Cláudia – Cusco

“Fui a Machu Picchu em agosto de 2015, aproveitando uns dias de folga que eu tinha. Para fazer o planejamento da viagem entrei em vários sites com o objetivo de definir a melhor localidade para me hospedar, planejar roteiros, saber o que levar na mala, etc. Ao ler o que as pessoas diziam a respeito de Cusco, uma a das minhas maiores preocupações passou a ser o temido “mal da altitude”.

Fiquei extremamente preocupada, pois sou muito sedentária e atividade física não fazia parte da minha rotina há anos. E pior, eu iria viajar com pessoas que praticavam atividade física regularmente! Eu só pensava que se não conseguia correr 100 metros sem “botar os bofes pra fora”, o que seria de mim nessa viagem? Eu olhava as fotos e vídeos no youtube das pessoas subindo Wayna Picchu, Putucusi e conjecturava que se eu não conseguiria subir aquilo tudo em condições normais, imagina com falta de ar!

De tanto peso na consciência planejei começar a fazer caminhadas 1 mês antes da viagem para, talvez, diminuir a vergonha que eu iria passar diante dos outros.  Não consegui cumprir esse plano e fui com a cara, coragem e minha capacidade cardiorrespiratória de uma idosa de 80 anos.

Chegando lá, fiz tudo que todo mundo manda: bebi mil litros do chá de coca que eles davam no hotel (argh… bebi igual remédio!), masquei a tal folha de coca, e fui pro quarto descansar. No primeiro dia da viagem eu não fiz absolutamente nenhum passeio e acho que essa foi a minha bola dentro.  Dormi por umas 4 horas assim que cheguei e só saí á noite para comer alguma coisa na Plaza de Armas, que era bem próxima de onde eu fiquei hospedada.

Sendo assim, posso dizer que em relação ao mal de altitude não senti absolutamente NADA! Nem falta de ar, nem tontura, nem dor de cabeça, nem cansaço, nem vômito… nadica de nada!! Creio que o segredo seja realmente o repouso para que nosso corpo se ambiente com o ar rarefeito e acho que a capacidade cardiorrespiratória, no fundo, não tem relação com sentir mais ou menos incômodos. Minha preocupação foi atoa!

Posso dizer que o único mal que a altitude me fez foi fazer um pote de xampu estourar na mala. Não sei ao certo como isso funciona cientificamente, mas imagino que como a pressão dentro do pote ficou maior que a do ambiente em Cusco, ele estufou e não aguentou. Portanto, a dica é levar tudo dentro de saquinhos plásticos!”

Leonardo – Cusco

“Cheguei em Lima no dia 17 de junho de 2016, em uma sexta feira. No dia 20 pela manhã (segunda), embarquei para Cusco. Voei pela companhia aérea LC Perú. Já no serviço de bordo do avião, ofereceram o chá de coca, que dizem combater o mal da altura. Provei o chá e a viagem seguiu. Chegando ao aeroporto de Cusco, em uma das empresas de turismo próximo à esteira de bagagens, o pessoal já oferecia folhas de coca para mascar. Masquei algumas folhas, e não senti nada demais.

Eu e meu irmão pegamos um taxi até o centro de Cusco (o preço razoável da corrida é de 10 soles). Recomendaram não fazer muito esforço físico, não caminhar muito e comer coisas leves no primeiro dia. Ademais, água não pode faltar. Andei sempre com uma garrafa de água na mochila. A temperatura estava variando entre 0 e 20 graus e o ar estava muito seco. Bastava o Sol desaparecer para que o frio viesse.

Assim que chegamos, ficamos cerca de 1h30 no hotel, para nos ambientarmos com a altitude. Estava me sentindo meio aéreo. Nâo sei se era pelo chá de coca ou pela altitude mesmo. 😛

Destampei um hidratante no hotel e ele jorrou feito champagne! A diferença de pressão pregando suas peças! Logo em seguida, caminhamos por mais de 2 horas pela cidade. Nas subidas, o ar realmente parece faltar! Principalmente no primeiro dia, foi muito perceptível essa sensação de falta de ar ao respirar. O “almoço” nesse dia foram frutas que compramos em um mercado local e um salgado comprado no supermercado. Após a caminhada e o lanche, descansamos novamente no hotel e esperamos alguns amigos que chegaram um pouco mais tarde.

Tomei um comprimido para dor de cabeça, na tentativa de prevenir a piora dessa sensação de “estar meio aéreo” que ainda persistia. Encontramos com nosso amigos e demos outra volta pela cidade. Próximo a pedra dos 12 ângulos, uma senhora ofereceu mais folhas de coca. Só ali aprendi com os locais que o correto é mascar um monte de folhas de coca de uma vez, e não 2 ou 3 folhinhas, como fiz no aeroporto. Disseram que os efeitos benéficos seriam sentidos se a língua ficasse dormente. Uma das senhoras me ofereceu uma mão cheia de folhas de coca.

Masquei até formar uma bola de folhas próximo as bochechas. Agora sim, a língua ficou dormente! Não percebi nenhum outro efeito dessas folhas. Após esse primeiro dia, não senti mais nenhum efeito da altitude. A viagem de volta foi na sexta-feira, dia 24 de junho. A sensação de falta de ar foi diminuindo progressivamente.

Um casal de amigos que viajou conosco chegou a sentir fortes dores de cabeça e enjoo no primeiro dia, mas melhorou nos dias seguintes. Conversei com outro casal no aeroporto e eles disseram que passaram mal a semana inteira, a ponto de pensar em voltar para casa. Também conversei com peruanos sobre o mal de altitude. Disseram que, mesmo quem frequentemente viaja para regiões em que há grande variação de pressão e nunca passou mal, pode sentir-se mal alguma vez na vida.”

Gabriela e Cristiano, do Instagram @viagensepaisagens – várias cidades do Peru

“Nossa primeira experiência em locais com altitude mais elevada foi no Peru, um país incrível. Antes da viagem, fomos alertados por várias pessoas sobre o tão falado “mal de altitude”, ou “soroche”, para os peruanos. Nos recomendaram dormir bem, tomar chá de coca, evitar comer muito e bebida alcoólica. Inclusive, ouvimos falar de um medicamento chamado “sorojchi pills”, um remédio bastante popular para tratar o mal.

Felizmente, praticamente tudo isso foi desnecessário, à exceção do chá de coca e também da folha para mascar. Já pensou visitar aquele País, com a gastronomia tão rica e Pisco Sour por toda parte, e não aproveitar? Não dá, né?!

Mas não recomendamos exageros. Conhecemos pessoas que se deram muito mal e um amigo chegou a ir ao hospital. Atribuímos essa nossa fácil adaptação ao fato de termos ficado no Peru por 16 dias e subido aos poucos. Nosso primeiro contato com a altitude foi em Arequipa (2.380 m). De lá, partimos para Chivay (3.635 m), Vale do Colca (que passa dos 4.000 m), Puno (3.852 m), Copacabana (3.841 m), e, finalmente, Cusco (3.399 m).

Para não dizer que somos quase “shepards“, pois, longe disso, moramos bem ao nível do mar (Maceió-AL), sentimos incômodo e dificuldade para dormir em algumas cidades, especialmente em Chivay. Parecia que havia um pedra sobre o peito, dificultando a respiração, e o coração ficava bem acelerado. Alem disso, como todos sabem, qualquer caminhada que exija algum esforço parece uma maratona.

Enfim, se está no Peru faça como os peruanos, pois ninguém sabe lidar com a natureza de lá melhor do que eles. Ou seja, use e abuse das folhas de coca. Há vários produtos, inclusive industrializados (chá em sachês, balas, etc.). Folha de coca não é droga.”

Foto do instagram @viagensepaisagens

Daniela e Danúbia, do blog D&D Mundo Afora – Cusco

“Eu, minha irmã e mais três amigos fomos para Cusco e Machu Picchu, no Peru, em agostos de 2012. Mas nós não sentimos nada. Nem cansaço, nem qualquer coisa de que tanto ouvíamos falar, Ficamos até com certo medo antes da viagem mas foi tão tranquilo que nem lembrávamos que estávamos em um lugar tão alto. D&D Mundo Afora.”

Luciana, do blog Turistando com a Lu – Salinas Grandes, Argentina

‘Fui a Salta, no Norte da Argentina, e fiz um passeio até as Salinas Grandes, perto da cidade de Jujuy. Subimos a 4170 metros de altitude e nosso guia nos instruiu a usar dois métodos para evitar o mal estar: hidratando-se ou “coqueando“. Não se assustem, a coca é legalizada e não deixa você doidão rs. Eu, particularmente, não gostei muito, pois ela é bem fedida. Mas segui a outra recomendação e tomei 1,5 litros de água, realmente não tive problemas durante toda a viagem (exceto a imensa vontade de fazer xixi rs)! Aqui neste post conto tudo sobre esse lindo passeio pelo Norte Argentino.”

Herbert, do blog Tô Perambulando – Nepal

“Já estive na Bolívia e Peru mas a experiência mais fantástica com a altitude aconteceu em 2013 no Nepal, fazendo um dos trekking mais bonito do planeta, o trekking que leva ao Campo Base do Everest. E o relato dessa aventura esta no está descrita neste post.

Além de gostar de viagem, adoro viagens de aventuras e as montanhas são um destino regular nas minhas viagem. A altitude pode ser encarada de dois modos: uma se você vai sair de um local baixo direto para um lugar alto, como por exemplo sair do nível do mar para La Paz.  Nesse caso o melhor a fazer é nos dois primeiros dias beber muito líquido e descansar ao máximo. Já quando a subida é gradual o ideal é ascender aos poucos ganhando altitude dia a dia. Acima de 2000 m é importante que você suba um pouco mais da altitude que irá dormir naquele dia. Exemplo: se vai dormir a 2500 m, suba até 2800 e volte para dormir nos 2500. E, é claro, beber muita água.

Os sintomas são o cansaço, que é normal, já que você está exposto a uma quantidade menor de oxigênio (a 5000 m só tem 50% de oxigênio), dor de cabeça e vômito e, em casos graves, edema cerebral. Nesse último caso você deve baixar a altitude imediatamente.

A adaptação à altitude é diferente em cada pessoa, umas sentem mais, outras menos. Eu, felizmente, consigo me adaptar bem. Claro, tomando as precauções acima.”

Rozemberg, do blog Mochilão Barato – La Paz

“O primeiro dia em La Paz tiramos para descansar um pouco e nos acostumar com a altitude. Achava que era frescura dos jogadores de futebol que não conseguem jogar bem lá e sempre ou quase sempre perdem para os times bolivianos, porém realmente a coisa é sinistra, você mal consegue subir um vão de escada sem parar para descansar.

La Paz fica a 3600m de altitude. Assim, nossos corpos já estavam sentindo os efeitos da altitude. Dificuldade para respirar, cansaço com pequenos esforços e muita dor de cabeça. Isso porque já estávamos tomando remédio para o mal da altitude desde Santa Cruz. Essa primeira noite foi horrível, apesar do cansaço, foi muito difícil dormir já que quase não conseguia respirar. Nosso relato completo da viagem pode ser lido aqui.

Alessandra, do blog Tô pensando em viajar – Tibet

“Quando cheguei à Lhasa, coração do Tibet, a mais de 3600 metros acima do nível do mar, a recomendação era descansar, e fazer tudo com calma, com 1 ou 2 dias para aclimatação, já que até o final da viagem chegaríamos a 5250 metros, no acampamento base do Everest.

Os mais céticos podem desacreditar, mas o tratamento que fiz durante os 5 dias anteriores à viagem, com comprimidos de Gingko biloba me ajudou bastante! Me senti disposta, não tive dor de cabeça, meu apetite se manteve intacto, e foi tudo ótimo.

Outras grandes ajudas para enfrentar a altitude, são: A lata de oxigênio para inalação, que eu carregava pra todo canto, e chá de gengibre. Recomendo! Mais post aqui.”

Daniela, do blog Vem pro Parque – Valle Nevado, Chile

“Estive no Chile na ocasião dos meus 15 anos de casamento, em 2014, sem os filhos e com um casal de amigos. Foram 10 dias intensos de passeios e MUITO vinho. Eu nunca havia visto neve na minha vida, com 40 anos, e seria primeira vez! O passeio ao Valle Nevado era o mais esperado… 2.840 metros de altitude.  Locamos uma van que nos levou até o alto da montanha Fomos prevenidos, tomamos um dramin para não enjoar nas centenas de curvas. Mas, foi incrível: bastou eu por meus pés no Valle que já senti uma pontada estranha na cabeça. Não demorou muito e comecei a ter uma dor de cabeça insuportável. Como sou uma pessoa que já sofre de enxaqueca rotineiramente, ando prevenida. Então aquele meu remedinho top seria a salvação, já que ainda era cedo e passaríamos o dia naquele paraíso. #sqn  O remedinho top não funcionou, nem na segunda dose que tomei após 4 horas. Não senti enjoo ou falta de ar, mas a cabeça… nem pude degustar uma taça de vinho deliciosa na neve… passei mal do início ao fim e só fui melhorar no hotel em Santiago, no final do dia…”

Fernanda, do blog Tá indo pra onde? – Cusco e Puno

“Fui para o Peru com mais cinco pessoas da família em Junho/2015. Chegamos em Cusco e no primeiro dia, uma pessoa já teve que voltar correndo para o hotel após o city tour porque estava com muito enjoo. Vomitou muito, bebeu chá de coca (que na verdade não é recomendado tomar à noite), não saiu para jantar com todo mundo, mas melhorou no mesmo dia. Uma dica que os guias de lá deram para dor de cabeça é esfregar álcool gel na mão e cheirar. A sensação é horrível, mas passa rapidinho. O problema é que a cabeça não demora muito a ficar pesada novamente com esse método.

Depois de uns dias em Cusco, fomos para Machu Picchu (que é mais baixo) e quando voltamos para mais 2 dias em Cusco, quem se sentiu mal fui eu! Um sintoma que ninguém comenta, mas os guias e pessoal de restaurante/hotel lá falaram é que o mal de altitude também faz o estômago parar ou funcionar mais devagar e foi isso que aconteceu comigo. Almocei no meu último dia em Cusco perto de 14h e fiquei sentindo dor no estômago até o café da manhã do dia seguinte! Mas sem enjoo (e nem fome também!). Chá de coca e muña não adiantou muito, só o tempo resolveu mesmo. Depois disso seguimos para Puno, que é super alto também e várias pessoas sentiram falta de ar, mas 5 minutos no tubo de oxigênio do hotel resolveram na hora!”

E você sentiu algo? Não sentiu nada? Conta pra gente aqui nos comentários!


Leia também:

Roteiro de 8 dias: Cusco, Vale Sagrado e Machu Picchu

Tudo o que você precisa saber para organizar uma viagem para Machu Picchu

Viagem ao Peru: dias 1 e 2 – Passeios leves por Cusco

Viagem ao Peru: dia 3 – Qorikancha e Vale Sagrado (Sacsayhuaman, Qenqo, Pukapukara, Tambomachay, Pisaq)

Viagem ao Peru: dia 4 – Tour pelo Vale Sagrado (Tipón, Pikillaqta, Rumicolca Andahuaylillas, Huaro, Urcos)

Viagem ao Peru: dia 5 – Vale Sagrado (Chinchero, Maras, Moray, Ollantaytambo)

Viagem ao Peru: dia 6 – O que ver e fazer em Machu Picchu

Viagem ao Peru – dias 7 e 8: Cusco

Índice de posts sobre o Peru


Gostou? Salve no Pinterest e consulte sempre que quiser:

O que é o mal de altitude (soroche), quais os sintomas, como prevenir, como aliviar e vários depoimentos.

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47 comentários em “Soroche, o mal de altitude – quase inevitável, mas dá para aliviar

  1. Em Cusco não senti nada, também tudo normal em Bogotá. Não sei se faz sentido mas eu moro em Minas numa altitude de 1000 metros. Não é lá aqueeela altitude mas de repente já dá uma vantagenzinha. Meus amigos em Cusco também não sentiam nada enquanto cariocas que conhecemos estavam botando os bofes pra fora. Em Bogotá no cerro Monserrate a 3170 metros eu corria e pulava pelas pedras tranquilamente. Agora vou pro salar de Uyuni na Bolívia, trechos com mais de 4000m vamos ver como me sentirei…

  2. Pingback: Viagem ao Peru: Dias 1 e 2 - passeios leves por Cusco - Mineiros na Estrada

  3. Que post incrível, tava ansiosa por ele. E to devendo um assim há muito tempo, hahaha. Eu passei muito muito mal no Chile, mas o chá de coca e folha ajudaram demais a aliviar. Nós estávamos em 5 e todos tivemos muita dor de barriga e diarreia, achei em alguns artigos que isso é muito comum, mas não via nos blogs, o seu é o primeiro. Por isso me sinto devendo um post, pra contar minha experiência. Com certeza vou linkar o seu quando tomar vergonha e fizer, hahaha. Parabéns pela coleta das história, ficou muito completo! 🙂

  4. Vou favoritar esse post pra mandar pra quem estiver indo pras bandas de lá! Sempre bom!

    Fui com mais 6 amigas quando eu tinha 18 anos. Eita tempo bom, não sentimos quase nada! Só no primeiro dia que tivemos dificuldade para caminhar do hostel até a rodoviária (era uma subidinha chata), porque estávamos atrasadas e tínhamos que correr, mas ficamos super ofegantes e cansadas e quase perdemos a hora!!

  5. Adorei o post! É bem interessante ver como cada pessoa tem uma reação diferente ao soroche e como uma viagem não é igual a outra, então sempre o descanso e cuidados no primeiro dia de adaptação pode fazer toda a diferença na estadia.
    Eu tenho evitado viajar pra esses destinos justamente por medo do soroche, mas achei bem legal saber que existem maneiras de tentar evitar ou minimizar o problema.

  6. Deus me livre, depois de tantos perrengues já risquei estes destinos da minha wish list, tô fora. Viajar para passar mal desse jeito é fria. Prefiro conhecer outros lugares antes de tentar algo por aí, valeu pelas dicas preciosas. Post incrível!

  7. Recentemente conversei com uma amiga que achou que a recomendação de aclimatação era balela. No 1o dia ela foi passear sem descanso, do voo pra rua. Resultado: passou o passeio todo dormindo no onibus. Coitada! Se ela tivess elido esse post e esses relatos talvez tivesse se convencido!

  8. É engraçado como as sensações mudam de pessoa pra pessoa… Eu nunca senti o tal ‘mal de altitude’! (ufa!). E isso que já passei algumas vezes dos 5000 metros…

    Chega a ser louco ver que a Dani passou mal no Valle Nevado, que aqui no Chile nem dá pra considerar como altitude. Cada pessoa reage de uma maneira, não tem jeito!

    Excelente post! 🙂

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