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História, Arte e Cultura: visita ao Museu do Oratório, em Ouro Preto


A religião sempre é muito ligada à história de um povo. Em Ouro Preto, com suas dezenas de templos, construídos desde o tempo em que a Igreja dominava e influenciava a política e a sociedade, a presença da religião é, obviamente, muito forte. Um ótimo lugar para um museu com essa temática, no qual podemos observar a evolução da arte, da história e da cultura, dos séculos XVII ao XX, por meio de objetos religiosos. Mais especificamente, de oratórios. Sim, um museu só de oratórios! E não pense que sua visita é pedante e repetitiva!

O Museu do Oratório foi inaugurado em 1998, no adro da Igreja Nossa da Conceição, em um prédio do século XVIII utilizado para guardar objetos e documentos da Irmandade do Carmo, que foi restaurado para o museu. Acredita-se que Aleijadinho morou nessa casa enquanto trabalhava na Igreja do Carmo.

Sua coleção conta com 162 oratórios e cerca de 300 imagens, todas brasileiras, predominantemente de Minas Gerais, doadas a Ângela Gutierrez pelo Instituto do Patrimômio Histórico e Artísico Nacional – IPHAN (Ângela Gutierrez é a presidente do Instituto Flávio Gutierrez, que também mantém o Museu de Sant’Ana, em Tiradentes).


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A coleção do Museu do Oratório (localizado em Ouro Preto) conta com 162 oratórios e cerca de 300 imagens, todas brasileiras, predominantemente de Minas Gerais

Os oratórios do museu

Oratórios são usados desde a Idade Média e chegaram ao Brasil com os portugueses. Seu uso se difundiu e logo se incorporou ao dia a dia aqui na colônia, sendo encontrado desde em grandes casarões até em senzalas. Claro, os mais abastados incrementavam os seus oratórios o tanto quanto podiam, pois era até uma maneira de demonstrar status.

As dezenas de oratórios do acervo estão distribuídas em três andares.  No subsolo, o enfoque são oratórios de viagem.

Por exemplo, temos oratórios bala, que são assim chamados pela semelhança com uma bala de arma de fogo. Eram usados em viagens, com santos colados ou entalhados para evitar danos e extravios. Eram facilmente amarrados aos animais e os menores podiam ser colocados junto com a carga. Há exemplares do século XX feitos em balas de verdade! Eita povo criativo!

Oratório bala exposto no Museu do Oratório, em Preto. Oratórios bala exposto no Museu do Oratório, em Preto.

Oratório com bala de verdade - Foto: divulgação

Oratório com bala de verdade – Foto: divulgação

Oratórios de algibeira também estão expostos. São pequenos e podiam ser levados junto ao corpo do devoto, tanto em viagens como no dia a dia.

Outro tipo interessante de oratórios eram os de esmoler que serviam para… pedir esmolas! Alguns deles eram pendurados no pescoço do pedinte e tinham um cofrinho ou uma gaveta para guardar as esmolas. O dinheiro era normalmente usado para construir capelas, mas também eram utilizados por pedintes para uso pessoal.

Oratório bala de esmoler, usado para pedir esmolas, exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Oratório bala de esmoler – a Bíblia está tampando a gavetinha

Detalhes de um Oratório bala de esmoler, usado para pedir esmolas, exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Detalhes do oratório acima

Detalhes de um Oratório bala de esmoler, usado para pedir esmolas, exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Detalhes do oratório acima

Temos também oratórios de convento, que eram como que uns quadrinhos decorados com colagens de diversos materiais, como papéis, tecidos, flores secas.

Oratórios de convento expostos no Museu do Oratório, em Ouro Preto. Oratórios de convento, que eram como que uns quadrinhos decorados com colagens de diversos materiais, como papéis, tecidos, flores secas.

Detalhes de um Oratório de convento, que eram como que uns quadrinhos decorados com colagens de diversos materiais, como papéis, tecidos, flores secas.

Veja os detalhes do oratório maior da foto acima

Detalhes de um oratório de convento, que eram como que uns quadrinhos decorados com colagens de diversos materiais, como papéis, tecidos, flores secas.

Oratórios também eram passados de mãe para filha. As moças guardavam em seus quartos e, quando se casavam, levavam-nos consigo. Geralmente, eram imagens de Nossa Senhora ou de Sant’Ana, mãe de Maria.

Podemos ver a reconstituição de um quarto simples, com uma cama, uma mesinha, um baú e, claro, um oratório singelo.

Reconstituição de um quarto simples, com uma cama, uma mesinha, um baú e um oratório singelo - exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Um oratório pingente super delicado também pode ser visto neste andar.

Oratório pingente exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Outro oratório usado em viagens é este oratório arca, que se fecha e abre, formando um altar portátil.

Oratório arca, usado em viagens. Ele de abre virando um altar. Este exemplar está exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

No térreo, temos oratórios mais populares, como os oratórios ermidas. Como as ermidas, pequenas capelas domésticas, precisavam de autorização da Igreja para serem consagradas, o que demandava um processo burocrático e demorado, os oratórios ermidas cumpriam a função da capela. Os mais ricos, tinham um quarto chamado “quarto de santos”, onde ficava o oratório, que servia de altar e era usado em missas e celebrações como batizados e casamentos.

Oratório ermida com Santo Antônio de Lisboa, exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Oratório ermida com Santo Antônio de Lisboa

Detalhe de um oratório ermida com Santo Antônio de Lisboa, exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Detalhe do oratório acima

O sincretismo religioso está presente nos oratórios afrobrasileiros, confeccionados pelos escravos e tendo santos negros representados.

Oratórios afrobrasileiros eram confeccionados pelos escravos e tendo santos negros representados. Este está exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto. Oratórios afrobrasileiros eram confeccionados pelos escravos e tendo santos negros representados. Estes estão expostos no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

No piso superior estão os oratórios eruditos e de referência artística, ou seja, os chiques e de gente rica. 😉

Oratório erudito exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Sente só a chiqueza desse aí

A cena de um batizado foi reconstruída e podemos observar as vestimentas, mobiliário e objetos dos século XVIII e XIX. Ali está um oratório ermida do século XVIII, com Nossa Senhora do Rosário.

A cena de um batizado foi reconstruída e podemos observar as vestimentas, mobiliário e objetos dos século XVIII e XIX. Ali está um oratório ermida do século XVIII, com Nossa Senhora do Rosário.

Estão expostos oratórios mais rebuscados, alguns bem grandes, usados para decorar salões, e possuem entalhes nas portas, vasos de flores, rendas e cortinas. Pela complexidade e características das obras, presume-se que foram feitas por artistas.

Oratórios de referência artística expostos no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Oratórios de referência artística expostos no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Oratórios de referência artística expostos no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Oratório bala erudito exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Oratório bala erudito

Detalhe de oratório bala erudito exposto do Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Detalhe do oratório bala acima

Detalhe de oratório bala erudito exposto do Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Detalhe do oratório bala acima

Oratório de Salão erudito exposto do Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Oratório de Salão erudito

Veja os detalhes:

Oratório de Salão erudito exposto do Museu do Oratório, em Ouro Preto. Oratório de Salão erudito exposto do Museu do Oratório, em Ouro Preto. Oratório de Salão erudito exposto do Museu do Oratório, em Ouro Preto. Oratório de Salão erudito exposto do Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Temos aqui oratórios tipicamente mineiros, os oratórios lapinha, assim chamados por serem confeccionados com calcita, um mineral encontrado nas lapas de Minas Gerais. Nesse tipo de oratório, vemos duas representações, em dois andares: no de cima, a crucificação de Cristo e no de baixo, seu nascimento. Assim, podiam ser utilizados tanto na Páscoa, quanto no Natal.

Temos aqui oratórios tipicamente mineiros, os oratórios lapinha, assim chamados por serem confeccionados com calcita, um mineral encontrado nas lapas de Minas Gerais. Nesse tipo de oratório, vemos duas representações, em dois andares: no de cima, a crucificação de Cristo e no de baixo, seu nascimento. Assim, podiam ser utilizados tanto na Páscoa, quanto no Natal.

Temos aqui oratórios tipicamente mineiros, os oratórios lapinha, assim chamados por serem confeccionados com calcita, um mineral encontrado nas lapas de Minas Gerais. Nesse tipo de oratório, vemos duas representações, em dois andares: no de cima, a crucificação de Cristo e no de baixo, seu nascimento. Assim, podiam ser utilizados tanto na Páscoa, quanto no Natal.

Temos aqui oratórios tipicamente mineiros, os oratórios lapinha, assim chamados por serem confeccionados com calcita, um mineral encontrado nas lapas de Minas Gerais. Nesse tipo de oratório, vemos duas representações, em dois andares: no de cima, a crucificação de Cristo e no de baixo, seu nascimento. Assim, podiam ser utilizados tanto na Páscoa, quanto no Natal.

Detalhe do oratório acima

Um dos mais belos tipos são os oratórios conchas, delicadamente confeccionados com folhagens, tecidos, madeira e conchas! Obras de Francisco Xavier dos Santos, conhecido como Francisco Xavier das Conchas.

Um dos mais belos tipos de oratórios são os oratórios conchas, delicadamente confeccionados com folhagens, tecidos, madeira e conchas!

Bom, acho que deu para você ter uma ideia da riqueza do acervo, né? Alguns oratórios eram bem rebuscados, com entalhes, pinturas e diversos ornamentos; outros, são mais simples, como se fossem apenas pequenos armários. Os diversos materiais, tamanhos e estilos mostram muito os hábitos e  tradições que ajudaram a construir as culturas mineira e brasileira.

Vale a pena dedicar uma hora para conhecer. Fica bem pertinho do Museu da Inconfidência.

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Detalhe de um oratório de salão exposto no Museu do Oratório, em Ouro Preto.

Museu do Oratório

Adro da Igreja do Carmo, 28 – Centro – Ouro Preto MG
Telefone: (31) 3551-5369
Entrada: R$ 5,00 a inteira. Menores de 21 e maiores de 60 anos pagam R$ 2,50. Estudantes e professores, mediante comprovação, têm entrada gratuita.
Horário de funcionamento: De quarta a segunda, das 9h30 às 17h30
www.museudooratorio.org.br
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A coleção do Museu do Oratório, em Ouro Preto, conta com 162 oratórios e cerca de 300 imagens, todas brasileiras, a maioria de Minas Gerais.


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5 comentários em “História, Arte e Cultura: visita ao Museu do Oratório, em Ouro Preto

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