O Circuito das Águas mineiro VI – Lambari (informações gerais)

Continuando nossa série de posts sobre o Circuito das Águas de Minas Gerais, falaremos sobre a terceira cidade que visitamos: Lambari, que tem este nome por ser cortada pelo rio Lambari, que tem este nome por seu um rio repleto de lambaris 😉.

Por volta de 1780, o fazendeiro Antônio de Araújo descobriu nascentes em suas terras. Em 1826, um português de nome Manuel da Silveira começou a estudar as propriedades medicinais daquelas águas. Nos anos seguintes, o governo desapropriou as terras dos Araújo para fazer obras de proteção às nascentes.

Em 1834, foi fundado o povoado de Águas Virtuosas pelo médico inglês Thomaz Crockane, que começou a estudar e utilizar as águas nos tratamentos que prescrevia. O povoado foi distrito de Campanha até 1901, quando emancipou-se.

Já gostei de cara da cidade só de saber que ali foi criado o Catupiry®. Sim, aquele requeijão delicioso e inimigo das dietas, que combina perfeitamente com uma pizza ou coxinha de frango e que tem que ser acompanhado pelo R de marca registrada. Dizem que “catupiry” vem do tupi e significa “muito bom”(katu, bom + pyryb, muito).

Mas, isso é só curiosidade, já que ninguém vai a Lambari atrás do tal requeijão, até porque a fabricante nem está mais lá. A gente vai pra ver água, dentre outras coisas.

Lambari é uma cidade pequena, com pouco mais de 20 mil habitante e que tem na agricultura sua principal fonte de renda. Por integrar o Circuito das Águas, acaba atraindo turistas que visitam cidades maiores como São Lourenço, como nós fizemos – montamos base em São Lourenço e de lá visitamos as outras cidades do circuito.

Neste post, falaremos sobre dados gerais da cidade, além de algumas curiosidades históricas sobre pontos turísticos.

Como chegar de carro

Do Rio de Janeiro: são 327 quilômetros pela rota mais curta. Clique no mapa para ver o passo a passo e as rotas sugeridas.

De São Paulo: São 273 quilômetros pela rota mais curta. Clique no mapa para ver o passo a passo e as rotas sugeridas.

De Belo Horizonte: São 351 quilômetros pela rota mais curta. Clique no mapa para ver o passo a passo e as rotas sugeridas.

De São Lourenço: São 50 quilômetros. Clique no mapa para ver o passo a passo e as rotas sugeridas.

Onde ficar

A maioria das pessoas monta base em São Lourenço, mas, se você preferir, aqui tem uma relação de acomodações em Lambari.

Quando ir e quanto tempo ficar

A temperatura costuma cair um pouco no inverno e é comum chover no verão. Mas, não há época ruim para ir. Sempre dá para aproveitar. Nós saímos de São Lourenço logo após o café da manhã e chegamos a Lambari após uma hora de estrada. Passamos no Parque das Águas, que é pequeno, e de lá fomos ao Parque Estadual Nova Baden. Para nós, uma manhã foi suficiente, mas fizemos apenas uma trilha no Nova Baden, pois era aquela época de seca e as cachoeiras estavam bem minguadinhas. Se seu plano foi explorar bem o Parque Estadual, talvez seja melhor separar um dia.

O que fazer

Parque das Águas: pequeno, mas bem cuidado. Vale uma visita rápida. Contamos tudo neste post aqui.

Parque Estadual Nova Baden: um parque extremamente bem cuidado e calmo. Delícia para fazer uma caminhada na mata. Contamos tudo aqui.

Lago Guanabara: é aquele que dá para ver quando a gente busca a cidade no mapa. É um lago artificial.

Cassino do Lago: sua construção começou em 1909, às margens do Lago Guanabara, por Américo Werneck, ex-prefeito de Belo Horizonte que agora queria fazer história governando Águas Virtuosas de Lambari, como se chamava a cidade naqueles tempos. O prefeito disse que não importava o preço. Conseguiu uma verbinha com seu amigo Wenceslau Brás, governador de Minas, e viajou para a Europa para buscar inspiração. Foram utilizados os mais finos materiais que se tinham à época: pinho da Rússia, azulejos de Portugal e Inglaterra, telhas da França, tijolos, portas e janelas da Ásia. Tudo isso para quê? Para fazer de Lambari a versão tupiniquim de Vicky, estância hidromineral francesa. Decoradores japoneses e chineses vieram dar o toque final. Lustres de cristal e candelabros dourados se uniam a requintados quadros em todas as paredes. O cassino era um luxo indescritível. Funcionou pelo longo período de uma noite, a de inauguração, em abril de 1911. Dizem que estavam presentes vários políticos importantes, como governador do Estado e o presidente da República, mas que desavenças políticas fecharam as portas do cassino. Nos anos seguintes, os móveis e objetos de decoração foram distribuídos entre órgãos públicos e alguns acabaram se extraviando. Hoje, o cassino é tombado pelo IEPHA e passa por uma enorme restauração.

Farol: fica às margens do lago. Uns dizem que só funcionou mesmo na noite de inauguração do cassino. Outros falam que foi construído para homenagear a República, de modo que no dia 15 de novembro é possível, estando nele, ver o sol se pôr no meio do telhado do salão principal do cassino.

Parque Municipal Wenceslau Brás: fica próximo ao farol e conta com piscinas, duchas, quadras de esporte. As pessoas costumam ir andar de bicicleta ou caminhar.

Maior buganvília (ou bougainville) do mundo: a danadinha da árvore tem 18 metros e fica às margens do lago. Pena que só soube quando voltei, então nem prestei atenção.